
SÃO PAULO – O Ibovespa sobe forte nesta terça-feira (13) após notícia de que a China negociará por telefone em duas semanas uma solução para encerrar a guerra comercial com os Estados Unidos.
Como resposta, os EUA adiaram para 15 de dezembro a tarifação em alguns produtos chineses como celulares, laptops, videogames, alguns brinquedos, monitores de computador, alguns itens de calçados e roupas.
Às 11h29 (horário de Brasília) o principal índice da B3 tinha alta de 1,73%, a 103.680 pontos.
Mais cedo, a Bolsa caía ainda repercutindo a vitória da chapa Alberto Fernández e Cristina Kirchner nas primárias das eleições argentinas. O presidente Jair Bolsonaro apostou todas as suas fichas em uma recondução de Mauricio Macri à presidência e agora se vê obrigado a montar um plano B para o provável cenário de ter no país vizinho uma gestão hostil.
Já o dólar comercial vira para queda de 0,66% a R$ 3,9553 na compra e a R$ 3,9573 na venda. O dólar futuro com vencimento em setembro cai 0,9% a R$ 3,956.
O câmbio chegou a subir mais forte pela manhã com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que subiu 0,3% em julho, em linha com a mediana das expectativas dos economistas. Em junho, o crescimento fora de 0,3%.
Como o dado foi forte, analistas temem que diminua as chances do Federal Reserve optar por mudar sua condução da política monetária para uma mais expansionista.
No mercado brasileiro de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 fica estável a 5,38%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 cai quatro pontos-base a 6,33%.
Por aqui, as preocupações com o ritmo da atividade econômica contaminam o mercado financeiro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu paciência com o governo do presidente Jair Bolsonaro. Ontem, indicadores publicados apontaram para a possibilidade de uma recessão técnica no segundo trimestre deste ano.
“Deixem um governo liberal ter uma chance, esperem quatro anos. Não trabalhem contra o Brasil, tenham um pouco de paciência. Esperem a vez de vocês”, afirmou Guedes, que participa hoje, logo cedo, da 18ª reunião do conselho governo, com o presidente Bolsonaro, no Palácio do Planalto.
Noticiário Corporativo
A Petrobras (PETR3; PETR4) realizou o pré-pagamento do Termo de Compromisso Financeiro (TCF) FAT/FC no valor de R$ 2,7 bilhões, cujo vencimento se daria em 2028, por conta do Acordo de Obrigações Recíprocas (AOR) que fora celebrado com a Petros e diversas entidades sindicais em 2006, visando uma solução para o reequilíbrio dos planos, ajuste de seus regulamentos e encerramento de litígios judiciais existentes.
A EcoRodovias (ECOR3) e controladas da concessionária celebraram acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) – Procuradoria da República no Paraná, que será levado à homologação da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF e da Justiça Federal de Curitiba.
Pelo acordo, a EcoRodovias e ECS vão pagar multa de R$ 30 milhões; a Ecovia vai arcar com R$20 milhões de obras e R$ 100 milhões de redução tarifária; e a Ecocataratas vai a arcar com R$ 130 milhões em obras e R$ 120 milhões de redução tarifária.
A companhia aérea Azul (AZUL4) informou que irá começar a operar a ponte aérea em 29 de agosto, com 34 operações diárias entre os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ampliando a concorrência no maior mercado doméstico do país.
Entre os resultados corporativos, a Eletrobras (ELET6) anunciou lucro de R$ 5,6 bilhões no segundo trimestre, cifra 4,2 vezes superior à reportada no mesmo período do ano passado. Já a Itaúsa (ITSA4) registrou um lucro líquido de R$ 2,435 bilhões, alta de 19%.
A varejista Magazine Luiza (MGLU3) encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 386,6 milhões, aumento de 174,7%. A Cosan (CSAN3) apresentou lucro de R$ 418,3 milhões, revertendo perdas de um ano atrás. A Rumo (RAIL3) também reverteu perdas e lucro R$ 185 milhões
A Estácio (YBUQ3) teve queda de 14% no lucro, para R$ 201,8 milhões.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
SUZB3 | SUZANO S.A. ON | 32,34 | +4,86 | -14,14 | 161,38M |
MGLU3 | MAGAZ LUIZA ON EB | 37,90 | +4,06 | +68,38 | 265,83M |
CSNA3 | SID NACIONALON | 15,03 | +3,51 | +78,38 | 47,34M |
ECOR3 | ECORODOVIAS ON | 12,03 | +3,44 | +28,25 | 16,01M |
GOAU4 | GERDAU MET PN | 6,54 | +3,32 | +1,22 | 24,16M |
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
QUAL3 | QUALICORP ON | 27,73 | -3,75 | +121,48 | 29,91M |
CSAN3 | COSAN ON | 50,36 | -3,36 | +53,80 | 58,17M |
KROT3 | KROTON ON | 13,01 | -0,69 | +47,97 | 96,35M |
ELET6 | ELETROBRAS PNB | 41,37 | -0,55 | +46,86 | 31,53M |
JBSS3 | JBS ON | 28,88 | -0,41 | +149,21 | 219,64M |
* – Lote de mil ações 1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) |
Argentina e Mercosul
A derrota do presidente Mauricio Macri nas eleições primárias provocou pânico no mercado financeiro do país, com efeitos negativos também para o Brasil. O dólar disparou e levou o Banco Central da Argentina a aumentar a taxa de juros em dez pontos porcentuais, para 74%. Com a medida, o dólar recuou, mas ainda encerrou com alta de 8,8%, valendo 52,1 pesos. O índice Merval, o principal da Bolsa de Buenos Aires, caiu 37,9%.
As preocupações derivam da interpretação de que a vitória da chapa opositora, de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, nas primárias “põem em xeque a política econômica do governo Macri e o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI)”, avaliou a empresa de serviços financeiros INTL FCStone.
Há também um temor de que medidas intervencionistas – amplamente utilizadas no período dos ex-presidentes Nestor e Cristina Kirchner – sejam retomadas, como o controle de acesso ao dólar e a concessão de subsídios em serviços como transporte e energia.
Os bancos já dão quase como certa a vitória kirchnerista. Em relatório, o estrategista Tiago Severo, do Goldman Sachs, afirmou que o resultado é “quase irreversível”.
Sobre o Mercosul, um acordo firmado em julho pelos membros permite que o Brasil não dependa da Argentina para colocar em vigor o tratado de livre-comércio negociado com a União Europeia.
O acerto, feito na última reunião de chefes de Estado do bloco, realizada na Argentina, foi proposto pelo governo de Mauricio Macri e permite que, após a assinatura formal do acordo e o aval do Parlamento Europeu, as novas regras tarifárias passem a valer para o país que obtiver aprovação do texto pelo seu Congresso.
Até então, um acordo comercial negociado pelo Mercosul só poderia vigorar depois de o texto ter passado pelas casas legislativas de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A medida vale somente para os temas econômicos e comerciais, que estabelecem, por exemplo, a eliminação das tarifas de importação. Os capítulos com acertos políticos e de cooperação, que envolvem compromissos na área ambiental, estão fora. Esses só passam a valer após aprovação pelos parlamentos de todos os membros da União Europeia e do Mercosul.
A medida tornou-se um “seguro” para o Brasil diante das chances cada vez maiores de vitória da chapa da oposição, formada por Alberto Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner.
Quer investir com corretagem ZERO na Bolsa? Clique aqui e abra agora sua conta na Clear!