Mercado Livre anuncia novos centros de distribuição no Brasil e descarta participar de privatização dos Correios

Empresa de comércio eletrônico anunciou novos CDs de fulfillment em Franco da Rocha (São Paulo) e Belo Horizonte (Minas Gerais)

Mariana Fonseca

Centro de distribuição do Mercado Livre em Extrema, Minas Gerais (Divulgação)

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SÃO PAULO – O Mercado Livre (MELI34) anunciou dois novos centros de distribuição no país, em mais um passo para ampliar sua infraestrutura logística. A divulgação foi feita em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (11).

O primeiro centro de distribuição ficará em Franco da Rocha (São Paulo) e será inaugurado ainda neste ano. O segundo centro ficará em Belo Horizonte (Minas Gerais) e será inaugurado em 2022.

Os dois centros de distribuição serão para fulfillment. Ou seja, são centros que armazenam inventário dos vendedores para que os itens sejam separados, embalados e despachados após uma compra. Esse modelo de CD existe desde 2017. Hoje, 30% das entregas do Mercado Livre saem de centros no modelo de fulfillment. Com os dois novos CDs, o Mercado Livre chegará a nove centros de distribuição nesse formato.

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Outros tipos de centros são o de crossdocking (passagem de produtos vindos dos centros de fulfillment ou direto dos vendedores) e o de última milha/last mile (vans saem com os produtos direto para a casa do consumidor).

O Mercado Livre também anunciou a inauguração de um novo centro de crossdocking em Guarulhos (São Paulo), previsto para outubro. Com esse CD, o total de centros de crossdocking chega a 18 até o final deste ano.

A empresa de e-commerce ainda tem 80 centros de última milha, e divulgou na coletiva que terá outros 26 desses centros até o final de 2021, totalizando mais de 100 CDs last mile.

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Ao todo, a infraestrutura logística da empresa de e-commerce supera o 1,2 milhão m². 72% do espaço é para as operações de fulfillment. Fora dos centros, a malha logística própria da companhia conta com uma frota de veículos composta por 51 carros elétricos, 260 caminhões, 10 mil vans, 4 aviões e 8 carretas.

“Todos esses anúncios vêm para continuarmos crescendo por meio de melhoria na experiência do consumidor”, afirmou na coletiva de imprensa Leandro Bassoi, vice-presidente de logística do Mercado Livre para a América Latina. “Geramos uma melhor experiência chegando mais rápida na casa dele. Mas o objetivo é não apenas chegar rápido até a Faria Lima [centro financeiro na cidade de São Paulo], mas até qualquer lugar do Brasil”, completou Luiz Vergueiro, diretor de operações do Mercado Livre no Brasil.

Leandro Bassoi, vice-presidente de logística do Mercado Livre para a América Latina (Divulgação)
Leandro Bassoi, vice-presidente de logística do Mercado Livre para a América Latina (Divulgação)

As entregas no mesmo dia começaram em junho no Brasil. A estrutura atual permite entregar no mesmo dia em até 50 cidades. Esses CEPs cobrem 20% das vendas do Mercado Livre. Já a entrega em até um dia chega até 2,1 mil cidades, alcançando 75% das entregas feitas pela empresa de e-commerce.

Ao todo, o Mercado Livre investirá R$ 10 bilhões no país ao longo de 2021. A empresa de e-commerce tem verticais de serviços financeiros (Mercado Pago); de logística (Mercado Envios); de veículos, imóveis e serviços (Mercado Livre VIS); de publicidade (Mercado Ads); e lojas virtuais (Mercado Shops). São 12 milhões de vendedores e 75,9 milhões de usuários ativos, com 29 vendas por segundo.

O Mercado Livre reportou lucro líquido de US$ 68,2 milhões no terceiro trimestre de 2021. A operação brasileira já representa 55,9% da receita líquida total da companhia. O volume bruto de mercadorias (GMV) no país teve um crescimento de 44% na comparação com igual período do ano passado, com mais de 125 milhões de itens vendidos neste trimestre. A receita líquida cresceu 101% neste trimestre e o volume de vendas no país cresceu mais de 40%, em moeda constante e na comparação com 2020.

No Mercado Envios, frente de logística do Mercado Livre, foram 230,5 milhões de itens enviados globalmente, aumento de 46,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apenas no Brasil, os envios via essa rede gerenciada atingiram 86% da operação.

Na opinião de analistas ouvidos anteriormente pelo InfoMoney, com o incremento na cobertura de frete grátis, bem como a expansão da seleção, a companhia aumenta sua proposta de valor ao consumidor, o que deve proporcionar uma maior capacidade da empresa de se “agarrar aos ganhos impulsionados pela pandemia”.

Às 11h30 (horário de Brasília), os BDRs (na prática, recibos de ações de outros países negociados no Brasil) MELI34 subiam 0,16%, a R$ 81,12. As ações do Mercado Livre na Nasdaq registravam queda de 0,61%, a US$ 1.867,13.

6 mil vagas de emprego

A expansão logística será acompanhada por criação de empregos. “Temos duas bases de sustentação para a logística. A primeira é nossa tecnologia, desenvolvida internamento para dar mais controle e agilidade de processos. A segunda base é equipe. São milhares de pessoas que fazem os pacotes chegarem às casas dos consumidores”, afirmou Vergueiro.

O Mercado Livre estima ter 16 mil profissionais diretos até o final deste ano, 9 mil deles alocados na área de logística, em 118 locais do Brasil. A empresa de e-commerce deverá contratar 6 mil profissionais, 3,2 mil deles para posições em Mercado Envios.

Algumas das posições estão nos centros de distribuição em Cajamar (São Paulo) e Extrema (Minas Gerais), inaugurados em julho deste ano. O CD de Cajamar chegará a 4,5 mil funcionários, enquanto o CD de Extrema irá para 2,2 mil funcionários.

Em empregos indiretos, serão 2,5 mil vagas até dezembro. O Mercado Livre passará de 14,5 mil para 17 mil profissionais indiretos em sua operação até o final do ano.

Centro de distribuição do Mercado Livre em Cajamar, São Paulo (Divulgação)
Centro de distribuição do Mercado Livre em Cajamar, São Paulo (Divulgação)

Privatização dos Correios

O Mercado Livre descartou o interesse em uma eventual privatização dos Correios. O texto-base do substitutivo do projeto de lei 591/2021, que pretende viabilizar a privatização do serviço postal, foi aprovado pela Câmara dos Deputados e seguiu para votação no Senado.

“Não faz sentido participar da privatização dos Correios”, afirmou Bassoi. “Não temos interesse em capturar eventuais sinergias, porque entendemos que as construções feitas dentro de casa foram muito mais eficientes.”

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Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.