Ibovespa recua 1,72%, acompanhando exterior; petróleo, inflação e decisões do Fed e Copom seguem no radar

No cenário internacional, intensificação de ataques russos na Ucrânia trazem insegurança, e, no interno, investidores monitoram juros

Equipe InfoMoney

(Foto: Getty Images)

Publicidade

O Ibovespa fechou em forte queda nesta sexta-feira (11). Após passar boa parte do pregão oscilando entre ganhos moderados e baixas não tão bruscas, o principal índice da bolsa brasileira acelerou a queda na reta final dos negócios, fechando com retração de 1,72%, aos 111.713 pontos, em um pregão com volume financeiro negociado de R$ 28,2 bilhões. Na semana, a bolsa recuou 2,5%.

O mesmo movimento seu deu também nas bolsas americanas. Até por volta das 17h, o Dow Jones, por exemplo, operava no positivo, mas o índice acabou fechando em queda de 0,69%, aos 32.944 pontos. S&P 500 e Nasdaq recuaram 1,30% e 2,18%, respectivamente, aos 4.204 e 12.843 pontos.

Pesou sobre a performance das bolsa mundiais, em parte, a acentuação da guerra da Ucrânia em algumas regiões. Há comentários que a Rússia intensificou ataques sobre áreas que antes estavam “mais tranquilas”.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A Câmara Municipal da cidade ucraniana de Maripoul, por exemplo, afirmou que ao menos 1.600 civis morreram nos ataques de hoje feitos pela Rússia. O governador da região Mykolayv veio a público afirmar que as tropas de Putin estão “disparando mísseis mais do que nunca” sobre a região.

A acentuação das batalhas aumenta a aversão ao risco, que foi impulsionada também pelas falas do presidente americano Joe Biden. Em encontro com democratas, ele manteve o tom duro e chegou a citar uma “possível terceira guerra mundial”.

Além disso, investidores se posicionam de maneira cautelosa, esperando as decisões sobre política monetária do Federal Reserve na próxima semana. No Brasil, o Banco Central também decide, na quarta-feira (23), o novo patamar de alta da taxa Selic.

Continua depois da publicidade

O índice DXY, que mede a performance do dólar frente a outras divisas mundiais, avançou 0,62% e mostrou que investidores buscaram a moeda americana como refúgio, com maior aversão ao risco. Por aqui, o dólar comercial fechou em alta de 0,76%, a R$ 5,054 na compra e na venda. O contrato futuro da moeda americana para abril subiu ainda mais, com alta de 1,15%, aos R$ 5,103.

O preço do dólar ajudou a impulsionar a alta da curva de juros, junto com o preço do petróleo – com o Brent fechando em alta de 2,94%, a US$ 112,55 -, o reajuste de preço dos combustíveis pela Petrobras (PETR3;PETR4) e a divulgação de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a “inflação oficial brasileira” avançou 1,01% em fevereiro, na maior alta para o mês desde 2015 e acima do que o mercado esperava.

O rendimento da taxa DI com vencimento em janeiro de 2023 avançou 17 pontos-base, para 13,20%, e o da taxa DI para 2025 subiu 36 pontos, para 12,58%. Na ponta longa, as taxas dos DIs para 2027 e 2029 subiram, respectivamente, 33 e 26 pontos, para 12,37% e 12,43%.

A alta dos preços na semana que antecede o Copom leva o mercado a uma posição mais cautelosa, acreditando que o Banco Central brasileiro pode surpreender na elevação da Selic, com o fim de conter a inflação.

Com a perspectiva de juros mais altos, e de um pior cenário macroeconômico, alguns setores sofrem mais – como, por exemplo, empresas de tecnologia e construtoras.

As ações ordinárias da MRV (MRVE3) registraram a pior queda do Ibovespa, recuando 11,89%, seguidas das da Méliuz (CASH3), com menos 8,37%, e pelas da Marfrig (MRFG3), caindo 6,85%.

Entre as maiores altas, destaque para as ações ordinárias da Vivo (VIVT3), que subiram 1,16%, para as preferenciais da ISA Cteep (TRPL4), com alta de 1,07% e as ordinárias da Tim (TIMS3), avançando 0,95%. Se destacaram também empresas consideradas defensivas como Vivo (VIVT3) e Cteep (TRPL4), além de TIM (TIMS3). Entre as altas, impulsionadas pela valorização do dólar, estiveram companhas exportadoras, como Klabin (KLBN11), Minerva (BEEF3) e Suzano (SUZB3)

Oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje. Assista aqui.