Itaú BBA aposta em ações ” bond-proxies” e destaca 4 empresas preferidas

Equatorial, Sabesp, Santos Brasil e Eletrobras são vistas como atrativas pelo banco

Felipe Moreira

Água é tratada na Companhia Ituana de Saneamento (Divulgação/Prefeitura)

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As ações consideradas bond proxies (ou seja, ações com comportamento semelhantes a títulos de renda fixa) seguem sendo vistas como atrativas pela equipe de estratégia do Itaú BBA, que destaca quatro ações: Equatorial (EQTL3), Sabesp (SBSP3), Santos Brasil (STBP3) e Eletrobras ON (ELET3) como preferidas. “Juntamente com a valuation atraente, essas ações estão entre as 5 melhores ranqueadas em nosso modelo de momentum de lucros”, avalia a equipe de estratégia do banco.

Para o segmento em geral, o banco tem uma visão positiva sobre bond-proxies por duas razões principais. Primeiro, os estrategistas acreditam que há uma assimetria favorável nas taxas de juros reais no Brasil, que estão atualmente acima dos níveis históricos (títulos vinculados à inflação a 5,6%).

Em segundo lugar, analistas veem as bond-proxies como um dos melhores temas para as ações brasileiras em 2024, pois é possível encontrar empresas de qualidade negociando a valuations atrativos, com bom momentum operacional e catalisadores positivos à frente.

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O setor de utilities (energia e saneamento) é o favorito o BBA, pois tem a maior taxa interna de retorno (TIR) e rendimento de dividendos, seguido por Infraestrutura (portos) e shoppings (não diretamente expostos à MP 1.185 (ou MP das subvenções) e realizando iniciativas interessantes de alocação de capital.

Segundo relatório do banco, as bond-proxies oferecem uma ampla variedade de ações, desde estatais com TIR relativamente alta até empresas de transmissão com TIR relativamente baixa.

Entre os três setores analisados, utilities tem a menor correlação negativa com as taxas reais nos últimos dois anos, implicando ser um setor relativamente de baixa volatilidade/baixo beta. Além disso, o setor oferece atualmente uma taxa interna de retorno real consideravelmente acima da NTN-B 2035, 10,5% versus 5,6%.

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No entanto, o BBA cita os principais riscos a tese, como um setor altamente regulamentado e complexo de entender; ii) risco de interferência política, dada a disputa pelos limites de direito de voto da Eletrobras e o processo de renovação de concessão de distribuidoras e iii) com exceção da Alupar, as outras empresas de transmissão não são atraentes em termos de TIR.

Já sobre a Sabesp, os estrategistas comentam que a empresa de saneamento paulista oferece uma proposta de risco/retorno atrativa e catalisadores de curto prazo, como a continuidade do processo de privatização. Enquanto isso, a Equatorial não é apenas o melhor alocador de capital no setor de utilidades, mas também tem um momentum de ganhos sólido e uma TIR real atrativa (10,5%).

No segmento de infraestrutura, os estrategistas veem as ações desses setores como mais expostas à tese de longo prazo do país, mas fatores de curto prazo também podem pesar. Essas empresas geralmente operam com alavancagem relativamente alta e ciclos de investimento mais longos. Atualmente, a única ação que o banco mantém em sua carteira do segmento é a Santos Brasil, pois possui mais vias de crescimento a longo prazo, juntamente com possíveis impulsionadores a curto prazo, na visão da casa.

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Shoppings no radar

O BBA também afirmou gostar do setor de shoppings, pois acredita que pode se beneficiar de uma melhoria no consumo em um cenário de queda nas taxas de juros, sem a exposição às discussões relacionadas a impostos que têm assombrado o setor de varejo. O banco ainda disse apreciar o fato de que os nomes listados são as empresas mais relevantes do setor, seja por terem os portfólios mais dominantes ou por concentrarem uma grande parcela das receitas do setor.