Investimento em Bitcoin atinge máxima em 4 meses após China proibir criptomoedas

Relatório da CoinShares mostra que houve um grande fluxo de compras de criptomoedas como um todo, com investidores enxergando a queda como oportunidade

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Se de um lado o anúncio da China tornando operações com criptomoedas uma prática ilegal fez as cotações das moedas digitais caírem na semana passada, ele também criou um cenário de oportunidade e que muitos investidores conseguiram aproveitar.

Dados do relatório semanal da CoinShares divulgados na segunda-feira (27) mostram que o investimento em Bitcoin (BTC) atingiu seu pico em quatro meses na última semana. Isso mostra que, assim como afirmaram analistas consultados pelo InfoMoney, traders entenderam que a notícia não era motivo para pânico.

Na semana passada, os ativos lastreados em Bitcoin atraíram a maior parte dos investimentos, com ingresso de US$ 50,2 milhões, o maior volume desde a semana de 19 de abril.

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No total, os investimentos em criptomoedas atingiu um total de US$ 95 milhões na semana encerrada em 24 de setembro, levando o fluxo de capital nesse mercado para US$ 320 milhões no acumulado de seis semanas.

Em outros ativos, houve a entrada de US$ 28,9 milhões em ativos lastreados em Ether (ETH), o maior volume desde 7 de junho. Já ativos lastreados em Solana (SOL) registraram entrada de US$ 3,9 milhões, enquanto para Cardano (ADA) o volume foi de US$ 2,6 milhões.

“Os fluxos contínuos sugerem que os recentes ventos contrários para ativos digitais, como a ampliação da proibição na China, foram vistos como oportunidades de compra para os investidores”, diz a CoinShares.

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Com esses recentes fluxos, no acumulado de setembro até dia 24, o volume de investimentos em Bitcoin chega a US$ 100,9 milhões, com as entradas em Solana (US$ 59,8 milhões) ficando em segundo lugar, seguida por Ether, com US$ 35,1 milhões.

Na sexta, quando a China anunciou a medida, o Bitcoin chegou a cair mais de 6%, perdendo o nível dos US$ 42 mil, enquanto ativos como o Ethereum tiveram um desempenho ainda pior, com queda de quase 10%, na ocasião voltando para a casa de US$ 2.800.

Na ocasião, especialistas já haviam destacado que a notícia não chegava a ser uma “bomba” no mercado, já que nos últimos anos tem sido comum a China anunciar algum tipo de banimento ou ação contra o mercado de moedas digitais. E diferente do que ocorreu em outras vezes, os preços realmente tiveram um impacto reduzido, se recuperando logo no dia seguinte à decisão da China.

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E junto com a recuperação também se viu outro efeito da notícia, conforme tokens ligados ao mercado de finanças descentralizadas (DeFi) passaram a ter forte alta, em especial o Ethereum, plataforma mais usada para criar aplicativos DeFi no mundo.

Isso se deu principalmente porque os chineses que sofreram o impacto da decisão do governo passaram a buscar nas chamadas bolsas descentralizadas de criptomoedas (DEX, na sigla em inglês) uma opção para poder continuar negociando moedas digitais sem sofrer com a repressão chinesa (veja mais aqui).

Os chamados “tokens DEX”, como Uniswap (UNI), SushiSwap (SUSHI) e PancakeSwap (CAKE) tiveram forte alta na última segunda, com casos de tokens disparando quase 40%.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.