Mercado de Treasuries pode explicar perda de força do Bitcoin, dizem analistas

A principal criptomoeda do mercado não conseguiu se manter acima dos US$ 24 mil

CoinDesk

(André François McKenzie/Unsplash)

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Os traders que procuram uma explicação para o último fracasso do Bitcoin (BTC) em ficar acima de US$ 24 mil talvez encontrem alguma resposta no que aponta o mercado de Treasuries , os títulos do Tesouro dos EUA, afirmam analistas.

O rendimento dos títulos de 10 anos subiu 2,90% nesta sexta-feira (12) – a maior alta em três semanas, estendendo a recuperação da mínima de de 2,67% atingida após os dados de inflação divulgados na quarta-feira (10). O rendimento de dois anos se manteve estável em torno de 3,20%, tendo atingido uma baixa de 3,08% na quarta, segundo dados da plataforma de gráficos TradingView.

O aumento contínuo dos retornos em títulos talvez seja um sinal de que os traders de ativos de risco, incluindo o Bitcoin, podem estar errados ao concluir que a inflação nos EUA atingiu o pico e que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) provavelmente diminuirá o aperto de liquidez nos próximos meses.

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“Se as notícias de quinta-feira (11) significavam que era hora de comemorar a vitória sobre a inflação, então a resposta do mercado deveria ter sido direta”, disse John Authers, colunista de opinião da Bloomberg, em um artigo publicado hoje. “Os rendimentos dos títulos deveriam cair, pois seria improvável que o Fed mantivesse as taxas tão altas ou pelo tempo que se temia”, completou.

No entanto, os ganhos aumentaram, o que significa que os investidores de renda fixa esperam taxas de juros mais altas e estão vendendo seus títulos. Os preços e rendimentos dos títulos se movem na direção oposta. Já o BTC se mantém sensível à política do Fed e levou uma surra neste ano com o banco central embarcando em seu ciclo de aperto mais agressivo em décadas.

O salto do Bitcoin acima de US$ 24 mil ontem teve vida curta. Nas últimas três semanas, a criptomoeda falhou sete vezes em atingir um preço acima desse patamar – a referência para o fechamento do mercado global de criptoativos, que está sempre aberto, é equivalente às 21h de Brasília.

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O mais recente fracasso vem logo após a maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, anunciar um novo fundo privado de Bitcoin para investidores institucionais. Portanto, não é como se não houvesse notícias otimistas.

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O BTC atraiu compradores na quarta-feira, depois que dados divulgados nos EUA mostraram que os preços ao consumidor subiram 8,5% em julho em comparação com o ano anterior, abaixo do salto de 9,1% no acumulado do ano registrado em junho. A inflação estável na base mensal e menor na base anual deu esperanças de que as pressões sobre os preços podiam ter atingido o pico.

O índice de preços ao produtor (IPP, em inglês) divulgado na quinta-feira contou uma história semelhante, elevando o Bitcoin para US$ 24.929, o maior valor em dois meses.

Alguns observadores preveem um aumento contínuo nos rendimentos dos títulos. “Curiosamente, vimos uma narrativa de ‘pico’ de inflação e, apesar do CPI e do PPI, agora projetamos alta nos rendimentos [de títulos]”, escreveu Michael Kramer, fundador da Mott Capital Management, em uma atualização de mercado publicada ontem.

“Isso poderia indicar que os rendimentos pararam de cair e irão subir a partir daqui? Acredito que sim, porque se dados de inflação mais fracos do que o esperado não puderem trazer as taxas para baixo, elas têm um caminho a percorrer, que é subir”, acrescentou Kramer.

Analistas disseram ao CoinDesk na quinta que o rali pós-inflação do Bitcoin pode ser uma armadilha para investidores mais otimistas. A expectativa pela frente é de mais volatilidade, principalmente considerando o Fed tem programada a aceleração do encolhimento do balanço patrimonial a partir de setembro.

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