Lucro da Oi cai 13% e JBS lucra 69% menos; Gol, 4 imobiliárias e mais 10 divulgam balanço

HRT reverte prejuízo e lucra R$ 1,7 milhão no 1º trimestre, enquanto prejuízo da Gol dispara 74% e vai a R$ 131 milhões

Lara Rizério

(Divulgação JBS Friboi)

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SÃO PAULO – Na reta final da temporada de resultados, diversas companhias divulgam os seus números do primeiro trimestre de 2014. Em destaque, a Ultrapar Participações (UGPA3) teve lucro líquido 1% mais alto no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, em um resultado marcado por melhoras operacionais, mas o ofuscado por maiores despesas financeiras.

O lucro líquido foi de R$ 249,3 milhões no período de janeiro a março, frente a R$ 246,5 milhões no primeiro trimestre de 2013.

De acordo com a companhia, o resultado foi impulsionado pelo crescimento do Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Porém, o balanço foi impactado por aumento da taxa básica de juros do país, a Selic, e seus efeitos no aumento da dívida do grupo.

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O endividamento líquido da companhia que atua em vários setores, incluindo postos de combustíveis e produtos químicos, cresceu de R$ 3,7 bilhões para R$ 4,3 bilhões e a despesa financeira líquida saltou 89%, para R$ 115 milhões.

A geração de caixa medida pelo Ebitda da Ultrapar somou R$ 702 milhões, alta de 14% ano a ano. Já a receita líquida somou R$ 15,95 bilhões, avanço de 17% na comparação anual.

A Ipiranga comercializou 6 milhões de metros cúbicos de diesel, gasolina, etanol e GNV no primeiro trimestre, alta anual de 9%, graças ao avanço da frota de veículos leves do Brasil e pelos investimentos feitos nos últimos anos para expansão da rede de distribuição, disse a empresa.

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A Ultragaz teve redução de 1% no volume vendido em relação ao primeiro trimestre de 2013, principalmente devido às altas temperaturas do período que impactaram a demanda por aquecimento nas regiões Sul e Sudeste.

Cyrela
A Cyrela (CYRE3) teve lucro líquido de R$ 163 milhões no primeiro trimestre, queda de 8,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, sob o efeito de fatores que incluíram distrato de terrenos e menor resultado da joint venture Cury, voltada para o programa Minha Casa Minha Vida.

O resultado teve impacto negativo de R$ 25 milhões referentes a terrenos distratados na região Nordeste (10 milhões), provisões jurídicas por atraso de obras (8 milhões), além de um baixa contabil (7 milhões) no período.

A empresa também teve queda no valor de equivalência patrimonial, para R$ 6,9 milhões, com menor resultado da Cury. O desempenho da joint venture foi impactado por custos com início de construção de empreendimentos voltados à faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida, voltada para renda familiar de até R$ 1.600. Um ano antes, o resultado de equivalência patrimonial da Cyrela foi de R$ 13,1 milhões, enquanto no quarto trimestre foi de R$ 40,9 milhões.

Os lançamentos da Cyrela dobraram no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 1,914 bilhão, enquanto as vendas contratadas aumentaram 13,9%, a R$ 1,548 bilhão.

“As vendas começaram o ano com o mês de janeiro um pouco mais lento, mas com boa recuperação nos meses seguintes”, disse a Cyrela no balanço.

Ao final do trimestre, o estoque (todas as unidades disponíveis para venda, inclusive as lançadas no período) a valor de mercado somava R$ 7,18 bilhões, alta sobre os R$ 6,7 bilhões de um ano antes.

Segundo a Cyrela, a elevação se deu pelo forte volume de lançamentos no período, com 60% concentrados no final na segunda quinzena de março.

Entre janeiro e março, a Cyrela comprou quatro terrenos no Rio de Janeiro e em São Paulo, enquanto distratou quatro terrenos no Nordeste, que representavam um valor geral de vendas de 2,3 bilhões de reais.

A companhia teve receita líquida de R$ 1,3 bilhão entre janeiro e março, aumento anual de 8,2%. O Ebitda totalizou R$ 244 milhões, recuo de 5,7%, na mesma base de comparação. O caixa da Cyrela ficou 26% menor na comparação anual e encerrou o trimestre em R$ 159 milhões.

Rossi
A Rossi Residencial (RSID3) teve lucro líquido de R$ 6,8 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 10 milhões um ano antes. O Ebitda foi de R$ 38,7 milhões no período, alta de 77,2% sobre igual período do ano passado.

 No primeiro trimestre, a Rossi teve margem bruta de 20%, alta anual de 5,3 pontos percentuais. A Rossi teve geração de caixa de R$ 167,5 milhões, 15% inferior ao resultado do quarto trimestre de 2013, mas, segundo o executivo, a cifra ficou além das projeções da companhia. A relação dívida líquida sobre patrimônio líquido caiu 7,4 pontos percentuais em base sequencial, a 89,9%. Do lado operacional, a empresa também conseguiu fazer lançamentos, saindo do zero um ano antes para R$ 157,8 milhões entre janeiro e março.

MRV
O lucro líquido da construtora e incorporadora MRV (MRVE3) no primeiro trimestre teve leve alta na comparação anual e ficou abaixo das estimativas de analistas, enquanto a companhia ainda espera um nível de rescisões de contratos similar para o restante do ano.

A empresa teve lucro de R$ 81 milhões entre janeiro e março, aumento de 2,7% sobre o mesmo período de 2013. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava lucro líquido de R$ 114,2 milhões.

A companhia teve despesas comerciais 9% maiores no trimestre na comparação anual, num total de R$ 69 milhões de reais entre janeiro e março.

As vendas da MRV no período avançaram 40%, a R$ 1,54 bilhão, ainda baseada na desova de estoques. Os lançamentos subiram 54% no período, para R$ 1,16 bilhão.

Os cancelamentos de contratos (distratos) foram de R$ 327,9 milhões, alta de 41% na comparação anual. A relação entre as vendas e as rescisões foi de 21,3% no período, alta de 0,08% sobre o ano anterior, disse a MRV.

“Por mais que esteja um pouco mais elevado do que gostaríamos, de certa forma ele (o distrato) vira uma oportunidade”, disse à Reuters um dos diretores-presidente da companhia, Rafael Menin, mencionando a alta velocidade de revenda e o aumento de preço real nesta nova comercialização.

Para a companhia, o fato dos distratos serem feitos durante a fase de construção dos empreendimentos permite sua revenda durante o andamento da obra.

Segundo o executivo, a relação entre cancelamentos e vendas deve se manter no mesmo patamar atual nos próximos trimestres, até que a MRV efetive completamente o seu novo sistema Siqac, que condiciona a venda dos imóveis à aprovação do crédito pelo banco para o cliente.

“O distrato deve se manter neste mesmo nível, a gente não enxerga nos próximos trimestres uma redução do distrato. Com o projeto concluído até o final do ano, com certeza o percentual de distrato será muito menor”, disse Menin.

A receita operacional líquida da MRV subiu 9,8%, para R$ 911 milhões. O Ebitda foi de R$ 132 milhões, 2,4% mais alto na comparação anual. A companhia teve geração de caixa de R$ 56 milhões, mas bem menor do que nos trimestres anteriores. Entre outubro e dezembro, foi de R$ 162 milhões, e no primeiro trimestre de 2013, de R$ 62 milhões.

Trisul
Já a Trisul (TRIS3) registrou um lucro líquido de R$ 6,10 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 24% na comparação com o mesmo período de 2013, quando lucrou R$ 8,04 milhões. A receita operacional líquida teve baixa de 37%, para R$ 99,9 milhões.

No período, o lucro bruto totalizou R$ 36 milhões, alta de 11% ante os últimos três meses do ano passado. Já a margem bruta foi de 36%, acréscimo de 12 pontos percentuais diante do mesmo período do ano anterior.

O Ebitda ajustado, por sua vez, teve baixa de 38%, para R$ 13,66 milhões, enquanto a margem Ebitda caiu 0,2 ponto percentual, a 13,7%. A Trisul encerrou o primeiro trimestre com saldo de recebíveis totais de R$768 milhões, sendo R$ 344 milhões referentes aos recebíveis performados.

Copel
A distribuidora de energia paranaense Copel (CPLE6) teve lucro líquido de R$ 583 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 46,2 por cento na comparação com o mesmo período de 2013, informou a companhia.

A média das estimativas obtidas pela Reuters apontava para lucro líquido de 406,6 milhões de reais entre janeiro e março.

A companhia informou na semana passada que a venda de energia para o mercado cativo de distribuição totalizou 6.184 GWh no primeiro trimestre, alta de 7,1 por cento na comparação anual.

Já o total de energia vendida pela Copel, composto pelas vendas da Copel Distribuição e da Copel Geração e Transmissão em todos os mercados, caiu 6,8 por cento entre janeiro e março. O fornecimento de energia elétrica, por sua vez, cresceu 6,6 por cento na mesma base de comparação.

A receita líquida da Copel no período foi de 3,05 bilhões de reais, 28,2 por cento maior em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 29,1 por cento sob a mesma base de comparação e encerrou o trimestre em 858,6 milhões de reais.

Oi
A operadora de telecomunicações Oi (OIBR4) teve um recuo de 13 por cento em seu lucro líquido no primeiro trimestre sobre um ano antes, para 228 milhões de reais, informou a empresa na madrugada desta quinta-feira.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 2,957 bilhões de reais nos três primeiros meses do ano, alta de 37,5 por cento na comparação anual.

JBS
A JBS (JBSS3) viu o lucro líquido recuar 69,3 por cento no primeiro trimestre ante igual período do ano passado, a 70 milhões de reais, segundo resultado divulgado pela maior exportadora global de carne bovina no fim da quarta-feira.

A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou 1,75 bilhão de reais no período, alta de 99 por cento sobre um ano antes. Em pesquisa da Reuters, analistas estimavam lucro líquido de 324 milhões de reais e Ebitda de 1,62 bilhão no primeiro trimestre.

Gol
A companhia aérea Gol (GOLL4) encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de 131 milhões de reais, um crescimento de 74 por cento em relação ao resultado negativo de 75 milhões de reais sofrido no mesmo período de 2013.

Apesar do aumento no prejuízo, a empresa teve receita líquida recorde para o período entre janeiro e março, de 2,49 bilhões de reais, um crescimento de 19,7 por cento sobre o faturamento do primeiro trimestre de 2013.

A média de cinco previsões de analistas apurada pela Reuters indicava receita líquida de 2,47 bilhões de reais para a Gol no primeiro trimestre.

Pesou sobre a empresa o avanço do resultado financeiro negativo, que passou de 106,93 milhões de reais no primeiro trimestre do ano passado para 193,78 milhões entre janeiro e março deste ano.

Cerca de 60 por cento dos custos da Gol são em dólares, e a valorização da moeda no ano passado elevou ainda mais os gastos da empresa, principalmente com combustível de aviação. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o dólar subiu cerca de 15 por cento nos três primeiros meses deste ano.

Em busca de rentabilidade, a Gol elevou no primeiro trimestre a taxa de ocupação de suas aeronaves para recorde de 76 por cento, o que ajudou o lucro operacional (Ebit, sigla em inglês para lucro antes de juros e impostos) a crescer 43 por cento na comparação anual, para 144 milhões de reais.

O nível de endividamento da companhia encerrou o primeiro trimestre em 6,5 vezes ante 27,9 vezes um ano antes.

HRT
A petroleira HRT (HRTP3) encerrou o primeiro trimestre deste ano com um lucro líquido de 1,7 milhão de reais, revertendo um prejuízo de 99,2 milhões de reais registrado um ano antes, informou a empresa na noite de quarta-feira, em seu primeiro resultado operacional.

O Ebitda totalizou 35,8 milhões de reais entre janeiro e março, também revertendo um resultado negativo em 97,6 milhões de reais um ano antes.

Brasil Pharma
A Brasil Pharma (BPHA3) passou a registrar prejuízo no primeiro trimestre deste ano, com resultado negativo de R$ 185,3 milhões ante lucro líquido ajustado de R$ 2,58 milhões no mesmo período do ano passado. 

Já a receita bruta foi de R$929,3 milhões, com crescimento de 15,7% ante o ano passado, enquanto o Ebitda ficou negativo em R$ 141 milhões com margem Ebitda negativa de 15,2%. Um ano antes, o Ebitda estava positivo em R$ 34,7 milhões e a margem Ebitda ajustada estava em 4,3%. 

Sonae Sierra
No primeiro trimestre de 2014, a Sonae Sierra (SSBR3) registrou lucro líquido de R$ 27,4 milhões, o que representou um recuo de 11% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O Ebitda ajustado atingiu R$ 50,5 milhões, alta de 1,4%. A margem Ebitda ajustada ficou 68% ante 76,9% de janeiro a março do último ano. Na comparação anual, a receita líquida ficou 14,8% superior, com R$ 74,3 milhões.

Log-In
A Log-In (LOGN3) viu seu lucro recuar 31% no primeiro trimestre deste ano na comparação anual, passando de R$ 29,2 milhões para R$ 20,1 milhões. Enquanto isso, o Ebitda ajustado da companhia recuou 13%, fechando o período em R$ 39,6 milhões, com margem Ebitda de 17,9%.

Apesar das quedas nos números, a Log-In teve recorde de navegação costeira, atingindo no período volumes transportados de 55,6 mil TEUS. Já no segmento de cabotagem, a empresa fechou o trimestre com 28,1 mil TEUS – alta de 20,9% ante o ano anterior.

Prumo
A Prumo Logística (PRML3), antiga LLX, registrou prejuízo líquido de R$ 13,14 milhões no primeiro trimestre, ante resultado negativo de R$ 11,48 milhões no final de 2013. Enquanto isso, a receita líquida de aluguel da companhia passou de R$ 14,17 milhões para R$ 17,28 milhões entre o último trimestre do ano passado e os três primeiros meses de 2014.

Já o resultado financeiro subiu de R$ 3,21 milhões para atuais R$ 12,82 milhões, enquanto as despesas financeiras atingiram R$ 22,87 milhões, ante despesa de R$ 10,15 milhões no final do último ano.

Cia. Providência 
A Companhia Providência (PRVI3) teve prejuízo líquido de R$ 1,65 milhão no primeiro trimestre do ano, revertendo o lucro de R$ 5,05 milhões registrado nos três primeiros meses do ano passado.

O Ebitda ajustado somou R$ 28,821 milhões de janeiro a março, alta de 11,8% na mesma base de comparação, com margem de 13,6%, queda de 2,4 pontos porcentuais.

A receita líquida da companhia no primeiro trimestre foi de R$ 211,749 milhões, crescimento de 31,8%. O resultado financeiro foi negativo em R$ 11,949 milhões, alta de 47,8% frente aos R$ 8,082 milhões negativos do primeiro trimestre do ano passado.

Renar Maçãs
A Renar Maçãs (RNAR3) registrou um prejuízo líquido de R$ 3,45 milhões no primeiro trimestre, uma alta de 165% frente a R$ 1,3 milhão no mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, a receita líquida teve alta de 87%, passando de R$ 6,2 milhões para R$ 11,64 milhões.

Por outro lado, o Ebitda passou de resultado negativo de R$ 2,97 milhões para positivo em R$ 1,94 milhão, levando a margem Ebitda para 16,7%, ante resultado negativo de 47,9% um ano antes.  

“O Ebitda do primeiro trimestre atesta a forte recuperação frente aos resultados dos últimos anos. Uma vez que o 1º semestre é normalmente um período no qual a companhia apresenta resultados negativos, por uma característica do setor e atribuído historicamente a dois principais fatores: redução da participação das vendas de frutas comerciais, reservadas para venda no 2º semestre, consequentemente comercialização de grande parte do volume de frutas industriais esperados para o ano e baixo preço da fruta comercial resultado da grande oferta de frutas neste período do ano. O primeiro trimestre porém, apresentou preço e qualidade tão elevados, que superou estes fatores adversos, registrando Ebitda de R$ 1,9 milhão”, ressaltou a companhia.

(Com Reuters e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.