Magalu (MGLU3) está apanhando na Bolsa porque sempre acreditou em loja física, diz Luiza Trajano; ação cai quase 7% e fecha a R$ 1,41

Competição acirrada no e-commerce, juros altos e uma pressão extra relacionada a aluguel de ações estão entre os principais fatores para a queda das ações

Equipe InfoMoney

(Crédito: Nilton Fukuda/ Agência Estado)

Publicidade

Mesmo em uma sessão de queda nos principais contratos de juros futuros, o que costuma impulsionar as ações de consumo e varejo na Bolsa, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) voltaram a registrar perdas. Na sessão desta terça-feira (24), as ações fecharam em baixa de 6,62%, a R$ 1,41, ficando a apenas R$ 0,42 de se tornar uma penny stock (ou uma ação de centavos) e no menor valor desde agosto de 2017.

Além do cenário ainda ser visto como desafiador para o varejo (com uma temporada de resultados do terceiro trimestre de 2023 que não deve empolgar), falas de Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, nesta terça, foram vistas como mais um dos fatores para a desvalorização das ações.

A presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, disse que a empresa está “apanhando muito na Bolsa” porque “sempre acreditou em loja física”.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Segundo Fabio Louzada, economista e fundador da “Eu me banco”, a declaração não animou muito os investidores.

Luiza também afirmou, em evento realizado na consultoria PwC e segundo informações do Estadão, que a crise atual do varejo não é a primeira do setor e, para ela, servirá para solidificar a empresa, frente ao crescimento dos últimos anos.

“O Magazine cresceu em crise e, quando a gente não cresce, a gente solidifica o crescimento. Crescemos muito nesses três, quatro anos, mais do que eu poderia até pensar, que a gente chegaria a faturar R$ 60 bilhões”, disse no evento da PwC, a empresa de auditoria interna da varejista.

Continua depois da publicidade

Ela citou momentos de dificuldade econômica que o País enfrentou no final do século passado e início do século 21. “Entra crise, sai crise, e o importante é sobreviver. Aprendi muito mais em crises”, completou. Ela também mencionou que a situação financeira da Americanas (AMER3) é “muito ruim” para o setor e que o episódio fez a Magalu melhorar procedimentos de auditoria interna, sem citar detalhes.

Em menos de três anos, o Magazine Luiza viu seu valor de mercado derreter 94%. Competição acirrada no e-commerce, juros elevados e uma pressão extra relacionada a aluguel de ações estão entre os principais fatores.

Para Trajano, o varejo digital é uma realidade que não tem como ficar de fora, mas as lojas físicas devem continuar a existir com um formato mais moderno. “Em Belém, a gente vende na internet e entrega em duas horas na loja física. Quando você digitaliza, tem menos caixa, mas tem mais estoquista. Acredito que essa mistura e a multicanalidade vai perdurar no Brasil por muito tempo”, disse Trajano.

Continua depois da publicidade

Ela comentou que outras empresas predominantemente digitais, como a Amazon e a Alibaba, têm apostado neste formato. Trajano também afirmou que a diferença de preço dos produtos no site e na loja física não existe mais. “Antigamente, a gente tinha que vender muito mais barato no site, porque o site dava prejuízo. Agora, acabou isso e não tem mais diferença”, completou.

Durante o evento, a PwC apresentou resultados de pesquisas sobre o consumo no setor do varejo e estratégias para segurança cibernética.

Expectativa pelos resultados

Publicidade

O Magalu deve divulgar o resultado do terceiro trimestre de 2023 em 13 de novembro, após o fechamento dos mercados.

O Bradesco BBI destaca que, para o e-commerce, os players locais ainda estão pressionados desde a receita bruta até o lucro líquido. “Os tempos continuam difíceis para bens duráveis e, portanto, esperamos que as tendências gerais de vendas do 1S23 persistam no 3T23”, pontuou.

Para o Magalu especificamente, o banco espera uma melhora sequencial modesta no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) e no resultado negativo, mas ainda deve ser altamente pressionada ao longo dos resultados do demonstrativo.

Continua depois da publicidade

Leia mais: 

Os principais indicadores chaves de desempenho (KPIs) deverão continuar sendo geração de caixa e margens (BBI estima margem Ebitda de 5,5%).

A XP espera um resultado misto para o Magalu, com receita mais fraca, mas melhora nas margens.

Publicidade

(com Estadão Conteúdo)