Itaú BBA projeta Ibovespa a 145 mil pontos em 2024 com base em 4 pilares e destaca ações preferidas

Banco considera que é possível esperar "ampla disseminação do crescimento de lucros acima da inflação em 2024"

Camille Bocanegra

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O Itaú BBA destacou suas perspectivas para o mercado brasileiro, com projeção para o Ibovespa finalizando 2024 a 145 mil pontos, uma alta de cerca de 18% frente o fechamento da última terça-feira (14).

Em análise, a equipe de estratégia destacou as ações brasileiras com “overweight” (recomendação de exposição acima da média, similar à compra).

O banco apontou os pilares de sua tese de investimento em Brasil e considera que ações de commodities deverão representar 50% do lucro por ação do Ibovespa em 2024.

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A tese de investimento combina tanto análise da avaliação do conjunto de ações no Brasil quanto detalhes dos papéis, do mercado em si e do cenário macroeconômico para 2024.

Quatro pilares de tese de investimento

A visão é pautada em quatro pilares que envolvem potencial de crescimento por ação, comportamento da taxa de juros Selic no ano que vem e o posicionamento no mercado.

O primeiro pilar considerado pelo BBA é a avaliação atrativa das ações do país, em 7,9 vezes o preço sobre o lucro para os próximos 12 meses, com 1,5 desvios-padrão abaixo da média história. Assim, mesmo considerando os rendimentos de títulos do Tesouro e ações nos EUA, o Brasil segue como um bom negócio.

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O segundo ponto que baseia a análise do banco é o “potencial razoável de crescimento do lucro por ação em 2024”, estimado em acima de 10%. Os papéis apresentam, ainda, revisões estáveis e 82% das empresas sob cobertura do BBA e consideradas na análise apresentam lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) crescendo acima da inflação.

“Antecipa-se uma ampla disseminação do crescimento dos lucros acima da inflação para 2024. Olhando para o futuro, esperamos alguma melhoria nos EPS das ações domésticas, impulsionada por uma taxa Selic mais baixa, crescimento razoável do PIB e inflação mais baixa, o que provavelmente melhorará as margens de lucro líquido”, entende o BBA.

O terceiro pilar da tese de investimento diz respeito ao posicionamento do mercado, considerado leve pelo BBA. O relatório destaca a “realocação tardia para ações”, observando que fundos de ações correspondem a 8% dos ativos sobre gestão da indústria de fundos. O dado se compara ao pico recente de participação de mais de 10% dessa classe de fundos no mercado.

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O banco destaca, no quarto pilar, as previsões que a equipe macroeconômica observa para 2024. Dentre os dados, está a taxa Selic em patamar de dígito único, com valor terminal estimado em 9,5% para o ano, ainda que a análise destaque a possibilidade de continuidade de incertezas fiscais.

Preferidas do Itaú BBA

Na análise do banco, há destaque para ações de commodities, com 50% do lucro por ação do Ibovespa em 2024. Ainda assim, o BBA entende que é possível que a contribuição de ações do segmento seja reduzida em prol de aumento de lucro por ação de ações domésticas, que podem apresentar crescimento de dois dígitos em 2024 e 2025.

“As estimativas de lucro por ação de nossa equipe de pesquisa estão acima do consenso para os setores Financeiro (Bancário) e Serviços Públicos, dois setores nos quais estamos com overweight. Nossas estimativas de Ebitda estão acima do consenso para os setores de Saúde, Transporte e Serviços Públicos”, considera.

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Os nomes preferidos pelo banco são Equatorial (EQTL3), Localiza (RENT3), Grupo GPS (GGPS3), Banco do Brasil (BBAS3) e Suzano ([ativo=SUBZ3]). Além delas, nas dez principais escolhas de investimento, o banco considera ainda Vivara (VIVA3), PRIO (PRIO3), Randoncorp (RAPT4), Sabesp (SBSP3) e Hypera (HYPE3).

Sobre os riscos que envolvem os nomes, o BBA destaca tendências do quadro fiscal, a alavancagem apresentada pelas empresas e as mudanças em impostos, tanto juros sobre o capital próprio quanto outros desdobramentos da reforça tributária, dependendo do setor.

“Nossos principais setores com overweight são Serviços Públicos, Transporte, Petróleo & Gás, Bancos, Imóveis, Celulose & Papel e Agronegócio”, reforça o banco.