Ibovespa sobe 0,8% e retoma os 115 mil pontos com medidas da China para combater o coronavírus

Mercado termina o dia com ganhos diante do alívio internacional, ao passo que o dólar fechou estável diante do carry trade menos atrativo

Ricardo Bomfim

Fonte: reprodução

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (4) diante da recuperação dos mercados da China. Hoje, a bolsa de Xangai encerrou o pregão estável, com alívio após o “sell-off” na véspera, quando os índices acionários chineses caíram mais de 7% na volta de um recesso que durou uma semana por causa da nova doença.

O governo chinês fez uma nova injeção de liquidez no sistema financeiro nesta terça, desta vez de US$ 71,2 bilhões, isso animou os mercados, que acreditam na potência fiscal e monetária da segunda maior economia do mundo para mitigar os efeitos do coronavírus.

Contudo, o cenário sobre o vírus seguiu no radar: a China informa que o vírus já infectou mais de 20 mil pessoas e causou mais de 400 mortes. Depois das Filipinas foi a vez de Hong Kong registrar a primeira morte de uma vítima do coronavírus fora da China continental.

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O Ibovespa subiu 0,81% a 115.556 pontos com volume financeiro negociado de R$ 23,026 bilhões.

Enquanto isso, o dólar comercial teve alta de 0,22% a R$ 4,2576 na compra e a R$ 4,2583 na venda. O dólar futuro para março avança 0,12% a R$ 4,258.

A moeda americana registrou perdas durante a maior parte da sessão em meio ao sentimento global de risco associado à visão de que a China não poupará esforços para evitar um grande impacto do surto de coronavírus no crescimento.

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No entanto, perto do fechamento a moeda zerou perdas com o fortalecimento das apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá cortar juros amanhã para 4,25% ao ano, podendo até levar o ciclo de reduções na Selic além.

Com isso, fica menor o diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos. Como os títulos do tesouro americano são considerados os ativos mais seguros do mundo, se o diferencial entre as taxas dos EUA e de outros países diminui é normal que os investidores tirem dinheiro desses países e comprem dólares para investir nos Estados Unidos. A operação que envolve esse fenômeno no mercado chama-se carry trade.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 caiu um ponto-base a 4,93%, o DI para janeiro de 2023 ficou estável a 5,46% e o DI para janeiro de 2025 registrou perdas de dois pontos-base a 6,13%. Os juros caíram por conta da produção industrial, que veio abaixo do esperado, gerando expectativas de que o Banco Central seja pressionado a baixar a Selic.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou nesta manhã dados da produção industrial, com o setor terminando o ano passado com queda de 1,1%. Foi o pior ano desde 2016, quando o indicador desabou 6,4%.

Em dezembro, a queda foi de 1,2% na base de comparação anual, enquanto a estimativa era de queda de 0,8%, segundo consenso Bloomberg. O dado foi divulgado um dia antes da decisão de política monetária do Banco Central e ampara as apostas em novo corte da Selic
neste primeiro dia do Copom.

Vale destacar que, na agenda econômica, o governo entregou ao Congresso um pacote com oito medidas. Entre elas, as reformas tributária e administrativa.

Os governadores de 23 Estados e do Distrito Federal rejeitaram a proposta do presidente Jair Bolsonaro de cobrar o ICMS dos combustíveis por litro, e não mais sobre a média dos preços cobrados nos postos. Em carta, os 23 governadores ressaltaram que o ICMS é a principal fonte de arrecadação dos Estados e que o debate precisa ser feitos nos “fóruns institucionais apropriados”.

Mercado de capitais 

O investidor brasileiro superou o estrangeiro na B3 pela primeira vez desde 2014, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Com os juros baixos, muitos investidores migraram da renda fixa para as ações. Em 2019, os investidores brasileiros somaram 52% dos investidores na B3, enquanto os estrangeiros 48%.

Apesar dos investidores estrangeiros terem retirado R$ 40 bilhões da Bolsa de Valores de São Paulo no ano passado, o movimento cresceu e a expectativa é que aumente neste ano. A saída dos estrangeiros da bolsa paulista contrariou a expectativa que a aprovação da Reforma da Previdência atrairia mais capital externo para o Brasil.

Noticiário corporativo 

A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou teaser para a venda da sua participação em dois blocos na Bacia Pará-Maranhão, o BM-PAMA-3 e BM-PAMA-8. A estatal petrolífera brasileira tem 100% do BM-PAMA-3 e 80% do BM-PAMA-8, no qual a chinesa Sinopec é minoritária com 20%.

A corregedoria do Ministério da Economia proferiu decisão pelo arquivamento do processo administrativo contra o Bradesco (BBDC3; BBDC4) aberto após a realização da Operação Zelotes. A decisão foi publicada nesta segunda-feira, 3, no Diário Oficial da União.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
COGN3 5.5794 12.3
GGBR4 4.28224 21.43
EQTL3 3.45382 25.76
HYPE3 3.36894 37.74
HGTX3 3.32 25.83

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
CIEL3 -2.7933 6.96
JBSS3 -2.27596 27.48
ENBR3 -1.95993 22.51
CCRO3 -1.89702 18.1
SUZB3 -1.5443 38.89

Já a PetroRio (PRIO3) informou que adquiriu, por US$ 140 milhões (R$ 588 milhões), o navio-plataforma OSX-3, além de 80% do campo petrolífero de Tubarão Martelo, vizinho ao campo petrolífero de Polvo, que já controla.

A BrMalls (BRML3) adquiriu fração adicional de 5% do Shopping Villa Lobos. Com a aquisição, a participação da empresa carioca no Villa-Lobos passou a 63,4% do centro comercial, localizado em uma área relativamente nobre da capital paulista. O Villa-Lobos tem um mix de mais de 220 lojas, o Teatro Opus, com 700 lugares, e vários restaurantes.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.