Ibovespa sobe 2% e dólar cai 0,7% após EUA e China chegarem a acordo comercial

A Bolsa teve ganhos na semana de mais de 1%, enquanto o real se depreciou com a perda de atratividade do carry-trade

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira (11) e terminou a semana com ganhos de 1,25%, após cair 2,4% na semana passada. A grande notícia do dia foi que Estados Unidos e China finalmente chegaram a um acordo comercial parcial.

Foi o próprio presidente americano, Donald Trump, que anunciou a novidade saindo do salão Oval: “nós chegamos a uma muito substancial primeira fase de um acordo”. De acordo com ele, o entendimento na parte cambial foi uma parte muito relevante do acordo, que ainda incluiria propriedade intelectual, serviços financeiros e compras de produtos agrícolas americanos pelos chineses.

Trump disse que a China irá aumentar suas compras do agronegócio dos EUA para US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões. “O acordo ainda tem que ser colocado em escrito, o que deve ocorrer de três a cinco semanas a partir de hoje”, afirmou, lembrando que essa é só a primeira fase de um acordo mais amplo.

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As declarações foram dadas após o fim da reunião de Trump com o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, que começou hoje às 15h45 (horário de Brasília) e acabou perto das 17h.

Na esteira das boas notícias, que se parecem com o começo de um desfecho para a longa guerra comercial, o Ibovespa fechou em alta de 1,98% a 103.834 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 15,416 bilhões.

Já o dólar comercial subiu 0,95% na semana, refletindo as expectativas de que os cortes de juros da Selic serão mais profundos do que aqueles promovidos pelo Federal Reserve nos EUA, prejudicando as operações de carry-trade. Hoje, a moeda americana teve queda de 0,68% a R$ 4,0947 na compra e a R$ 4,0954 na venda.

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Em sua live de quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro, falou que a Selic pode chegar a 4,5% no fim do ano depois dos dados de inflação divulgados nas últimas semanas. A fala se deu na esteira do último dado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou uma deflação de 0,04%, abrindo caminho para o Banco Central se sentir confortável em baixar juros.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 recua cinco pontos-base a 4,59% e o DI para janeiro de 2023 recua 12 pontos-base a 5,59%.

Também ficou no radar a alta do petróleo, que reflete a explosão de dois mísseis em um petroleiro iraniano no Mar Vermelho. A empresa do Irã sugeriu que a responsabilidade no ataque era da Arábia Saudita. O barril do petróleo tipo Brent – usado como referência pela Petrobras – teve alta de 2% a US$ 60,47 e o barril do WTI registrou ganhos de 2,09% a US$ 54,66.

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Noticiário Corporativo

Fica no radar a má notícia de que foi registrado um caso de peste suína no Alagoas, que embora não seja a mesma variedade da doença que afeta os plantéis chineses, deve causar alguma preocupação para JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3).

A 16ª Rodada de Licitações da ANP arrecadou R$ 8,915 bilhões em bônus de assinatura, um novo recorde nas recentes rodadas de concessões. Foram arrematados 12 dos 36 blocos oferecidos para exploração e produção de petróleo e gás natural em regime de concessão, sendo dez na Bacia de Campos. Ao todo, dez empresas diferentes compuseram as propostas vencedoras. O ágio foi de 322% para o bônus de assinatura.

A Braskem (BRKM5) informou que o Juiz da 7ª Vara do Trabalho de Maceió negou os pedidos liminares do Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT-AL) na Ação Civil Pública proposta contra a Companhia no contexto do fenômeno geológico ocorrido em Maceió, incluindo o pedido de bloqueio no montante de R$ 2,5 bilhões.

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(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.