Mineradora Vale é a empresa mais valiosa da América Latina e equivale a quase 2 Petrobras

Segundo levantamento feito pela consultoria Economática, a empresa fechou o pregão da B3 na véspera valendo US$ 103,8 bilhões

Estadão Conteúdo

Minério de ferro da Vale (Agência Vale)

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A mineradora Vale (VALE3) ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões em valor de mercado, ampliando sua posição como empresa mais valiosa da América Latina. Segundo levantamento feito pela consultoria Economática, a empresa fechou o pregão da B3, a Bolsa paulista, valendo US$ 103,8 bilhões nesta terça-feira, 27, mais de US$ 20 bilhões à frente da gigante do e-commerce argentina Mercado Livre (MELI34), a segunda colocada.

De acordo com a Economática, desde que superou a companhia argentina, a mineradora brasileira não para de ganhar uma dianteira em relação a suas concorrentes na região – nesta segunda-feira, o papel da mineradora encerrou o pregão a R$ 110 após subirem quase 1,5% no pregão de terça, em reação aos resultados financeiros apresentados pela mineradora na véspera. O “top 3” da região é completado pelo Mercado Livre, que vale US$ 80 bilhões, e pelo braço mexicano da varejista americana Wal-Mart, avaliado em US$ 56 bilhões.

Entre o “top 10” da região, o Brasil lidera com cinco empresas. Completam a participação nacional nesse ranking a Petrobras (PETR4; US$ 56,9 bilhões), o Itaú Unibanco (ITUB4; US$ 45,9 bilhões), a Ambev (ABEV3; US$ 44,2 bilhões) e o Bradesco (BBDC4; US$ 39,1 bilhões), todos empresas do mercado tradicional.

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Empresas emergentes nos últimos anos, que tiveram forte valorização na B3, aparecem logo abaixo, como a indústria catarinense Weg (WEGE3; 13.º lugar, com US$ 28,7 bilhões) e a varejista Magazine Luiza (MGLU3; 15.ª colocação, com US$ 25,7 bilhões).

Depois do Brasil, o México é o segundo país com mais empresas na lista das mais valiosas da América Latina (com 2 companhias), seguida da Argentina e das Bermudas, com 1 cada.

Imagem em recuperação

A recuperação da companhia veio depois de um baque sofrido há dois anos, com a tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, que causou enormes impactos ambientais e resultou em 270 mortes, sendo a maioria de trabalhadores da companhia.

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A empresa fechou acordos bilionários em virtude do incidente e também enfrentou uma crise de imagem e de segurança relacionada a suas barragens.

No ano passado, porém, impulsionada pela alta dos preços do minério de ferro e melhores volumes de vendas, a empresa conseguiu reverter o prejuízo de US$ 1,683 bilhão, em 2019, entregando um lucro líquido de US$ 4,881 bilhões. Foi um ano em que a companhia, nas palavras do seu presidente, Eduardo Bartolomeo, tornou-se um operador mais confiável e se mostrou mais preparada para enfrentar 2021.

Neste ano, já com o acordo de Brumadinho fechado, a companhia tem conseguido ampliar os ganhos. O acordo de conciliação, de R$ 37,68 bilhões, ficou bem acima da proposta inicial feita pela mineradora, de R$ 29 bilhões, e mais próximo dos R$ 40 bilhões demandados pelo Estado e autoridades como o Ministério Público e a Defensoria.

O termo não retirou nenhuma responsabilidade da empresa. Além disso, o documento impôs novas obrigações e serviu como um reconhecimento da responsabilidade da mineradora pelo ocorrido. Ações individuais por indenizações e criminais seguem tramitando, mas o mercado financeiro vê a questão como equacionada.

Nesta última segunda-feira, a companhia informou que registrou um lucro líquido de US$ 5,546 bilhões no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 2.220% em relação ao ganho de US$ 239 milhões obtido no mesmo período do ano passado.

O resultado também cresceu de forma significativa em relação ao trimestre anterior, quando a empresa registrou ganhos de US$ 739 milhões. Os resultados vieram em linha com as já altas expectativas de analistas de mercado.

Uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, a empresa teve um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de US$ 8,35 bilhões entre janeiro e março, ante US$ 2,882 bilhões um ano antes.

Companhias com maior valor de mercado na América Latina

Vale (Brasil) – US$ 103,8 bilhões

Mercado Livre (Argentina) – US$ 80 bilhões

Wal-Mart México (México) – US$ 56,9 bilhões

Petrobras (Brasil) – US$ 54,9 bilhões

America Movil (México) – US$ 48,6 bilhões

Itaú Unibanco (Brasil) – US$ 46 bilhões

Ambev (Brasil) – US$ 44,2 bilhões

Grupo México (México) – US$ 39,2 bilhões

Bradesco (Brasil) – US$ 39,1 bilhões

Marvell Technology (Bermudas) – US$ 31 bilhões

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