Ibovespa sobe quase 2% e fecha acima de 111 mil pontos após decisão sobre juros nos EUA; dólar caiu mais de 1%

Após perder fôlego com decisão do FED, mercado reagiu após falas de Powell; B3 repercutiu ainda a estímulos econômicos vindos da China

Felipe Moreira

(Shutterstock)

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A Bolsa brasileira fechou próxima das máximas do dia, após uma tarde de muita oscilação nos mercados. Depois que o Federal Reserve anunciou a tão aguardada alta de juros (em 0,25 ponto percentual), o índice chegou a perder força, acompanhando Wall Street.

Porém, após a fala do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, sobre a economia americana ser resistente a uma política de aperto monetário, o Ibovespa voltou a subir.

O índice fechou em alta de 1,98%, aos 111.112 pontos, após oscilar entre 108.957 e 111.183 pontos. O volume financeiro foi de R$ 44,1 bilhões.

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“A recuperação veio, especialmente, das empresas voltadas para o ciclo doméstico, como empresas de consumo e industriais”, disse Alexandre Brito.

Ações do Ibovespa em destaque

Os destaques positivos ficaram com as ações da CVC (CVCB3), subindo 17,15%, seguidas pela Locaweb (LWSA3) e Inter (BIDI11), com alta de 10,33% e 9,94%, respectivamente.

Os papéis da CVC operam em alta após a divulgação de resultados considerados bons pelo mercado.

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O destaque negativo foi a YDUQS (YDUQ3), com queda de 10,48%, seguida pela Cielo (CIEL3) e 3R (RRRP3), que caíram, respectivamente, -3,11% e 2,55%.

Segundo analistas da Ativa Investimentos, os papéis das petrolíferas operaram no vermelho em meio as oscilações negativas no preço do petróleo no exterior. Já as ações da YDUQS fecharam em queda após a divulgação de resultados fracos e da renúncia de seu CFO.

A moeda americana volta a cair perante o real, em meio à elevação de juros nos EUA e projeções de novos aumentos, o que torna investimentos em países emergentes menos atrativos. O dólar à vista fechou em baixa de 1,27%, a R$ 5,093, após oscilar entre R$ 5,091 e R$ 5,156.

No aftermarket, às 17h20, a curva de juros recua em bloco: DIF23, -0,08 pp, a 13,08%; DIF25, -0,08 pp, a 12,42%; DIF27, -0,41 pp, a 12,18%; DIF29, – 0,32 pp, a 12,30%.

Nos EUA, a alta de juros pelo Fed foi a primeira em três anos e autoridade monetária disse que subiria a taxa mais seis vezes este ano. Essa perspectiva do banco central surpreendeu os investidores e derrubou o mercado inicialmente.

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Mas, com o discurso de Powell, as ações americanas fecharam próximas das máximas. O índice Dow Jones fechou em alta de 1,55%, aos 34.063 pontos. O S&P 500 e o Nasdaq subiram, respectivamente, 2,24% e 3,77%.

Agora, após o fechamento, os investidores aguardam a decisão de política monetária no Brasil.

O consenso mercado projeta alta de 1 p.p. na Selic na reunião desta tarde, “o que já é uma desaceleração do aperto monetário praticado pelo BC”, destaca Alexandre Brito, sócio e gestor da Finacap Investimentos.

Efeito China

A bolsa brasileira também sofreu influência positiva da China, o que elevou o preço dos contratos de minério de ferro, que fecharam nas máximas em duas semanas.

Isso depois de o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, indicar o o país pretende tomar medidas para impulsionar a economia doméstica e garantir mercados de capitais estáveis.

Os comentários de Liu estimularam uma forte recuperação nos futuros de ferrosos chineses, já impulsionados pelas esperanças da demanda, uma vez que o clima favorável na maior produtora de aço da China deve encorajar as usinas a aumentar a produção.

As observações de Liu ajudaram a aliviar as preocupações sobre as consequências dos crescentes casos de Covid-19 na China e do conflito Rússia-Ucrânia, que abalaram os mercados de ativos chineses na terça-feira.

Dessa forma, o Hang Seng, de Hong Kong, fechou em alta de 9,08%, a maior desde outubro de 2008. O Shanghai, da China continental, avançou 3,48%. O Nikkei, do Japão, e o Kospi, da Coréia do Sul, avançaram, respectivamente, 1,64% e 1,44%.

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