IPCA de 2021, indicador de serviços e vendas do varejo: o que acompanhar nesta semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

(Crédito: Getty Images)

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A agenda econômica vai esquentar nos próximas dias. A Bolsa, que acumulou queda de 2% na primeira semana de 2022, deverá repercutir dados sobre inflação no Brasil e índices de atividade econômica. Os dados divulgados até agora desanimaram: a produção industrial, divulgada na última quinta-feira, teve variação mensal negativa de 0,2% em novembro, contrariando expectativa de alta e enfraquecendo ainda mais as expectativas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2021.

Na quinta-feira (13) saem os números do setor de serviços, também referente a novembro do ano passado. O Itaú acredita que o indicador deverá apresentar um crescimento mensal de 0,2%, impulsionado por aumento nos serviços oferecidos às famílias da ordem 3,1%. Na sexta-feira (14), é a vez das vendas do varejo. Nesse caso, o banco acredita que o núcleo do índice deve se manter estável, enquanto o índice amplo deve apresentar retração de 1,3% na comparação mensal.

“As previsões negativas para o índice amplo são explicadas pela forte queda esperada na venda de veículos e de material de construção, com retração mensal de 4,5% e 1,5%, respectivamente”, escreveram os analistas do Itaú.

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O indicador mais aguardado da semana, porém, vai ser divulgado na terça-feira (11): é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de dezembro. “Projetamos alta de 0,63%, com destaque para a deflação de combustíveis”, afirma a equipe de análise do Bradesco, em relatório. “Porém, os núcleos de inflação seguirão pressionados”, complementam.

O Itaú prevê uma alta mensal de 0,68%, o que levaria o IPCA de 2021 a 10,01%. Segundo os analistas do banco, a leitura provavelmente será pressionada por itens industriais, com destaque no grupo transportes, diante de preços mais elevados para veículos usados ​​e novos; e também no grupo serviços, principalmente alimentação fora do domicílio, aluguel e passagens aéreas.

“Há uma incerteza maior do que o normal nesta leitura, pois podemos ver um retorno mais forte dos descontos da Black Friday, especialmente em produtos de higiene pessoal. Também importante, as medidas de núcleo de inflação provavelmente seguirão pressionadas nesta leitura”, diz o relatório do Itaú.

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Os analistas lembram que, após essa divulgação, o Banco Central poderá publicar carta aberta ao Ministro da Economia explicando os motivos da inflação acima da meta em 2021, podendo elencar medidas para garantir o retorno da inflação aos limites estabelecidos agora em 2022.

Destaques no exterior

Nos Estados Unidos, a agenda está bem parecida com a do Brasil. Os investidores seguem atentos a indicadores econômicos que podem reforçar a visão hawkish do Banco Central Americano (Federal Reserve). Na semana passada, o Fed divulgou a ata da reunião de política monetária do último mês de dezembro, aumentando a percepção de que o BC americano deve elevar os juros no país já no próximo mês de março.

Na terça-feira, Jerome Powell, presidente do Fed, vai ser sabatinado no Senado americano para sua recondução ao cargo de chairman. Esse vai ser o primeiro discurso público de Powell em 2022.

Após a divulgação dos dados do mercado de trabalho no último mês de dezembro, em que a taxa de desemprego recuou para 3,9%, agora os investidores aguardam o indicadores de varejo e indústria. “Os números de emprego foram fortes em dezembro, mas esperamos números suaves para as vendas do varejo”, diz relatório do BofA. O dado será divulgado na sexta-feira, mesmo dia em que sai o indicador de produção industrial no país.

Indicadores de inflação também são destaque na agenda americana e de outros países: nos Estados Unidos, tem o índice de preços ao consumidor (CPI) na quarta-feira (12) e ao produtor (PPI) na quinta-feira (13) – nesse mesmo dia sai a inflação no Japão; na China, a inflação referente a dezembro sai na terça-feira (12) à noite.

Balanços corporativos

Os resultados trimestrais voltam a movimentar a agenda corporativa. Nos Estados Unidos, os investidores vão conhecer os balanços do quarto trimestre de Citigroup, BlackRock, Wells Fargo e JPMorgan, na sexta-feira (14). Um dia antes, saem os números da americana Delta Air Lines e da TSMC, de Taiwan, maior fabricante de semicondutores do mundo.

Também no dia 13, aqui no Brasil, a Camil (CAML3) divulga balanço do período que corresponde para ela ao 3º trimestre de 2021 (entre setembro e novembro), após o fechamento dos mercados. A companhia comenta o desempenho em teleconferência no dia seguinte.

Além disso, deve vir a público o calendário da oferta subsequente de ações da Braskem (BRKM5) promovida pelos seus controladores. Petrobras (PETR3, PETR4) e Novonor (ex-Odebrecht) já escolheram os bancos que vão coordenar a oferta subsequente de ações preferenciais da Braskem. O plano é realizar a oferta até o fim deste mês, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg na condição de anonimato. A expectativa é que o follow-on movimente cerca de R$ 8,3 bilhões.

(Com Bloomberg)

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados