Ibovespa sobe 0,68%, com bancos e encosta nos 130 mil pontos, apesar de queda de Petrobras e Vale

Bancos, com revisões de recomendação, e queda dos juros foram principais gatilhos positivos para a Bolsa brasileira

Equipe InfoMoney

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O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, tendo as ações de bancos entre os principais suportes, enquanto os papéis do Carrefour Brasil (CRFB3) dispararam mais de 10% com analistas enxergando um cenário mais promissor para o varejista após prejuízo no último trimestre do ano passado. O benchmark da Bolsa fechou o dia com ganhos de 0,68%, aos 129.916 pontos, apesar da baixa em Wall Street e a queda de commodities.

Apesar do corte recorde na taxa de juros para empréstimos na China, as commodities tiveram um dia de perdas. O minério de ferro encerrou com desvalorização de 5,41% em Dalian, ao menor nível em 3 meses, por preocupação maior com demandaa, e pesou nas ações da Vale (VALE3). Os papéis da mineradora cederam 2,19%.

Já os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram 1,05%, seguindo o recuo do petróleo, com o barril Brent caindo 1,23%, a US$ 82,53. Só em fevereiro, a estatal bateu seis recordes em valor de mercado, diante da expectativa de pagamentos robustos de dividendos aos acionistas. Nesta terça, a Petrobras realizará o pagamento da primeira parcela dos dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) referentes ao balanço de 30 de setembro de 2023.

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O recuo das commodities, no entanto, ajudou a derrubar a curva de juros brasileira e, consequentemente, a puxar os ativos de companhias ligadas ao mercado interno para cima. Os DIs para 2025 perderam 2,5 pontos-base, a 9,98%, e os para 2027, seis pontos-base, a 9,96%. As taxas dos contratos para 2029 recuaram 5,5 pontos, a 10,36%, e as dos para 2031, cinco pontos, a 10,60%.

Já o dólar à vista fechou a terça-feira em baixa ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, onde os mercados reagiram positivamente ao corte de juros para o setor imobiliário realizado pela China. O câmbio fechou o dia cotado a R$ 4,9319 na venda, com queda de 0,61%.

Ontem, o Ibovespa fechou em alta, de 0,24%, aos 129.035,74 pontos. “O índice reaproximou dos 130 mil pontos e isso é certamente positivo para buscar o recorde dos 134 mil pontos, mas antes precisa passar pelo nível dos 132 mil pontos”, avalia Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, em comentário matinal.

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Com a agenda esvaziada hoje, os investidores adotaram compasso de espera pela ata do Federal Reserve (Fed), que será divulgada amanhã, na expectativa de encontrar sinais sobre o início da queda dos juros nos Estados Unidos. No entanto, o clima foi, majoritariamente, um pouco pessimista. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram, respectivamente, 0,17%, 0,60% e 0,92%

No Brasil, Gerdau, Iguatemi, Telefônica (dona da Vivo) e Isa Cteep divulgam seus resultados do quarto trimestre de 2023 após o fechamento do mercado.

Ontem, o Carrefour (CRFB3) apresentou lucro líquido ajustado de R$ 520 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 5,4% em relação ao mesmo período de 2022. O Ebitda ajustado foi de R$ 1,875 bilhão, recuo anual de 5%, mas 9,9% acima do estimado pelo Prévias Broadcast. As ações da varejista subiram 11,16%.

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Entre os grandes bancos, a maior alta foi do Bradesco (BBDC4), com ganhos de 2,34%. O Goldman Sachs elevou a recomendação do Bradesco de venda para neutra. Fez o mesmo com Usiminas, cujas ações avançaram 1,67%.

“A recomendação alivia um pouco as ações dos bancos, após os balanços ruins de alguns deles no quarto trimestre. E a tendência de continuidade de corte do juro básico também ajuda”, avalia Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. De acordo com Mota, da Manchester, a recomendação por um banco estrangeiro tende a melhorar o fluxo, em meio ao balanço trimestral fraco do Bradesco. “Os riscos parece que já estão precificados”, diz, ao lembrar do plano de reestruturação apresentado pelo banco após a divulgação do balanço do quarto trimestre.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)