Ibovespa Futuro cai mais de 1% em meio à tensão por demissão de Moro; dólar sobe para R$ 5,57

Índice estende perdas da véspera com aumento da tensão política; Moro fará pronunciamento às 11h

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro segue em queda nesta sexta-feira (24) em meio à tensão gerada pela possibilidade de que o ministro da Justiça, Sergio Moro, anuncie sua demissão da pasta ainda nesta manhã.

A tensão política, que ensaiava diminuir na noite de ontem com notícias sobre militares tentando demover Sérgio Moro de uma ameaça de demissão do governo, é retomada após Bolsonaro demitir o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.

Isso aumenta as especulações de que o ministro da Justiça deve anunciar sua demissão ainda hoje, segundo os jornais. Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, Moro irá fazer um pronunciamento às 11h, mas não foram revelados detalhes sobre a fala do ministro.

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Valeixo é pessoa de confiança do ministro Moro, que, a princípio, teria aceitado continuar no governo se tiver o poder de escolha do próximo diretor-geral da Polícia Federal.

Às 09h10 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro registrava queda de 1,53%, aos 78.385 pontos, enquanto o dólar futuro para maio sobe 0,58%, para R$ 5,567.

Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 fica estável em 3,55%, enquanto o DI para janeiro de 2023 tem alta de 2 pontos, para 4,76%. O contrato para janeiro de 2025 avança 4 pontos-base a 6,45%.

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No exterior o dia também é de cautela, com as bolsas da Ásia e Europa em queda reagindo de maneira atrasada às informações de que a droga Remdesivir, contra o coronavírus, não mostrou testes comprovadamente eficazes contra o Covid-19.

Ainda na Europa, as bolsas caem com líderes do continente tendo dificuldades para finalizar um plano de apoio à economia diante da ameaça do coronavírus. A chanceler alemã Angela Merkel promete apoiar um enorme pacote de estímulos para a União Europeia, mas presidente do BCE, Christine Lagarde, adverte que o plano corre o risco de chegar tarde demais.

A atenção nesta sexta-feira nos EUA também está nos resultados corporativos. Southwest Airlines e American Airlines publicam resultados pela manhã, antes da abertura de Wall Street. A IATA, Associação Internacional de Transportes Aéreos, reportou na manhã de hoje que a queima de caixa das empresas aéreas no primeiro trimestre somou US$ 61 bilhões, informa a CNBC.

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Agenda econômica

O saldo de transações correntes deve mostrar déficit de US$ 200 milhões em março, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois de registrar déficit de US$ 3,9 bilhões no mês anterior. O Banco Central divulga os dados às 9h30 em seu website. Já o BC oferta US$ 3 bilhões em leilões de linha para rolagem em 24 de abril.

Nos Estados Unidos, às 9h30, serão revelados os pedidos de bens duráveis de março e, às 11h, a Universidade de Michigan publica o sentimento do consumidor em abril.

Pandemia avança no Brasil

O Brasil bateu ontem seu recorde de mortes diárias pelo coronavírus, com 407 óbitos – metade no Estado de São Paulo – em 24 horas. Até ontem, o máximo de mortes diárias era de 207. O total de mortes confirmadas é de 3.313 na manhã de hoje. O número de casos confirmados ultrapassa 49 mil.

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Os dados chegam no momento em que os governos estaduais começam a abrandar as quarentenas, ou se preparam para isso. Ontem houve a reabertura do comércio no Estado de Santa Catarina, embora em São Paulo o final da quarentena esteja marcado para 11 de maio. A decisão ainda pode ser revista pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Noticiário corporativo 

A Invepar declarou ontem que cumpriu todas as condições para vender a sua subsidiária Concessionária Raposo Tavares (CART) para o Fundo Pátria. Segundo a Invepar, a transação acontecerá no dia 30 de abril.

Anunciada no final do ano passado, a aquisição do Pátria também inclui outras duas rodovias controladas pela CART, a SP-225 e a SP-327, que ligam a Raposo Tavares a cidades do centro do Estado de São Paulo, como Bauru. Já a Copel – Companhia Paranaense de Energia, informou que fez um repasse de R$ 3,3 milhões para sua subsidiária FDA Geração. Segundo a estatal paranaense, a FDA usará os recursos para pagar os Encargos do Uso do Sistema de Transmissão (EUST).

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Já a Lojas Renner anunciou nesta quinta, em comunicado ao mercado, que a partir de amanhã iniciará a reabertura gradual de algumas de suas lojas. A medida abrange “unidades pontuais” da Renner, Camicado, Youcom e Ashua, segundo o documento.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.