IRB (IRBR3): ação fecha em queda de quase 9%, a R$ 0,93, com prejuízo de novembro abalando projeções de recuperação

Após operar boa parte de janeiro acima de R$ 1, ação do IRB volta para a casa dos centavos, com analistas vendo recuperação lenta

Lara Rizério

IRB Brasil (Foto/Reprodução: Youtube)

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O IRB (IRBR3) divulgou seus números de novembro na noite da última segunda-feira (23) com um prejuízo mensal, o que representou um “balde de água fria” para investidores após a forte alta das ações registrada após a divulgação dos dados de outubro, em 21 de dezembro do ano passado.

No penúltimo mês de 2022, o resultado foi negativo em R$ 48 milhões, após um lucro de R$ 6 milhões em outubro (que tinha dado esperanças de uma recuperação da resseguradora).

De acordo com analistas, como o do JPMorgan, os números divulgados ontem corroboram a visão de que a recuperação pode demorar mais do que está precificado no mercado.

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Cabe destacar que, desde que saiu do Ibovespa, em 2 de janeiro de 2023 (por negociar abaixo de R$ 1), até o fechamento da véspera, as ações subiram 18,6% (de R$ 0,86 a R$ 1,02). O papel fechou a R$ 1,24 no último dia 10, na máxima do mês, ou uma alta de 44,2%, acima de R$ 1, ainda que considerando o baixo valor de face dos ativos.

Com o prejuízo, as ações do IRB voltam a negociar abaixo de R$ 1, fechando em queda de 8,82%, a R$ 0,93.

“Notavelmente, o índice de sinistralidade no mês ficou em 96%, deteriorando-se contra 81% em outubro. Em uma nota mais positiva, a taxa de comissão manteve-se comportada em cerca de 20% e os prêmios emitidos diminuíram 23% na base anual (versus 9% de crescimento em 2021), incluindo queda anual de cerca de 7% no Brasil, o que para nós é indicativo de que a gestão está agora favorecendo mais fortemente a rentabilidade”, aponta o JP.

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Ainda assim, a equipe de análise do banco segue vendo dinâmicas desafiadoras para a resseguradora conseguir lucros nos
trimestres seguintes. Com os números de outubro e novembro divulgados, os analistas veem um prejuízo líquido esperado no 4T22 em R$ 63 milhões, versus estimativa anterior de prejuízo de R$ 33 milhões do JP e perdas de R$ 38 milhões do consenso Bloomberg (com base em três estimativas).

Os analistas veem o ativo negociado a 0,6 vez o Valor Patrimonial da Ação (VPA), o que acreditam ser caro em relação às
tendências de lucratividade de curto prazo. A preferência  do banco no setor é por seguradoras primárias como BB Seguridade (BBSE3) e Porto (PSSA3). A recomendação do JP para IRBR3 é neutra.

O Citi observa melhora nos números da resseguradora, mas aponta que agora, no acumulado do quarto trimestre de 2022, a empresa tem um prejuízo de R$ 42 milhões. Neste cenário de prejuízos, a adequação de capital segue sendo uma questão para a companhia. A recomendação atual é neutra, com preço-alvo de R$ 0,90, ou 11,8% menor em relação ao fechamento de segunda.

A Genial Investimentos destaca o “novembro vermelho” do IRB e que, no acumulado de 2022 até aquele mês, o resultado foi negativo em R$ 633,7 milhões, versus R$ 510,4 milhões no mesmo período de 2021.

“Com o fraco resultado de novembro de 2022, o prejuízo acumulado para o 4T22 é de R$ 42,1 milhões. Ainda falta o mês de dezembro para fechar o trimestre como um todo, mas não esperamos grandes novidades para conseguir reverter fortemente o resultado negativo”, avalia a casa.

O IRB divulga seus resultados fechados do quarto trimestre e de 2022 no dia 27 de fevereiro.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.