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SÃO PAULO – Sem trégua, o Ibovespa amargou mais um dia de perdas e encerrou a sessão desta quinta-feira (11) com a menor pontuação de fechamento em mais de um ano. O dia não trouxe notícias que animassem os investidores, pelo contrário – só acentuou preocupações com os riscos fiscais, que já vêm influenciando o mercado há algum tempo.
As conversas em torno da PEC dos Precatórios sinalizam que o texto aprovado em dois turnos na Câmara, sem muitas alterações, deve sofrer mudanças radicais no Senado onde parlamentares já estudam remover as dívidas judiciais do governo do Teto dos Gastos. Na semana que vem, o texto a ser discutido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve ser um híbrido contendo emendas sugeridas por senadores e destoam bastante do pretendido inicialmente.
Com a PEC, o governo quer financiar o ajuste na parcela do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, adiando o pagamento dos precatórios. Nas propostas alternativas que chegaram ao relator da matéria, porém, a ideia é pagar os precatórios, financiar o Auxílio Brasil e ainda assim não estourar o Teto de Gastos (pois o pagamento das dívidas judiciais seria contabilizada, excepcionalmente, à parte).
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“Do ponto de vista fiscal, há elementos positivos na proposta apresentada pelos três senadores. A questão do pagamento dos precatórios fora do teto não seria má notícia para os mercados, já que a regra permaneceria intocada e essa despesa tratada de maneira excepcional. Do ponto de vista político, porém, existem alguns entraves relevantes”, afirma a equipe de analistas da Levante Ideia de Investimentos.
A equipe econômica já declarou que não concorda com a proposta alternativa e a falta de entendimento voltou a estressar os investidores.
“As demonstrações do Senado de não querer passar a PEC do jeito que o governo queria também é um sinal de que outras reformas dificilmente vão passar no Congresso. Mas se o governo mostrar que tem força para passar algo mais “pesado”, vem a perspectiva de que podemos ter um ano de 2022 mais produtivo e termos até uma revisão de PIB para cima”, explica Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.
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O Ibovespa fechou em queda de 0,51% aos 102.426 pontos. O volume negociado no dia foi de R$ 28,4 bilhões. Foi a menor pontuação de fechamento do índice desde 6 de novembro de 2020. O Ibovespa futuro opera em queda de 0,55% a 103.130 pontos nos últimos negócios do dia.
As ações da Vale (VALE3) movimentaram os maiores volumes negociados do dia e também ficou entre as maiores quedas da sessão de hoje. Os papéis terminaram o dia em baixa de 4,11% a R$ 62,33. O desempenho da empresa foi pressionado pelo minério de ferro, cujos preços caíram para seu menor nível em mais de um ano: na Bolsa de Dalian, a commodity fechou em queda de 5,1%, a US$ 80,21 dólares e segue em queda nos primeiros negócios da sexta-feira.
O dólar comercial voltou a subir forte na sessão de hoje e fechou em alta de 0,83% a R$ 5,569 na compra e R$ 5,570 na venda. O dólar futuro com vencimento em dezembro de 2021 subiu 0,51% a R$ 5,568 próximo ao fechamento.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2023 avançou 14 pontos-base para 12,16%; DI para janeiro de 2025 subiu 10 pontos-base para 12,09%; e o DI para janeiro de 2027 teve alta de seis pontos-base, a 11,96%.
No exterior, preocupações sobre uma nova onda de Covid-19, com aumento no número de casos, pressionou os negócios. Na Europa, onde diversos países decretaram lockdown para não-vacinados, as Bolsas fecharam em queda. O índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, recuou 0,45%.
Nos Estados Unidos, a sucessão da presidência do Federal Reserve também tem sido acompanhada com cautela pelos investidores. Qualquer sinal vindo do Banco Central americano pode indicar mudança no ritmo da retirada de estímulos à economia ou dar uma ideia de quando os juros no país podem voltar a subir.
O Dow Jones fechou em queda de 0,17%, a 35.871 pontos; S&P teve alta de 0,34%, a 4.704 pontos, a bolsa de tecnologia Nasdaq avançou 0,45%, a 15.993 pontos.
As cotações do petróleo se recuperaram parcialmente de um tombo com a possibilidade de EUA e China acionarem reservas para aumentar a oferta no mercado e reduzir os preços. O barril do Brent, cuja cotação é referência para a Petrobras, subiu 1,13% a US$ 81,19 e o do WTI avançou 0,8% a US$ 78,99.
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