JSL (JSLG3) amplia lucro em 21% no segundo trimestre de 2023, para R$ 41,3 milhões

Empresa de logística reporta manutenção de margens e clientes mais otimistas com ciclo de queda dos juros

Rikardy Tooge

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A JSL (JSLG3), braço de logística da Simpar (SIMH3), reportou nesta segunda-feira (7), crescimento de 20,8% no lucro líquido ajustado no segundo trimestre de 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 41,3 milhões. O indicador foi ajustado em função da incorporação dos números da IC Transportes, empresa comprada pela JSL em março – em termos contábeis, a última linha do balanço registrou R$ 205,2 milhões, o que seria um crescimento de 587,8%.

Para Guilherme Sampaio, CFO da companhia, o resultado trimestral demonstrou que a JSL vem cumprindo à risco a tese que viabilizou sua oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês), em 2020. “Desde o IPO, nossa receita mais que dobrou. Hoje somos uma empresa de R$ 9,6 bilhões com crescimento orgânico de 14% a 15%, ao ano. É um case que está entregando resultados ao mercado”, avalia.

No trimestre, a receita líquida alcançou R$ 1,84 bilhão, com alta de 27,9% em relação ao segundo trimestre de 2022. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) ajustado somou R$ 358,5 milhões, ante R$ 250,7 milhões reportado no mesmo período do ano passado – uma alta de 43%.

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Operação da JSL (Divulgação)
JSL: empresa vem entregando crescimento de receita e escala desde o IPO (Divulgação)

Sampaio destacou também a manutenção das margens do negócio diante de mais um trimestre de forte alta nas despesas. Enquanto o indicador de custos avançou 25,3% no comparativo com o 2T22, para R$ 1,51 bilhão, a JSL conseguiu elevar a margem Ebitda em 1,9 ponto percentual, a 20,1% (em relação ao primeiro trimestre deste ano, o índice apresentou estabilidade). O retorno sobre o capital investido (ROIC, em inglês) ficou em 20,8%.

“A manutenção das margens e nosso ROIC mostram que nossa política de renegociação de contratos tem funcionado”, diz o CFO. Segundo Guilherme Sampaio, desde 2021, a JSL já repactuou os termos de prestação de serviço de praticamente toda sua base de clientes, incorporando a alta dos insumos e da inflação no período.

“Existem clientes em que foi necessário fazer isso mais de uma vez. Nós não negociamos para obter mais margem, apenas manter o retorno que estava previsto na contratação do projeto, e isso tem sido bem aceito pelos clientes”, explica.

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No trimestre a empresa fechou R$ 972 milhões em novos contratos, com prazo médio de 51 meses. O executivo relata que no fim do segundo trimestre já foi possível capturar certo otimismo dos clientes com a perspectiva de um ciclo de queda nos juros, movimento que ganhou tração nos primeiros meses do terceiro trimestre. “Em junho, observamos um aquecimento de demanda, vimos que o pessoal ganhou mais ânimo”, relata Sampaio.

Na estrutura de capital, a JSL encerrou o trimestre com a alavancagem (relação dívida líquida por Ebitda adicionado), que é o cálculo para os covenants da empresa, em 2,45 vezes – no acordo com os bancos, a tolerância está em 3,5 vezes.

Com espaço para a alavancagem, a empresa não descarta novas aquisições. Desde o IPO, a JSL comprou oito empresas – somente neste semestre, a empresa fez o M&A da IC Transportes e da FSJ Logística. “O M&A é uma estratégia nossa e vamos continuar fazendo, só não temos prazo para isso”, reforça o CFO.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br