Ibovespa sobe 2% após anúncio de auxílio emergencial e de envio da reforma administrativa na quinta; dólar cai a R$ 5,36

Mercado mostra ganhos passada a tensão do pregão anterior

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta terça-feira (1) com correção depois da queda de 3,44% em agosto na contramão e com uma série de notícias positivas no âmbito político.

Às 12h48 (horário de Brasília) o benchmark tinha alta de 2,21%, aos 101.565 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial cai 2,08% a R$ 5,3663 na compra e a R$ 5,3669 na venda. O dólar futuro para outubro tinha queda de 2,3%, a R$ 5,371.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 tem baixa de oito pontos-base a 2,78%, o DI para janeiro de 2023 recua 10 pontos, a 3,96%, o DI para janeiro de 2025 registra perdas de 15 pontos-base a 5,77% e o DI para janeiro de 2027 cai 14 pontos-base a 6,73%.

Hoje, o governo anunciou a prorrogação do auxílio emergencial, que terá mais quatro parcelas de R$ 300. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro  informou que enviará ao Congresso Nacional na próxima quinta-feira (3) a proposta de reforma administrativa.

Os investidores também estão atentos às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência virtual com senadores para explicar sua afirmação de que havia sido “um crime” a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro – posteriormente revertida na Câmara dos Deputados – ao reajuste dos salários de servidores públicos.

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Guedes disse que se sentiu “abandonado” após fazer acordo com senadores e ver a derrubada do veto. O ministro da Economia tratou ainda das reformas. “O Congresso trabalha incessantemente para modificar o marco regulatório e destravar os investimentos. Estamos encaminhando reformas administrativa e tributária, além da [Proposta de Emenda à Constituição] PEC do Pacto Federativo.”

De acordo com o ministro, o Pacto Federativo já está pronto para ser disparado ao Congresso “assim que a política ditar o momento para isso”.

Nesta manhã também houve a divulgação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre. A economia do País sofreu uma contração de 9,7% no período, na comparação com o primeiro trimestre na série com ajuste sazonal.

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Este dado veio um pouco pior que a expectativa mediana dos economistas, que era de um recuo de 9,2% no segundo trimestre na comparação com os três primeiros meses do ano, de acordo com a pesquisa Bloomberg. A medição anterior foi revisada para queda de 2,5%, de -1,5% anteriormente.

Outro destaque no noticiário nacional é o Orçamento para 2021, que foi enviado na noite de ontem ao Congresso. Somando os déficits esperados entre 2021 e 2023, o buraco é de R$ 572,9 bilhões.

Lá fora, depois dos índices Dow Jones e S&P 500 consolidarem seus maiores ganhos para um mês de agosto desde a década de 1980, as bolsas americanas voltam a subir, desta vez impulsionadas pela valorização das ações da Apple depois da companhia realizar um desdobramento. Essa operação tornou os papéis da big tech mais acessíveis e com mais liquidez.

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O tom mais positivo do exterior vem também do Índice de Gerentes de Compras (PMI) da Caixin/Markit da China em agosto, que ficou em 53,1 pontos. Leituras acima de 50 indicam expansão, enquanto resultados inferiores a 50 revelam retração.

O resultado superou as expectativas e causou uma alta do yuan frente ao dólar, ao ficar no nível mais alto desde janeiro de 2011. Também foi o quarto mês consecutivo acima da marca de 50.

Ao mesmo tempo, o desemprego na zona do euro subiu, enquanto os efeitos do coronavírus continuam a ser sentidos. A taxa de desemprego na região foi de 7,9% em julho, mostrando uma deterioração do cenário. No entanto, o número ainda está abaixo do recorde visto no meio da crise.

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Orçamento de 2021

O governo enviou ontem ao Congresso a proposta de Orçamento para 2021, que prevê um déficit nas contas públicas até 2023. Somando os déficits esperados entre 2021 e 2023, o buraco é de R$ 572,9 bilhões, de acordo com O Estado de S.Paulo.

No ano que vem, a expectativa é de déficit de R$ 233,6 bilhões; em 2022, o resultado deve ficar negativo em R$ 185,5 bilhões; já em 2023, faltarão R$ 153,8 bilhões para fechar as contas do governo.

No entanto, o governo destacou que os gastos da pandemia ficarão restritos a 2020.

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O governo reservou para 2021 R$ 34,8 bilhões para gastar com o Bolsa Família no ano que vem, segundo O Globo. O Renda Brasil ficou de fora do projeto de lei orçamentária.

Outro destaque do texto é a insuficiência de R$ 453,715 bilhões para que seja cumprida a regra de ouro no próximo ano. Esta regra proíbe que o governo tome financiamentos para pagar gastos correntes, como o pagamento de salários, por exemplo. Por isso, o governo precisará da autorização do Congresso para realizar estes gastos.

Também chamou atenção o fato de que o governo desistiu de dar mais recursos à Defesa do que à Educação em 2021.

Além disso, a previsão que consta da proposta de Orçamento para 2021 prevê uma alta de 3,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem. A projeção para o salário mínimo é de R$ 1.067, alta de 2,1% ante o valor atual de R$ 1.045.

Auxílio emergencial

De acordo com a Folha de S. Paulo, a ampliação do auxílio por quatro meses a R$ 300 deve aumentar os gastos da União neste ano em mais R$ 100 bilhões. Com isso, o governo vai chegar a um número inédito, com déficit de R$ 1 trilhão nas contas públicas em 2020.

Outro destaque no noticiário brasileiro é a conclusão das investigações sobre um suposto esquema de “rachadinhas” que teria sido comandado pelo senador Flávio Bolsonaro quando era deputado federal. Segundo a CNN, o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do Ministério Público do Rio considerou encerradas as investigações.

O resultado foi encaminhado ao procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, que repassou o material para o subprocurador da área criminal, Ricardo Ribeiro Martins. Ele poderá pedir novas investigações ou apresentar a denúncia ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio.

Ainda no noticiário corporativo, segundo a CNN, o presidente Bolsonaro foi diagnosticado com cálculo renal e fará uma cirurgia para retirá-lo em setembro.

Radar corporativo

O mercado vai repercutir hoje os balanços divulgados na véspera pela Lojas Renner (LREN3), pela IMC (MEAL3) e pelo grupo Technos (TECN3).

A Lojas Renner registrou um lucro líquido de R$ 818,1 milhões no segundo trimestre, alta de 254,5% na comparação anual. O resultado foi impulsionado pelo reconhecimento de R$ 1 bilhão referente a um crédito fiscal.

Outro destaque é o anúncio da parceria entre Bradesco e J.P.Morgan. O banco brasileiro vai herdar os clientes do private banking do J.P.Morgan, que está deixando de atuar neste segmento no Brasil.

Ainda no noticiário corporativo, a Pague Menos precificou a sua oferta de ações (IPO), mas teve que dar um desconto em relação ao preço inicialmente previsto. A ação foi precificada a R$ 8,50; de acordo com o documento divulgado no mês passado, a faixa estimativa de preço era entre R$ 10,22 e R$ 12,54 por papel.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.