Ibovespa futuro sobe no começo do pregão da “Super Quarta”, com Ucrânia e China no radar

Notícias provindas da Ucrânia e avanço em regulação do sistema financeiro chinês impulsionam bolsas mundo afora

Vitor Azevedo

(Getty Images)

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O Ibovespa futuro opera em alta expressiva no início do pregão desta quarta-feira (16), que é marcada por decisões do Banco Central brasileiro e do Federal Reserve. O contrato futuro para abril avançava 1,23%, aos 111.045 pontos, às 9h24 (horário de Brasília) acompanhando a performance dos principais índices internacionais.

Nos Estados Unidos, os futuros também operam em alta, com investidores aguardando a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) – com a perspectiva de que o Fed começará a elevar a taxa de juros. O futuro do Dow Jones avança 1,24%, o do S&P 500, 1,38% e o da Nasdaq, 1,95%.

“Investidores aguardam a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros americana. O mercado precifica um aumento de 0,25% nesta quarta-feira e 7 novos aumentos ao longo do ano”, comenta a XP Investimentos, em seu morning call. “O último “gráfico de pontos” (reúne as projeções dos dirigentes da instituição sobre os juros locais), publicado em dezembro, mostrava três altas tanto em 2022 quanto 2023, seguidas por duas em 2024”.

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Apesar da perspectiva de alta dos juros, o que costuma impactar a performance de ativos de risco, o clima de otimismo prepondera, com sinalizações de que houve avanço em um acerto pelo fim da guerra entre a Ucrânia e a Rússia – apesar de ainda nenhuma grande resolução.

O Kremlin afirmou que há negociações para que o país invadido mantenha uma “posição geopolítica neutra”, de forma parecida ao que acontece com a Suécia, sem receber a influência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ou da própria Rússia.

O presidente ucraniano Volodymr Zelensky, segundo agências, disse, após reuniões, que um acordo com Moscou começou a soar mais realístico, bem como o fim da guerra. Do outro lado, Sergey Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores, saiu dos encontros dizendo também que há “alguma esperança de chegar a um compromisso” nas negociações com a Ucrânia.

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Com isso, as bolsas da Europa sobem em bloco. O DAX, principal índice da Alemanha, avança 3,33%. O FTSE, do Reino Unido, tem alta de 1,35%. O CAC 40, da França, opera em alta de 3,70%. O STOXX 600, de todo o bloco, sobe 2,81%.

Na Ásia, o clima também foi positivo. Além das mensagens provindas da Ucrânia, alguns dos índices da região surfaram com uma notícia provinda da China.

Segundo a CNBC, o canal oficial do governo Chinês sinalizou ajuda a ações chinesas, afirmando que “afastará riscos imobiliários”. Além disso, prometeu ainda práticas amigáveis a mercados, além de apoio a listagens no exterior, com um avanço no plano de cooperação entre o país e os EUA para chegar a um acordo sobre as companhias do gigante asiático listadas em Nova York, após uma reunião entre autoridades dos dois países.

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O Hang Seng, de Hong Kong, fechou em alta de 9,08%, a maior desde outubro de 2008. O Shanghai, da China continental, avançou 3,48%. O Nikkei, do Japão, e o Kospi, da Coréia do Sul, avançaram, respectivamente, 1,64% e 1,44%.

Com o caminhar das negociações na Ucrânia, o preço do petróleo segue estável – o contrato Brent para maio cai 0,25%, a US$ 99,66. Os acontecimentos na China, por outro lado, fizeram o preço do minério de ferro fechar em alta de 5,17% no porto de Dalian.

No mercado interno, Copom é destaque

No fim da tarde, o Comitê de Política Monetária (Copom) decide a nova taxa Selic. ” A probabilidade de elevação em 1 ponto percentual na taxa Selic na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) continua sendo o consenso e a expectativa para a próxima reunião reduziu na curva”, comenta a XP Investimentos.

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A queda das commodities de ontem fez a curva de juros ceder – apesar de ter também impactado os ativos de risco brasileiros. Hoje, os contratos DIs operam sem tendência exata, com o rendimento do DI para janeiro de 2023 avançando dois pontos-base, para 13,11%, mas com os do restantes caindo – a taxa do DI para 2025 tem menos quatro pontos, para 12,39%, a do DI para 2027 cai três, para 12,21%, bem como a do DI para 2029 que vai a 12,31%.

A curva de juros repercute também a divulgação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de que o setor de serviços brasileiro recuou 0,10% em janeiro na base mensal, ante consenso de alta de 0,30%.

O dólar futuro recua 0,78%, a R$ 5,146. O dólar comercial cai 0,64%, a R$ 5,125 na compra e a R$ 5,126 na venda.

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