Itaúsa (ITSA4): fatia do lucro destinada a dividendos deve aumentar nos próximos anos, diz CEO

O lucro distribuído pela holding vem do Itaú Unibanco, que limitou proventos aos acionistas por causa da pandemia

Mitchel Diniz

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SÃO PAULO – Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa (ITSA4), afirmou que o payout (fatia do lucro para pagamento de dividendos) da empresa deve voltar aos níveis pré-pandemia nos próximos anos. As últimas distribuições de proventos da companhia foram impactadas por uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), que entrou em vigor no ano passado, e limitavam a distribuição de dividendos das empresas do setor financeiro ao mínimo previsto em estatuto social. Setubal acredita que “o pior já passou” e o payout deve aumentar ao longo dos próximos anos.

“Os dividendos que vão ser pagos no começo do ano que vem ainda vão refletir essa limitação, mas a gente acredita que os níveis de payout sejam retomados ao longo dos próximos anos”, afirmou Setubal, durante evento da Itaúsa com a participação de CEOs das empresas controladas pela holding.

Além do Itaú Unibanco (ITUB4), a Itaúsa tem participação na Alpargatas (ALPA4), na Dexco (DXCO3, ex-Duratex) e a Copa Energia (ex-Copagaz). Setubal explicou, porém, que a Itaúsa repassa apenas dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) pagos pelo Itaú Unibanco. Os proventos das demais controladas são utilizados no pagamento de despesas e impostos.

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“Dependemos de dividendos, pois não somos uma empresa operacional, que gera caixa”, afirmou Setubal, ao ser questionado se a empresa poderia antecipar pagamento de dividendos. O CEO também disse que os investidores não devem esperar o mesmo volume de proventos que foi distribuído em 2018 e 2019. “O payout chegou a 80%, 90% do lucro do Itaú Unibanco e a Itaúsa distribuiu de 40% a 50% dos resultados”, explicou Setubal, que classificou a distribuição como “fora da curva”.

Leia mais: Lucro da Itaúsa salta quase 500% para R$ 3,5 bilhões no 2º trimestre de 2021

Já a Dexco, controlada do Itaúsa, promete distribuir dividendos “fortes” apesar de também investir uma boa parte do lucro no crescimento da empresa. “Os dividendos estão acompanhando os bons resultados da empresa e provavelmente vão ser fortes este ano e nos próximos”, afirmou Antonio Joaquim de Oliveira, CEO da Dexco.

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Segundo ele, o programa de investimento é compatível com o caixa da companhia. “Estamos em níveis de alavancagem muito baixos e temos condições de manter a aceleração do crescimento mantendo a política de dividendos da companhia”, complementou.

Mudança de portfólio

Hoje as duas maiores participações no portfólio da Itaúsa são empresas do setor financeiro: o Itaú Unibanco e a XP. Esta última, segundo Setubal, não faz parte do plano de diversificação da holding. “Gostamos muito da companhia, acreditamos no crescimento, mas ao longo dos próximos anos, vamos nos desfazer das ações”, explicou o CEO.

A ideia da Itaúsa é ter apenas o Itaú Unibanco como empresa do segmento financeiro no portfólio, o que já representa muita coisa. “O que eu vejo para daqui a 10 anos é a Itaúsa com um grande portfólio de empresas não-financeiras, mas o banco continuará sendo a nossa grande âncora”, afirmou Setubal.

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O CEO disse que a holding está à procura de boas empresas para operações de fusões e aquisições (M&A) e destacou dois setores: saúde e agronegócio. No entanto, Setubal deixou claro que o objetivo é trazer empresas de capital fechado para o portfólio da Itaúsa. “Não estamos considerando nenhuma aquisição de participação via Bolsa”, disse ele, acrescentando que a intenção é fazer investimentos puramente em empresas brasileiras.

Com a diversificação de empresas sob controle da holding, Setubal também espera distribuir mais dividendos. “Teremos empresas que serão muito relevantes para geração de caixa e retorno para os acionistas. Eu acho que a gente vai poder aumentar o nosso payout não só com os dividendos do Itaú Unibanco, mas também com o portfólio que vamos construir”, afirmou o CEO.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados