IPCA, inflação nos Estados Unidos e decisão de juros na Europa: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

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A primeira semana cheia do mês de setembro vai ser marcada por indicadores de inflação e de atividade econômica, tanto no Brasil quanto no exterior. Na agenda brasileira, o principal destaque é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao mês de agosto. O dado vai ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (12).

O Itaú prevê uma alta mensal de 0,29%. Assim, espera por uma aceleração, já que em julho o indicador avançou 0,12%. Segundo o banco, o índice deve ser impulsionado pelo setor de veículos, com o fim do programa de descontos do governo, e também pelos preços da gasolina, com altas recentes nas refinarias. Assim, a taxa anual, que tinha ficado em 4% em julho, deve ir a 4,7%.

Além do dado de inflação, o IBGE também divulgará dois indicadores de atividade econômica ao longo da semana. Na quinta-feira (14), saem os números do setor de serviços em julho. Na sexta (15), é a vez das vendas do varejo, no mesmo mês.

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“Para serviços, esperamos estabilidade na margem, com a maioria das categoria recuando e o componente de serviços às famílias em contração de 0,7% na comparação mensal”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.

Já em relação ao varejo, o Itaú espera por um contração mensal de 0,8% no índice amplo. A principal contribuição negativa desse desempenho deve vir da parte de veículos. O núcleo do índice, por sua vez, deve crescer 0,5% em relação a junho e 2,1% em bases anuais.

Agenda dos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a inflação também é destaque. Na quarta-feira (13) será divulgada a evolução dos preços ao consumidor, calculada pelo CPI. O número ganha ainda mais relevância com a proximidade da reunião de política monetária do Banco Central americano, a sexta do ano. O encontro vai ocorrer nos próximos dias 19 e 20 de setembro.

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Para o índice amplo, o consenso Refinitiv prevê um avanço de 0,6% em agosto na comparação com julho e de 3,6% em bases anuais. Já para o núcleo, a expectativa é de alta mensal de 0,2% e anual de 4,3%.

“Após números em linha com o esperado ao longo dos últimos meses, a inflação ao consumidor nos Estados Unidos será o destaque na próxima quarta-feira, à medida que a economia americana ainda registra sinais de resiliência da atividade econômica neste terceiro trimestre”, diz relatório semanal do Bradesco.

Na quinta-feira é a vez da inflação ao produtor, medida pelo PPI. A média das projeções coletadas pela Refinitiv aponta para uma alta mensal de 0,4% e de 0,9% em termos anuais.

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No mesmo dia, os investidores vão conhecer as vendas do varejo dos EUA em agosto, com a média das projeções do mercado apontando para uma ligeira alta mensal, de 0,2%. Na sexta-feira, sai a produção industrial, referente ao mesmo mês – o consenso Refinitiv aponta para alta mensal de 0,1%.

Atenção também para o relatório de expectativas sobre inflação da Universidade de Michigan, a ser divulgado também na sexta-feira.

Europa e Ásia

A semana também vai ser marcada pela reunião do Banco Central Europeu (BCE). A autoridade monetária anunciará sua decisão sobre juros na quinta-feira. A maior parte das projeções do consenso Refinitiv aponta para uma manutenção da taxa, em 4,25%. Contudo, 40% dos consultados, uma fatia nada desprezível, acredita que o BCE poderá voltar a subir os juros, para 4,5%.

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Ainda que a autoridade monetária decida pela manutenção, não significa que o ciclo de aperto tenha chegado ao fim. Atenção total para o comunicado e as projeções que vão acompanhar a decisão.

Na China, a semana vai ser marcada por dados sobre concessão de crédito e indicadores de atividade econômica, como produção industrial e vendas no varejo, ambos previsto para sexta-feira. Nesse mesmo dia, sai o indicador de preços de imóveis e a taxa de desemprego no país.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados