Ibovespa interrompe sequência de 4 altas e fecha em queda de 1,3% com correção; dólar cai a R$ 5,27

Mercado começa semana no negativo em dia de realização dos ganhos da semana passada

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (22) interrompendo uma sequência de quatro altas em meio a uma realização de lucros catalisada pelas preocupações com o avanço do coronavírus e pela tensão política no Brasil. Lá fora, as bolsas americanas fecharam em alta.

Os índices Dow Jones e S&P 500 subiram 0,59% e 0,66% respectivamente. Já o índice Nasdaq, de empresas de tecnologia, subiu 1,11% e bateu máxima histórica puxado pelas ações da Apple depois do anúncio da versão mais nova do sistema operacional IOS.

Na abertura do pregão, o Ibovespa até ensaiou uma alta, mas zerou ganhos logo no início das negociações.

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Foram adicionados risco e incerteza no noticiário político depois da prisão de Fabrício Queiroz. O advogado Frederick Wassef anunciou na noite deste domingo que deixará a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A decisão ocorre após Queiroz, ex-assessor de Flavio e um suspeito de ser o operador financeiro de um esquema de “rachadinhas”, ter sido localizado em um imóvel da propriedade do advogado.

O Ibovespa hoje caiu 1,28% a 95.335 pontos com volume financeiro negociado de R$ 22,926 bilhões.

Já o dólar comercial caiu 0,87% a R$ 5,2712 na compra e a R$ 5,2722 na venda em meio à visão dos investidores no mundo todo de que a segunda onda do coronavírus talvez não precise ser combatida com medidas de isolamento social tão rigorosas quanto a primeira.

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O otimismo a repeito da recuperação econômica pós-pandemia se conjuga com a liquidez global provida pelos bancos centrais para criar um ambiente de maior apetite por risco.

Vale lembrar que o dólar teve uma forte valorização ante o real na semana passada por conta da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a Selic em 0,75 ponto percentual, para 2,25% ao ano, reduzindo o diferencial de juros entre o Brasil e países desenvolvidos de ativos financeiros mais seguros.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subiu três pontos-base a 3,05%, o DI para janeiro de 2022 teve alta de um ponto-base a 4,17% e o DI para janeiro de 2025 avançou cinco pontos-base a 5,91%.

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Entre os indicadores, o Relatório Focus do Banco Central mostrou que os economistas projetam uma queda ligeiramente menor do Produto Interno Bruto (PIB) para 2020, de 6,50% ante 6,51% na semana passada. Para 2021, a estimativa de crescimento segue em 3,50%.

Para a Selic, a projeção é que ao final deste ano a taxa básica de juros esteja em 2,25% ao ano, a mesma expectativa das últimas cinco semanas. Para 2021, economistas preveem uma taxa de 3% mesma estimativa da última semana. Entretanto, o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, reduziu o cenário para a Selic este ano a 1,75%, de 2,25% antes.

As projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 1,60% para 1,61% neste ano. A 2021, a projeção segue em 3%.

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Caso Queiroz

O advogado Frederick Wassef anunciou na noite deste domingo que deixará a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A decisão ocorre após Fabricio Queiroz, ex-assessor de Flavio e um suspeito de ser o operador financeiro de um esquema de “rachadinhas”, ter sido localizado em um imóvel da propriedade do advogado.

Wassef também pediu desculpas ao presidente Jair Bolsonaro, de quem sempre tentou mostrar proximidade. No entanto, não esclareceu o motivo pelo qual Queiroz estava em seu imóvel.

Panorama político

A semana em Brasília começa com uma série de lacunas. O presidente Jair Bolsonaro deverá anunciar o nome de um substituto para Abraham Weintraub, que chegou aos Estados Unidos no sábado e só depois foi exonerado do cargo de ministro da Educação.

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Weintraub, que faz parte da investigação sobre as fake news do Supremo Tribunal Federal (STF), deve ser indicado pelo governo brasileiro para assumir um cargo no Banco Mundial.

Outra lacuna no governo é no ministério da Saúde, que já está há mais de um mês sem ministro no momento em que o novo coronavírus avança no país. Já são mais de 50 mil mortes e mais de 1 milhão de infectados pela Covid-19.

Panorama corporativo

E as empresas seguem apostando na recuperação do mercado de oferta de ações. O BTG Pactual anunciou nesta manhã a realização de uma oferta pública primária com esforços restritos de distribuição de units.

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A oferta será composta inicialmente por 28,5 milhões de Units (28,5 milhões de ações ordinárias e 57 milhões de preferenciais).

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
IRBR3 16.55438 12.11
BPAC11 4.72222 75.4
COGN3 4.59588 6.6
SBSP3 4.40513 60.2
ABEV3 1.87861 14.1

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
AZUL4 -5.50459 20.6
RADL3 -5.3401 108.13
BEEF3 -4.91202 12.97
HGTX3 -3.72793 14.72
BRKM5 -3.6965 24.75

Já Ambipar divulgou os detalhes da sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A faixa de preço das ações foi fixada entre R$ 18,75 e R$ 24,75.

A empresa pretende reforçar seu caixa para crescimento via aquisições.

Apesar desse otimismo, bancos e varejistas podem sofrer com o aumento da inadimplência nos próximos meses. Levantamento do instituto de varejo Ibevar mostra que a inadimplência deve avançar 5,79% em junho, 5,96% em julho e 6,09% em agosto, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo“.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.