Localiza (RENT3) vê impacto no 1º tri com recebimento de carros novos, enquanto alta de roubos preocupa; ação fecha em queda de 5,2%

Em 2021, a companhia reduziu o ritmo de venda de carros seminovos para alongar sua vida útil na empresa, com a crise de entrega de veículos pela indústria

Augusto Diniz

Localiza (Foto: Divulgação)

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Dois pontos, que afetaram às margens e os custos da Localiza (RENT3) em 2021, foram amplamente discutidos na teleconferência com analistas do mercado que a empresa realizou nesta quarta (23), após os resultados do quarto trimestre de 2021.

Após os resultados, as ações fecharam em queda, também repercutindo o mau humor do mercado, com o Ibovespa caindo 0,78%: RENT3 registrou baixa de 5,23%, a R$ 58,36.

Já na abertura do evento virtual, Bruno Lasansky, CEO da Localiza, destacava que, no ano passado, a disponibilidade de veículos zero quilômetro continuou sendo impactada pelos desdobramentos da pandemia e pela falta de insumos, principalmente semicondutores. Além disso, os custos com roubo de carros e inadimplência foram impactados no segundo semestre de 2021.

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No que tange ao item roubo de carros, Rodrigo Tavares, CFO da Localiza, informou que a empresa tem tomado medidas para diminuí-lo. Segundo ele, mudou-se o critério de reconhecimento para abrir ocorrência, tendo sido mais rigoroso com esse processo. “Agora, não se espera mais de 30 dias para lançar o carro em risco”, disse.

Entre as medidas adotadas incluem-se maior monitoramento da frota e score de créditos de clientes mais refinados. “A gente começou a negar reserva para clientes de alto risco”, disse.

De acordo com o CFO, dezembro já diminuiu este índice por conta das medidas implementadas; e em janeiro diz ter alcançado os níveis baixos históricos nesse item. “Não se espera que tenha impacto relevante esse ano”, afirmou. “No início de 2022 isso já diminui substancial”.

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Crise de carros novos fez empresa alongar vida útil de seminovos

Em 2021, a companhia reduziu o ritmo de venda de carros seminovos para alongar sua vida útil na empresa. O motivo foi a crise de entrega de veículos pela indústria por conta da nova variante da Covid-19, o ômicron, que atingiu trabalhadores do setor, diminuindo a produção em toda cadeia.

A Localiza informou que o volume de vendas de seminovos vai se manter reduzido ao longo do primeiro semestre, para suportar a retomando de crescimento nas divisões de aluguel de carros.

Mais manutenção, mais custos

A ampliação da vida útil dos veículos representa mais manutenção dos mesmos e consequentemente, aumento de custos nesse item.  “A depreciação é menor, mas o custo de manutenção maior”, avalia a Localiza.

A empresa relatou que o recebimento de veículos novos das montadoras continuou prejudicado em janeiro, e deve impactar no 1T22.

A Localiza teve receita líquida da Divisão de Aluguel de Carros crescimento anual de quase 40% em relação a 2021, mostrando tendência do setor. A Divisão de Gestão de Frotas também teve expansão, ainda não refletido em carros alugados pelo backlog de entregas de carros novos, afirmou a companhia.

No 4T21, a Localiza reduziu a estrutura de seminovos em cinco lojas em comparação às 132 lojas no 3T21, encerrando o ano
com 127 pontos de venda, em 85 cidades no Brasil.

“Ao longo do ano fomos ajustando a desmobilização da frota aos volumes de compra de carros, de forma a encerrar 2021 com adição de 18 mil carros na frota. Estamos nos tornando mais eficientes na manutenção dos carros com maior idade média, bem como na alocação destes por segmento, de acordo com a quilometragem”, relatou a empresa.

Fusão Localiza-Unidas

A empresa informou ainda que aguarda a aprovação final pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da combinação dos negócios com a Unidas. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, em notícia publicada nesta quarta (23), as locadoras de veículos Localiza e Unidas estão perto de vender os ativos necessários à obtenção da aprovação do Cade.

A Companhia fechou 2021 com 289.796 carros, 18,5 mil veículos a mais que em 2020, um crescimento de 4,2%.

Nesta quarta, o Cade negou rediscutir o mérito da aprovação da fusão entre a Unidas e a Localiza, aprovada em dezembro do ano passado pelo Tribunal da autarquia. Os conselheiros analisaram embargos opostos pela ALD Automotive S.A..

A empresa alegou contradições na decisão, principalmente no acordo negociado entre órgão antitruste e as empresas para aprovar a operação. De acordo com a relatora, conselheira Lenisa Prado, não há contradições.

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