JPMorgan vê “astros se alinhando” para as ações brasileiras, mas rali real só virá com queda da Selic

"Apesar de sermos overweight para Brasil, achamos que o rali ocorrerá quando os juros realmente começarem a cair", afirmaram Emy Shayo e equipe

Equipe InfoMoney

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Os estrategistas do JPMorgan, liderados por Emy Shayo, reiteraram recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para ações brasileiras em seu portfólio para a América Latina, ressaltando que as “estrelas estão de alinhando” para o país, segundo relatório desta segunda-feira (5).

Os analistas ressaltam que o caso mais “fácil” entre os mercados emergentes está ainda mais interessante, com projeções para o PIB sendo revisadas para cima, inflação melhor que a esperado, assim como os resultados corporativos do primeiro trimestre.

Também destacam que a aprovação do novo marco fiscal na Câmara dos Deputados afastou por algum tempo as nuvens sobre o futuro das contas públicas, enquanto a reforma tributária deve ser mais um catalisador positivo, ainda que com efeitos controversos em determinados setores e empresas específicas.

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Do ponto de vista político, os estrategistas do JPMorgan avaliam que o Congresso tem sido o guardião da política econômica, levando à aprovação de questões necessárias e bloqueando a reversão de reformas anteriores.

“Apesar de sermos overweight para Brasil, achamos que o rali ocorrerá quando os juros realmente começarem a cair”, afirmaram Emy Shayo e equipe no relatório. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano e a projeção de maior parte do mercado é de corte de juros a partir de setembro.

No portfólio de América Latina, considerando apenas as ações brasileiras, estão na lista do JPMorgan: Assaí (ASAI3), Aliansce (ALSO3), Alupar (ALUP11), BTG Pactual (BPAC11), B3 (B3SA3), Copel (CPLE6), Itaúsa (ITSA4), Localiza (RENT3), Lojas Renner (LREN3), Minerva (BEEF3), MRV (BEEF3), Petrobras ON (PETR4), RD (RADL3), Rede D’Or (RDOR3), TIM (TIMS3), Vale (VALE3) e Vibra (VBBR3).

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Para os outros países da região, o JPMorgan aponta que está neutro em México. O banco ressalta que a boa história macro está sendo, pelo menos, temporariamente, ofuscada pelo ruído elevado do lado da política. Por outro lado, nearshoring (quando empresas transferem algumas das suas operações ou processos para um país próximo, o que beneficiaria México, mais próximo dos EUA, que está transferindo suas cadeias de produção) é um tema que veio para ficar e pode proporcionar um bom desempenho para o México ao longo do tempo.

Entre as nações andinas, a ordem de preferência é Chile, Peru, Colômbia. O JPMorgan aponta que, enquanto a atividade econômica teve uma piora no Chile mais recentemente, a história continua sendo aquela em que os cortes nas taxas (começando em julho) devem impulsionar um crescimento maior no próximo ano, permitindo a expansão dos lucros dentro
um ambiente de valuation muito barato. Além disso, tem a visão de que o cenário político está se acalmando. Assim, tem recomendação overweight para o país.

Por outro lado, aponta, a Colômbia permanece com um cenário desafiador, pois as reformas estão pendentes. Embora tenha visto alguma recuperação do peso colombiano ultimamente, o banco rebaixou a Colômbia de neutro para underweight (exposição abaixo da média). Já para o Peru, o banco reduziu a sua exposição underweight, ainda que tenha uma exposiçã abaixo da média para as ações do país.

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(com Reuters)