Lucro contábil do IRB sobe 44,9% no 1º tri, a R$ 50,8 mi; Credit Suisse vê resultado como negativo

A receita operacional líquida da empresa, por sua vez, alcançou R$ 1,77 bilhão, alta de 2,9% ante R$ 1,72 bilhão um ano antes

Equipe InfoMoney

IRB Brasil (Foto/Reprodução: Youtube)

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O IRB Brasil (IRBR3) registrou lucro líquido contábil de R$ 50,8 milhões no primeiro trimestre de 2021, alta de 44,9% frente os R$ 35,1 milhões verificados em igual período de 2020.

Quando excluídos os efeitos não recorrentes a companhia apresentou lucro líquido recorrente de R$ 80,5 milhões, frente a perdas de R$ 75,2 milhões no mesmo período de 2020. A resseguradora teve lucro operacional de R$ 92,6 milhões, alta de 6,4% na base anual.

Já a receita operacional líquida da empresa no primeiro trimestre de 2021 alcançou R$ 1,77 bilhão, alta de 2,9% ante R$ 1,72 bilhão um ano antes.

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De acordo com a companhia, os números são atribuídos principalmente à melhora do índice de sinistralidade, em consequência da estratégia de re-underwriting (ou subscrição, procedimento para avaliar se aceitam ou recusam determinados riscos para fins de resseguros ou seguros) adotada desde julho de 2020.

No primeiro trimestre, a sinistralidade apresentou redução de 4,4 pontos percentuais, ante ao mesmo trimestre do ano anterior, passando de 76,5% para 72,1%. Excluindo os efeitos dos negócios descontinuados, a sinistralidade do trimestre ficaria em 69,6%, redução de 6,9 pontos.

A companhia registrou, no trimestre, resultado de subscrição positivo em R$ 74,2 milhões, 57% maior que o verificado no mesmo período de 2020. “Nota-se que a performance positiva, tanto no exterior como no Brasil, não ocorria desde o início dos ajustes promovidos pela atual direção”, aponta a empresa. Ao excluir o efeito dos negócios descontinuados do período, a companhia teria apresentado um resultado de subscrição positivo em R$ 93,3 milhões no trimestre.

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“Mantivemos a revisão do nosso portfólio e nossos objetivos estratégicos. Nesse contexto, privilegiamos os negócios locais em detrimento aos do exterior, aonde fomos mais seletivos e restritivos. Além do lucro líquido e da melhora no resultado de subscrição, é importante destacar o fim da fiscalização especial da Susep e o cumprimento do plano de liquidez regulatória”, afirma o CEO e vice-presidente Técnico e de Operações, Wilson Toneto.

Werner Süffert, vice-presidente Financeiro e de Relação com Investidores, apontou a melhora no fluxo de caixa: “A companhia pelo terceiro trimestre consecutivo apresentou uma geração de caixa operacional positiva em R$ 551 milhões. Desconsiderando o recebimento do acordo de ressarcimento com a Eletronorte de R$ 358 milhões, a geração de caixa no trimestre foi de R$ 176 milhões”.

No primeiro trimestre de 2021, o volume total de prêmios emitidos totalizou R$ 1,9 bilhão. A emissão no Brasil somou R$ 1 bilhão, o que representou um aumento de 18,6% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Já no exterior, o faturamento totalizou R$ 886,1 milhões com redução de 20,6% em relação ao 1T20, em linha com a estratégia de re-underwriting. No total, o prêmio foi menor em 3,3% em relação ao mesmo período de 2020.

A companhia afirmou que apresentou excesso de capital regulatório de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um índice de solvência regulatória de 181% (patrimônio líquido ajustado / capital de risco total), ao mesmo tempo em que o índice de solvência total da empresa foi ao patamar de 254% (patrimônio líquido / capital de risco total).

O IRB teve suficiência na liquidez regulatória de R$ 160,4 milhões, próximo ao nível observado ao final de 2020. Excluindo-se a margem adicional de 20% sobre o capital de risco, a companhia registrou no primeiro trimestre suficiência de ativos elegíveis para garantia das provisões técnicas de R$ 505,2 milhões. Os índices se mantiveram positivos no trimestre e mostraram reversão da insuficiência observada ao longo de 2020.

A leitura dos investidores para o balanço, contudo, não foi tão positiva, com a ação fechando em queda de 5,08%, a R$ 6,16, nesta sexta-feira (14) após o resultado.

Apesar dos dados, num primeiro momento, apontarem como positivos, o Credit Suisse vê os resultados do IRB como negativos para as ações, uma vez que a lucratividade permanece baixa, mesmo ajustando para despesas únicas e o impacto negativo das operações descontinuadas. Os prêmios continuam a ser impactados pela estratégia de “re-underwriting” da empresa.

Contudo, apontam, mais importante do que isso, os resultados foram ajudados pela reversão das provisões “Incurred But Not Reported” (IBNR, uma provisão atuarial feita em bases estatísticas para se prevenir de futuros avisos de sinistros) no segmento de vida, reversão do despesas de provisionamento no segmento internacional, além do impacto positivo no valor de R$ 22,5 milhões de créditos tributários relativos a PIS / Cofins no primeiro trimestre e resultados financeiros acima níveis normalizados. “Retirados esses efeitos, o desempenho de núcleo aponta para um número muito pior”, apontam os analsitas do Credit.

Assim, Marcelo Telles e Alonso Garcia, analistas do Credit, reiteram a sua recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para os ativos IRBR3, com preço-alvo de R$ 7,50, valor 15,5% superior ao de fechamento da véspera.

“A ação continua negociando a um alto múltiplo de 1,85 vez o preço sobre o valor patrimonial, apesar
do Retorno sobre o Patrimônio Líquido [ROE] bem abaixo do custo de capital próprio”, apontam.

CEO destaca geração de caixa

Em coletiva de apresentação dos resultados, Toneto destacou a geração de caixa operacional pelo terceiro trimestre seguido. “É um dos principais fatores avaliados na nossa atividade, e, se observarmos nos últimos três trimestres consecutivamente geramos caixa operacional”, apontou.

Ele também apontou que o caixa da companhia tem sido uma sinalização muito efetiva das medidas que a empresa tem tomado e também de melhora dos processos.

O CEO destacou também os índices de solvência da companhia e o enquadramento regulatório de cobertura de provisões técnicas e liquidez, tornando possível encerrar a fiscalização especial da Susep sobre a companhia.

Isabel Solano, vice-presidente de resseguros, apontou que a empresa ainda está no meio do processo árduo de ‘reunderwiriting’ e que o foco está na lucratividade do portfólio e menor sinistralidade. Já para  Para Süffert, “a limpeza da carteira trará uma redução da exposição ao risco e uma menor volatilidade”.

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