Ibovespa resiste à pressão negativa do exterior e emplaca nova alta; dólar e juros voltam a cair

Analistas apontam melhora nas perspectivas sobre a inflação e menos incerteza no cenário eleitoral

Mitchel Diniz

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O Ibovespa conseguiu manter os ganhos da sessão de ontem. Depois de passar a maior parte do dia oscilando em torno da estabilidade, encerrou a sessão em alta. A Bolsa descolou dos índices nos Estados Unidos, com investidores cautelosos a espera de mais uma elevação na taxa de juros. A pressão negativa do exterior foi sentida, mas ações de peso do índice como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4;BBDC3) garantiram mais um fechamento positivo.

As perspectivas para a inflação brasileira melhoraram e ajudaram o Ibovespa a descolar do exterior. “Antes, a gente não esperava que houvesse três meses de inflação negativa, mas como a Petrobras está baixando os preços dos combustíveis, agora esse é o cenário base”, afirma Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.

Fábio Guarda, sócio e gestor da Galapagos Capital, acredita que a corrida presidencial está dando mais segurança ao investidor, a 12 dias da eleição. “Na minha leitura, as duas candidaturas estão se encaminhando para um centro mais conservador, se afastando dos seus extremos”, afirma.

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O exterior perdeu a quebra de braço com as notícias domésticas hoje, mas deixou sua marca em blue chips como Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3) – ambas as empresas tiveram perdas na sessão de hoje. O dia foi negativo para as commodities, com a percepção de que o ciclo monetário nos Estados Unidos pode aumentar as chances de uma recessão.

O Ibovespa fechou em alta de 62%, aos 112.516 pontos. O volume negociado hoje ficou em R$ R$ 26,5 bilhões.

No exterior, o dólar voltou a subir perante o euro, a libra esterlina e o iene, mas aqui no Brasil teve mais um dia de baixa. O dólar comercial fechou em queda de 0,25% a R$ 5,152 na compra e R$ 5,153 na venda.

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Os juros futuros também não encontraram força para subir hoje, com a melhora nas perspectivas para a inflação. “Aqui no Brasil, eu acho que o mercado está bem mais otimista – [o Copom] não deve subir os juros e deve praticamente confirmar o fim do ciclo de alta”, disse Komura, da Ouro Preto.

O DIF25 e o DIF27 recuavam um ponto-base, no after hours, a 11,91% e 11,56%, respectivamente. O DIF29 caía dois pontos-base, a 11,66%.

As Bolsas em Nova York se afastaram das mínimas do dia, mas ainda assim fecharam em baixa: o Dow Jones caiu 1,01%, aos 30.707 pontos; o S&P 500 recuou 1,12%, aos 3.856 pontos; a Nasdaq teve baixa de 0,95%, aos 11.425 pontos.

“Foi mais um movimento de diminuição de exposição ao risco antes da decisão do Banco Central americano, que vai ditar os rumos dos investimentos daqui para frente”, afirma Heitor Martins, especialista em renda variável na Nexgen Capital.

No monitor de juros do CME Group, 84% das apostas apontam para uma elevação de 75 pontos-base e 16%, para uma alta de 1 ponto percentual.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados