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As empresas do setor de varejo registram o posto, nada agradável, de maiores quedas da Bolsa em 2023. Duas ações, em especial, se destacam entre essas perdas: Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3).
Do início do ano até o fechamento do pregão de 23 de outubro, BHIA3 despenca 77,9% e MGLU3 perde quase 45%.
O movimento, em 2023, até certo ponto, surpreende, já que havia uma expectativa de que com a queda da Selic – que começou em agosto – houvesse um movimento de valorização desses papéis, por conta da correlação histórica positiva de ganhos em momento de redução dos juros.
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No entanto, outros fatores pesam contra as varejistas, como a recente alta das taxas dos contratos de juros futuros (DIs), o aumento da concorrência com empresas estrangeiras de e-commerce e a dificuldade de entrega de resultados.
Ademais, as empresas do setor varejista, como um todo, sofrem com o cenário macroeconômico restritivo, por conta da Selic ainda em alto patamar, impactando diretamente em seus resultados, seja pela marcação da dívida ou restringindo o consumo.
Agora, às vésperas da divulgação dos resultados do 3º trimestre, nas próximas semanas, um novo quadro pode ser pintado: seja para melhor ou para pior. Ou seja, os investidores vão olhar como uma lupa para os balanços, como forma de traçar novos alvos para as ações.
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Enquanto isso não acontece, o mercado não vem perdoando as duas varejistas. Elas não contam, nesse momento, portanto, com o benefício da dúvida. Não por acaso, os dois papéis operam com tendência de baixa no curto prazo.
Tanto que semana passada Casas Bahia bateu mínima histórica do papel. Magazine Luiza, por sua vez, opera nos menores níveis de novembro de 2017.
Como comparação, nas máximas históricas, VIIA3, antiga denominação de BHIA3, fechou a R$ 20,62, em 21/07/2020; e MGLU3 a R$ 26,41, em 9/11/2020.
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Nesta segunda-feira (23), Casas Bahia subiu 1,92%, indo a R$ 0,53, ao passo que Magazine Luiza caiu 1,95%, a R$ 1,51.
Dito isso, Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da casa de análise Quantzed, traçou a pedido do InfoMoney as perspectivas para os dois ativos, a partir da análise técnica. Veja a seguir:
Análise técnica: MGLU3
Começando por Magazine Luiza, pelo gráfico semanal – que segue abaixo –, ele ressalta que a ação perdeu um ponto importante, que era um divisor de águas: o antigo suporte dos R$ 2,00.
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“Quando os preços perderam esse patamar, o movimento vendedor acelerou, com os preços atingindo a faixa dos R$ 1,50, ou seja, uma queda de 25%”, assinala o especialista.
Gráfico semanal: janeiro/22 a outubro/23
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Petrokas acrescenta que, agora, com os preços muito distantes das médias móveis de 9 e de 20 semanas, que há uma “maior probabilidade de o ativo realizar algum repique, antes de continuar caindo.”
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“Inclusive, podemos trabalhar com a ideia de candle de exaustão na semana passada: uma barra ampla, com abertura próxima da máxima, fechamento próximo da mínima, após uma sequência de barras negativas”, aponta.
Dessa forma, caso o cenário de repique se confirme, podem ser testadas as resistências, nas próximas semanas, de R$ 1,86, R$ 2,00 e R$ 2,30.
Enquanto isso, pelo gráfico diário – veja abaixo – as resistências imediatas estão em R$ 1,67 e R$ 1,74. No lado da baixa, pelas projeções de alvo de Fibonacci, MGLU3 teria suportes nas regiões de R$ 1,39 e R$ 1,22.
“Vale destacar que o cenário deveria piorar bem para o ativo buscar esses níveis, mas no mercado financeiro nada é impossível”, pontua ele.
Gráfico semanal: maio a outubro/23
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Análise técnica: BHIA3
Passando para Casas Bahia, o ativo, assim como no caso de Magazine Luiza, opera em “clara tendência de baixa”, mas com um agravante: a ação está na região da mínima histórica, atingida na semana passada, aos R$ 0,49.
Esse movimento de queda se acelerou após a oferta de ações da companhia, em setembro, ter ficado abaixo das expectativas, que era de captação de aproximadamente R$ 1 bilhão, mas ficou em R$ 622,9 milhões.
Como consequência, na sessão subsequente ao anúncio final da oferta, o papel chegou a desabar 30%%, terminando cotado a R$ 0,90. E, desde então, a ação não se recuperou mais do baque.
“Como não temos memória de preço, nem histórico de cotações abaixo dos R$ 0,49, a única forma de definir suportes para o ativo seria por meio de projeções de Fibonacci. Nesse sentido, teríamos R$ 0,43 e R$ 0,31 (alvos de 100% e 161% da última perna de baixa), como possíveis pontos de parada, em casos de continuidade do movimento de queda”, detalha.
Gráfico semanal: março/22 a outubro/23
Mas há um ponto que deve ser destacado. Segundo ele, a eventual virada da média móvel de 9 períodos para cima seria um sinal de força compradora e abriria espaço para os preços buscarem a média móvel de 20 dias, que está em R$ 0,64.
Assim, acrescenta, por hora, se observa um movimento de repique dentro de uma tendência de baixa, que está “longe de ser revertida”.
Isso se deve, afirma Petrokas, pelo princípio de que uma tendência começa com um pivô; portanto, “para que haja a formação de um pivô de alta, um ativo deve apresentar uma sequência de quatro etapas: formação de fundo, formação de topo, fundo acima do fundo prévio e rompimento do último topo.”
“No caso de BHIA3, ainda estamos com uma sequência de topos e fundos em níveis mais baixos, por isso, uma eventual reversão de tendência ainda tende a demorar”, conclui.
Gráfico diário: junho a outubro/23
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