Ibovespa sobe com rali do petróleo apesar de explosão nos pedidos de seguro-desemprego nos EUA

Mercado registra ganhos diante da possibilidade de se encerrar a guerra de preços do petróleo

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta quinta-feira (2) acompanhando o rali do petróleo. Ontem, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordou com o presidente americano, Donald Trump, que a atual situação dos mercados da commodity não é favorável para nenhum dos dois países. Já a China anunciou um plano para ampliar suas reservas de petróleo. O barril do Brent – usado como referência pela Petrobras, avança 10% para US$ 27,19, puxando a alta das ações da estatal.

Contudo, os dados de emprego nos EUA limitam os ganhos. O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos cresceu de 3,28 milhões na semana encerrada no dia 20 para 6,648 milhões na semana passada, acima da expectativa mediana dos economistas do mercado financeiro compilada no consenso Bloomberg, que apontava para um aumento a 3,7 milhões de pedidos. A semana anterior já havia sido de recorde histórico de pedios.

O dado era o mais esperado desta quinta-feira (26), porque o aumento nos pedidos por auxílio-desemprego dá uma dimensão palpável do impacto econômico da pandemia de coronavírus no país mais rico do mundo.

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Às 10h12 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava ganhos de 0,89%, aos 71.596 pontos. Já o dólar futuro para maio tem leve alta de 0,29% a R$ 5,274, enquanto o comercial tinha leve alta de 0,074%, a R$ 5,2635 na compra e R$ 5,2652 na venda.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subia um ponto-base a 4,10%, DI para janeiro de 2023 tinha alta de cinco pontos-base a 5,44% e DI para janeiro de 2025 ganhava cinco pontos-base a 6,90%.

Medidas do governo

O Congresso faz sessão deliberativa remota na Câmara, às 11h, e no Senado, às 17h, para análise do projeto de lei que garantirá recursos para o auxílio de R$ 600 aos trabalhadores autônomos para minimizar os efeitos da pandemia na economia.

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Na véspera, o governo federal anunciou um programa que permite redução de jornada de trabalho e salário em 25%, 50% e até 70% por até três meses, por meio de acordos individuais – entre empregador e empregado – ou coletivos. A medida também autoriza a suspensão dos contratos por até dois meses. A equipe econômica calcula que 24,5 milhões de trabalhadores formais receberão o benefício.

O governo pagará uma parte do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito se fosse demitido. A estimativa oficial é de que o programa salvará 8,5 milhões de empregos ao dar um alívio momentâneo às empresas. O governo estima que, sem as medidas, até 12 milhões de empregados podem ser demitidos. Mesmo com as medidas, as demissões devem atingir 3,2 milhões de trabalhadores no Brasil.

O governo zera IOF em operações de crédito por 90 dias, com custo de R$ 7 bilhões aos cofres públicos e também anunciou a prorrogação do prazo para entrega da declaração de Imposto de Renda ano base 2019, de 30 de abril para 30 de junho. Além disso, houve o adiamento  por 2 meses do pagamento de PIS/Pasep, Cofins e patronal para a Previdência Social, com impacto de R$ 80 bilhões.

Coronavírus no Brasil

O Brasil tem 6.836 casos de coronavírus ante 5.717 um dia atrás, num aumento diário de 1.119, informou o Ministério da Saúde na última quarta-feira; país tem 241 mortes por coronavírus, ante 201 do dia anterior.

Equipes de saúde dos estados e municípios dizem que a subnotificação dos casos do coronavírus no Brasil, ao Ministério da Saúde, tem sido gigantesca, pela falta de kits para testes. Nesse cenário, em que o avanço da Covid-19 pode ser muito maior do que os registros, muitos hospitais esperam que dentro de poucas semanas faltem unidades de UTI para atender os casos mais graves, informa matéria da Folha de S. Paulo. Em outra reportagem, o jornal informa que o governo federal pretende fazer 100 mil testes para descobrir qual é a porcentagem da população que já foi atingida pelo coronavírus. Os testes começarão em duas semanas.

Noticiário corporativo

No radar corporativo, a Light aprovou a emissão de R$ 400 milhões em debêntures, enquanto a Lojas Americanas aprovou a emissão de R$ 1 bilhão em notas promissórias. A Ultrapar cancelou as projeções financeiras para 2020, enquanto a Petrobras fez acordo em litígio com a Sete Brasil, revertendo a provisão de R$ 634 milhões.

O Conselho de Administração da CVC elegeu Leonel Andrade como novo diretor presidente, enquanto o Conselho da Ouro Fino elegeu Kleber Gomes como CEO. Na Raizen, Ricardo Dell Aquila Mussa foi eleito como presidente.

Já o Banco do Brasil assinou um contrato de cessão, no valor de R$ 731 milhões, da sua carteira de clientes inadimplentes com a BV Financeira, uma subsidiária do Banco Votorantim (BV).

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.