Ibovespa sobe 2,9% na semana e encosta nos 103 mil pontos com reforma em foco; dólar vai a R$ 5,38

Índice se descolou do exterior nesta sexta renovou sua máxima desde 4 de março

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa se descolou das bolsas americanas e subiu 2% nesta sexta-feira (17), encerrando a semana com ganhos de 2,86% e renovando sua máxima desde 4 de março, quando fechou a 107.224 pontos.

Animou os investidores locais as recentes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), principalmente sobre a Reforma Tributária.

Ontem, Guedes disse na Expert XP 2020 que irá entregar a primeira parte da Reforma Tributária na terça-feira (21) no Senado. O texto tratará da criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, sendo resultado da unificação de impostos federais e estaduais. “Vamos começar com o IVA dual e acabar com o PIS/Cofins. Isso já está na Casa Civil”, afirmou Guedes.

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Contudo, sobre a criação de uma nova CPMF o ministro se defendeu, declarando se tratar de uma tributação de base mais ampla no comércio eletrônico, mas não “o mesmo imposto mudando de nome”. Pelo Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escreveu que não há espaço para discutir uma nova CPMF.

“Nossa carga tributária é alta demais, e a sociedade não admite novos impostos”, destacou Maia, que também afirmou querer aprovar uma Reforma Tributária em parceria com o Senado e com a participação do governo federal.

Com isso, o Ibovespa fechou esta sexta com alta de 2,32% a 102.888 pontos e volume financeiro de R$ 29,369 bilhões.

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O dólar comercial, por sua vez, teve valorização de 1,02%, a R$ 5,3816 na compra e R$ 5,3824 na venda. Já o dólar futuro para agosto sobe 1,00% a R$ 5,385 no after market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 caiu cinco pontos-base a 2,94%, o DI para janeiro de 2023 perdeu sete pontos-base a 4,02% e o DI para janeiro de 2025 recuou sete pontos-base a 5,49%.

No radar externo, os investidores aguardam a reunião das lideranças europeias em Bruxelas para tentar chegar a um acordo sobre um fundo de 750 bilhões de euros de recuperação para a região.

Nos Estados Unidos segue a preocupação com o avanço das infecções pela Covid-19. Na quinta-feira, o país registrou mais de 77 mil novos casos, um novo recorde, chegando a 3,6 milhões de casos até o momento. No mundo, os casos do novo coronavírus já confirmados totalizam 13,9 milhões, com quase 600 mil mortes.

Panorama político

Na esfera política, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, foi transferido para a reserva do Exército. O movimento se deu após a crise iniciada pelas críticas de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nas Forças Armadas, a permanência do general na ativa já era vista com incômodo por estabelecer uma relação direta entre a instituição e o governo. Por essa razão, a ida de Ramos para a reserva acabou sendo antecipada.

Já fora do governo, o jornal Folha de S.Paulo, mostra que o policial militar aposentado Fabrício Queiroz depositou R$ 25 mil em dinheiro vivo na conta da mulher do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de quem era assessor, uma semana antes de o casal quitar a primeira parcela na compra de um imóvel em construção no Rio.

Queiroz é suspeito de ser o operador do esquema de “rachadinhas” no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Dados da quebra de sigilo bancário obtidos pelo Ministério Público do Rio indicam que o depósito, junto com outras movimentações financeiras na conta da dentista Fernanda Bolsonaro, foi feito para dar cobertura ao pagamento da entrada no imóvel.

Panorama corporativo

O Conselho de Administração da Profarma confirmou a realização da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da sua controlada d1000 Varejo.

Mesmo com a oferta, a Profarma continuará com o controle da empresa (participação superior a 50%).

A CSN anunciou na noite de quinta-feira um novo acordo de pré-pagamento sobre fornecimento de minério de ferro à trading Glencore, no valor de US$ 115 milhões. Os recursos vão ser utilizados para a redução de endividamento.

O acordo envolve fornecimento de 4 milhões de toneladas de minério de ferro em até 5 anos. Segundo a CSN, os valores previstos no acordo podem ser ampliados futuramente, dependendo do interesse das partes.

O novo contrato ocorre um ano depois que a CSN assinou acordo com a Glencore envolvendo fornecimento de aproximadamente 10 milhões de toneladas de minério de ferro em cinco anos por um valor de US$ 250 milhões.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
ELET3 14.69007 40.52
ELET6 12.52398 41.06
CIEL3 10.16598 5.31
MRFG3 9.15179 14.67
WEGE3 7.13107 58.44

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
CVCB3 -1.8018 21.8
GOLL4 -1.23633 20.77
AZUL4 -0.95238 21.84
MRVE3 -0.19324 20.66

Já a Eztec, em sua prévia operacional, divulgou vendas de R$ 123 milhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 67% na comparação com igual trimestre do ano passado.

Já a Tenda, que atua no segmento do “Minha Casa, Minha Vida”, reigistrou vendas de R$ 576,4 milhões, alta de 20,1%.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.