Ibovespa sobe 0,7% e fecha acima de 115 mil pontos pela primeira vez

Mercado teve fortes ganhos após um início de sessão em queda diante de uma correção

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira (19), renovando máxima histórica e terminando um pregão acima dos 115 mil pontos pela primeira vez.

O grande driver da sessão foi a divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de novembro. Foram criadas 99.232 vagas, no melhor resultado para o mês desde 2010. O consenso de mercado era de um avanço de 47.250 empregos.

A força dos números aumenta a confiança acerca da retomada da economia brasileira. Vale lembrar que apesar dos dados de atividade já mostrarem aquecimento há alguns meses, o desemprego ainda aparecia como o ponto-fraco dessa recuperação.

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O Ibovespa registrou alta de 0,71%, a 115.131 pontos com volume financeiro negociado de R$ 21,614 bilhões.

Para Carlos Daltozo, analista da Eleven, o alvo do benchmark para 2019 é 120 mil pontos e a expectativa de uma disparada este ano se materializou. Para 2020, a projeção é que o índice chegue a 138 mil pontos.

“Empresas ligadas à economia doméstica estão performando bem por conta do aquecimento mais consistente da economia. Vemos esse rali puxando o Ibovespa para os 115 mil pontos e a tendência é de que isso se mantenha no ano que vem”, avalia.

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No cenário internacional, as bolsas dos Estados Unidos viraram para alta à tarde e os três principais índices acionários – Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq – renovaram recordes.

Os investidores deixaram de lado as preocupações com o impeachment do presidente Donald Trump, que pressionaram os ativos de renda variável pela manhã. Ontem, a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou o processo, que agora vai ao Senado, onde não se espera o mesmo resultado, visto que a maioria da casa é Republicana.

Por aqui, o Banco Central divulgou o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). No documento, o BC apontou que o maior impulso da economia em 2020 está condicionado ao cenário de continuidade das reformas e ajustes na economia brasileira.

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Segundo Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora, a comunicação do BC sobre o câmbio não mudou muito em relação ao que o ministro da Economia, Paulo Guedes, já vinha falando. “O que acontece é que o mercado praticamente já encerrou o ano. O estresse da guerra comercial já acabou, assim como o Brexit, por mais que não esteja tudo resolvido. São fatores deixados para o ano que vem”, avalia.

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Já o dólar comercial teve leve alta de 0,07% a R$ 4,0621 na compra e R$ 4,0628 na venda. O dólar futuro com vencimento em janeiro de 2020 registrava leves ganhos de 0,17%, a R$ 4,0705.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 sobe quatro pontos-base a 4,67% e o DI para janeiro de 2023 avança 11 pontos, a 6,06%.

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Destaca-se ainda no RTI do Banco Central a elevação das projeções de crescimento da economia brasileira. Em 2019, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) passou de 0,9%, previsto em setembro, para 1,2%. Para 2020, a projeção para o crescimento do PIB foi revisada de 1,8% para 2,2%.

Falas de Paulo Guedes e Campos Neto

O ministro da Economia, Paulo Guedes, propôs a tributação sobre transações financeiras feitas por celulares e outros aparelhos digitais, como uma espécie de “contrapartida” para desonerar a folha de pagamentos das empresas.

Guedes admitiu que existe forte resistência à recriação de um imposto no modelo da CPMF. “Sempre consideramos que para desonerar a folha de pagamentos precisávamos de um tributo sobre as transações”, afirmou ontem em Brasília. “CPMF virou um negócio maldito, então acabou-se”.

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Já em entrevista à GloboNews, o  presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em  que “a dinâmica do câmbio no Brasil mudou em relação ao passado” e que a pressão cambial agora é diferente na inflação.

“Quando o câmbio piorava, as expectativas com o Brasil pioravam. Desta vez foi diferente”, relatou. “O câmbio se desvalorizou com a percepção de melhora do País, com a Bolsa batendo recorde e redução do prêmio de risco.” Na avaliação de Campos Neto, a pressão atual no câmbio é causada pelo movimento de pré-pagamento de dívidas das empresas no exterior.

Noticiário corporativo

A Marfrig Global Foods S.A. comunicou ontem à CVM que antecipará de 2023 para agora o pagamento das suas notas sênior, em um valor de US$ 446 milhões (R$ 1,8 bilhão). Essas notas foram emitidas pela Marfrig Holdings B.V. na Europa em 2016. Já a operadora mexicana América Móvil (AMX), dona da Claro no Brasil, informou ontem à CVM que concluiu a compra de toda a Nextel Brasil, pela qual pagou US$ 905 milhões (R$ 3,6 bilhões).

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
NTCO3 5.68553 38.85
CCRO3 3.95387 18.93
QUAL3 3.69955 37
GOAU4 3.57569 8.69
CVCB3 3.55236 44.6

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
MRFG3 -4.4878 9.79
COGN3 -3.43643 11.24
BRKM5 -2.6764 28
CIEL3 -2.28833 8.54
EGIE3 -1.42915 48.97

Atenção ainda para a Petrobras. A estatal divulgou diversos comunicados, afirmando que concluiu que o Comperj não tem atratividade econômica, além da adesão a programas tributários de estados. A estatal ainda anunciou pagamento de R$ 2,35 bilhões de JCP.

(Com Agência Brasil)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.