Mineradora de Bitcoin de capital aberto dá calote de US$ 103 milhões e corre risco de quebrar

A Iris Energy é uma das várias empresas de mineração que lutam para sobreviver na baixa do mercado

CoinDesk

Além da mineração de Ethereum, a HIVE Blockchain, de Boden, também abriga ASICs para mineração de Bitcoin. (Sandália Handagama)

Publicidade

A mineradora de Bitcoin (BTC) Iris Energy deixou de pagar US$ 103 milhões em empréstimos garantidos por equipamentos. A informação foi revelada pela empresa nesta segunda-feira (7).

Hoje, o credor disse em um documento submetido à Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) que a empresa não se envolveu em “discussões de reestruturação de boa-fé” para lidar com a dívida.

Por causa disso, o credor está alegando que a empresa deixou de honrar os pagamentos originalmente programados para 25 de outubro, segundo o documento.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O credor quer agora acionar uma cláusula de aceleração, o que significa que está exigindo o pagamento imediato do valor e dos juros acumulados. A Iris disse que “discorda” das alegações.

No dia 2 de novembro, a mineradora falou que as máquinas de mineração de BTC colocadas como garantia para o empréstimo não produzem dinheiro suficiente para cobrir a dívida relacionada.

A empresa ainda informou na época que, se as discussões para reestruturar a dívida não levarem a um acordo até a terça-feira (8), não seria capaz de cumprir as obrigações.

Continua depois da publicidade

Os dois empréstimos em questão – que em 30 de setembro tinham valores principais de US$ 32 milhões e US$ 71 milhões – são garantidos por máquinas de mineração de 1,6 exahash por segundo (EH/s) e 2,0 EH/s, respectivamente, disse a empresa.

A dívida é detida por dois veículos de propósito especial (SPV, na sigla em inglês) de propriedade integral e sem recurso, o que significa que, em caso de inadimplência, o credor poderá apreender quaisquer ativos da Iris Energy além da garantia.

Uma SPV é uma entidade legal separada – criada por uma organização com ativos e passivos próprios, bem como personalidade jurídica própria – para isolar um risco financeiro.

A Iris Energy é uma das várias empresas de mineração de Bitcoin que lutam para pagar suas dívidas durante a baixa do mercado com queda de recompensas na mineração e altos custos de energia.

Em setembro, ocorreu o primeiro pedido de falência de um grande player do setor, a Compute North. Além disso, outras grandes empresas do mercado, incluindo Core Scientific e Argo Blockchain, aparentemente estão à beira da solvência.

Leia mais:

No documento enviado à SEC nesta segunda, há também um terceiro empréstimo de US $ 1 milhão – também detido por uma SPV de propriedade integral e garantido por equipamentos de mineração de 0,2 EH/s – que recebeu um alerta diferente em caso de inadimplência.

Se um acordo para reestruturar a dívida não for alcançado até amanhã, a Iris Energy não fornecerá mais apoio financeiro aos SPVs, disse a empresa, provavelmente levando à inadimplência e à execução de ativos.

Apenas 2,4 EH/s das máquinas da empresa não são afetados pelos empréstimos de equipamentos. As ações da Iris eram negociadas a US$ 2,75 no momento da publicação deste texto.

CoinDesk

CoinDesk é a plataforma de conteúdos e informações sobre criptomoedas mais influente do mundo, e agora parceira exclusiva do InfoMoney no Brasil: twitter.com/CoinDeskBrasil