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IRB tem prejuízo líquido de R$ 206,9 milhões no 2º trimestre de 2021, queda de 68,5% nas perdas; Conselho aprova JCP referente a 2019

Nos primeiros seis meses de 2021, o prejuízo líquido totalizou R$ 156,1 milhões, ante perdas de R$ 621,7 milhões no ano anterior

Equipe InfoMoney

IRB (Foto: Divulgação)

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O IRB Brasil RE (IRBR3) registrou prejuízo líquido de R$ 206,9 milhões no segundo trimestre de 2021, o que indica perdas 68,5% menores em relação ao mesmo período de 2020, quando reportou prejuízo de R$ 656,7 milhões. No primeiro trimestre de 2021, o ressegurador teve lucro de R$ 35,1 milhões. Nos primeiros seis meses de 2021, o prejuízo líquido totalizou R$ 156,1 milhões, ante perdas de R$ 621,7 milhões no ano anterior, ou uma queda nas perdas de 74,9%.

De acordo com a companhia, o resultado de abril a junho foi impactado pela conjuntura econômica que afetou globalmente o setor de resseguros, bem como por sinistros decorrentes de negócios descontinuados (run-off), com efeito de R$ 190,3 milhões, e por eventos não recorrentes (one-offs) de R$ 14,4 milhões.

A partir da exclusão de tais efeitos, run-off e one-off, o IRB teria apresentado um prejuízo líquido normalizado bem menor, destacou a empresa, de R$ 31 milhões no trimestre. Já na primeira metade do ano, com a retirada dos contratos deficitários e dos efeitos não-recorrentes do resultado, a companhia teria registrado um lucro líquido normalizado de R$ 57,1 milhões.

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“No segundo trimestre de 2021, a companhia obteve resultado de subscrição superior ao verificado no segundo trimestre de 2020 em quase R$ 700 milhões, reforçando a curva de melhora nos resultados esperada para este ano. Se excluirmos os efeitos do run-off no período avaliado, a melhora no resultado de underwriting é de R$ 889 milhões”, destacou.

O índice de sinistralidade da companhia apresentou uma redução de 39,6 pontos percentuais no trimestre ante igual período do ano anterior, passando de 135,3% para 95,7%. Excluindo-se os sinistros dos negócios descontinuados (run-off), o índice foi 84,7%.

“Seguimos evoluindo para uma operação mais enxuta, eficiente e orientada ao cliente, aprimorando controles e a gestão de riscos para assegurar nossa liderança e a sustentabilidade econômico-financeira no longo prazo. Se olharmos o filme dos resultados no último ano e meio, constatamos uma melhora significativa no desempenho financeiro e operacional, que deve se acentuar nos próximos trimestres, por meio da captura de novas oportunidades no mercado, da redução gradual dos efeitos dos contratos deficitários e da obtenção de melhores margens com os negócios renovados”, explica o CEO interino e COO do IRB Brasil RE, Wilson Toneto.

O volume total de prêmios emitidos pelo IRB apresentou queda de 15,1% quando comparado com o mesmo período de 2020, totalizando R$ 2,16 bilhões. O prêmio emitido no Brasil correspondeu a R$ 1,24 bilhão entre abril e junho, aumento de 6,6% na comparação anual, decorrente do maior volume nas linhas de Vida (alta de 42,9%), Rural (alta de 34%) e outros (alta de 34,5%).

Este acréscimo foi parcialmente compensado pela redução de 50,6% no segmento Aviação, em virtude de ajustes decorrentes da descontinuidade de contratos, e pela queda de 21,6% no segmento Patrimonial. Já os prêmios emitidos no exterior totalizaram R$ 919,3 milhões no trimestre, o que representou redução de 33,3% em relação ao mesmo período de 2020.

Segundo a companhia, esta diminuição, que em moeda constante totalizou 46%, está em linha com a estratégia de re-underwriting amplamente divulgada pela companhia e decorre do menor volume de prêmios emitidos nas linhas de Vida (queda de 54,2%), Rural (queda de 59,6%) e outros (queda de 29,7%).

O IRB registrou, ao fim do segundo trimestre de 2021, excesso de capital regulatório de R$ 1,2 bilhão, o que equivale a um índice de solvência de 175% (patrimônio líquido ajustado / capital de risco total), ao mesmo tempo em que o índice de solvência total da empresa (geralmente utilizado em outros países) alcança o patamar de 273%. Ambos os indicadores apresentam posições melhores que o último trimestre de 2020, apontou a companhia.

A companhia encerrou o mesmo período com suficiência no enquadramento da liquidez regulatória de R$ 335,5 milhões, em comparação aos R$ 167,5 milhões verificados em 31 de dezembro de 2020. Excluindo-se a margem adicional de 20% sobre o capital de risco, o ressegurador registrou, em 30 de junho deste ano, uma suficiência de ativos elegíveis para garantia das provisões técnicas de R$ 644,1 milhões, em comparação a de R$ 542,6 milhões, em 31 de dezembro de 2020.

“Os índices se mantiveram positivos no trimestre e mostraram reversão da insuficiência observada ao longo do ano passado”, destacou a empresa no release de resultados.

A companhia destacou ainda que, no campo regulatório, a publicação pela Susep, em julho, da Circular 634, que regulamentou a Resolução CNSP 412, abrirá novas perspectivas às resseguradoras no Brasil.

“A partir deste mês, o regulador permitirá a utilização de determinados ativos como redutores de provisões técnicas nas garantias das operações internacionais. Além disso, a partir de dezembro deste ano, haverá a eliminação da exigência da margem de liquidez de 20% do capital de risco, o que também é positivo”, aponta.

O vice-presidente de Riscos, Conformidade e Jurídico do IRB Brasil RE, Carlos Guerra, destaca: “As ações adotadas durante o ano anterior, bem como a maior eficiência nos processos de cobrança, gestão do fluxo de caixa, resultado técnico com efeitos da re-subscrição realizada, e os avanços na regulamentação do setor, permitirão manter a companhia com índices robustos, melhorando nossas securities e dando aos nossos clientes maior nível de tranquilidade quanto à capacidade financeira do IRB”.

O IRB também destacou que, considerada a principal ação estrutural iniciada pela companhia, o processo de revisão das condições e cancelamento dos principais contratos deficitários de resseguros existentes, denominado re-underwriting, teve seu início em julho de 2020 e foi concluída em julho deste ano.

No período, foram cancelados 17 grandes contratos, quase que exclusivamente de negócios oriundos do exterior, que seguem impactando os resultados financeiros atuais (negócios descontinuados). “O trabalho também gerou ampla limpeza em contratos de menor magnitude com o cancelamento de mais de 160 contas neste período”, apontou o IRB.

“Concluímos parte importante de nosso re-underwriting e, agora, entraremos em um ciclo normal de nossa subscrição. Foi uma fase complexa, mas conseguimos renovar mais de 85% das contas que desejamos manter em nossa carteira, além de conquistar novos negócios, em ambos os casos ajustando termos e condições de forma adequada”, comenta a vice-presidente de Resseguros do IRB Brasil RE, Isabel Blazquez Solano.

O IRB também apontou que, pelo quarto trimestre consecutivo, apresentou uma geração de caixa operacional positiva. No semestre foram R$ 528 milhões e no trimestre R$ 352 milhões.

O executivo destaca ainda a redução das despesas totais com retrocessão no segundo trimestre de 2021, que tiveram uma queda de 31,6% na comparação com o segundo trimestre de 2020, passando de R$ 833 milhões no ano passado para R$ 570 milhões em igual período de 2021.

Já o índice de retrocessão caiu de 32,8% no segundo trimestre de 2020 para 26,4% no mesmo período de, uma diminuição de 6,4 pontos percentuais. A companhia aponta ser importante ressaltar que houve uma melhora significativa em todos os indicadores em relação a 2020 e que o segundo trimestre de 2021 ainda veio bastante afetado pelos negócios descontinuados a partir de julho do ano passado. “Este efeito, porém, começa a perder força, enquanto os prêmios dos contratos mantidos e dos novos vão melhorando o resultado”.

Os analistas do Credit Suisse veem os resultados do IRB como neutros a ligeiramente positivos, com melhorias nos índices de retrocessão e de perdas em relação ao segundo trimestre. Eles avaliam que os resultados negativos foram parcialmente precificados pelo mercado em vista de um prejuízo líquido reportado de R$ 49 milhões em abril, divulgado anteriormente na base de dados da Susep.

Os prêmios continuam a ser impactados pela estratégia de “re-underwriting”  [de limpeza do balanço] da empresa, enquanto os índices de perdas viram um resultado positivo por conta disso.

Os resultados foram novamente ajudados por um impacto positivo no valor de R$ 27,1 milhões de créditos tributários relacionados a Imposto de PIS/ Cofins no trimestre e resultado financeiro.

Apesar dos números, o Credit reiterou a recomendação underperform (perspectiva de desempenho inferior), uma vez que avaliam que as ações continuam a ser negociadas com um valuation injustificado.

Pagamento de proventos

O IRB também comunicou que, em reunião extraordinária, o Conselho de Administração aprovou o pagamento aos acionistas de Juros sobre Capital Próprio referentes ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2019. Serão pagos no total R$ 27.276.432,54, correspondendo a R$ 0,02953635375 de valor bruto por ação e um valor atualizado de R$ 0,03091745378.

Os beneficiários do pagamento dos referidos proventos são os acionistas detentores de ações da empresa com base na posição acionária existente no fechamento do pregão do dia 14 de agosto de 2020.

Os valores dos proventos serão atualizados de acordo com a variação da Selic, a partir do encerramento do exercício social até o dia do efetivo pagamento, quando será divulgado novo Aviso aos Acionistas com o valor atualizado.

O pagamento correspondente aos Juros sobre Capital Próprio será efetuado no dia 8 de setembro de 2021.

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