Ibovespa Futuro sobe mais de 9% seguindo desempenho do exterior após pior pregão do século

Pré-market mostra um dia de recuperação depois do pânico que tomou conta dos mercados na véspera

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em forte alta nesta sexta-feira (13) seguindo o desempenho do principal ETF – fundo passivo baseado em índice e negociado em bolsa – dos nossos ADRs (na prática, as ações brasileiras negociadas nos Estados Unidos), o EWZ. No pré-market de Nova York, o ETF subia 11,1%.

Às 09h07 (horário de Brasília), o índice futuro do Ibovespa com vencimento em abril registrava alta de 9,72% a 78.900 pontos, enquanto o dólar futuro para abril cai 1,6%, para R$ 4,721. Os ADRs da Petrobras disparam 16% a US$ 6,30 no pré-market das bolsas de Nova York.

Os futuros dos EUA também sobem forte, cerca de 5%, após o pior pregão desde 1987, ainda que sem fato novo que indique o fim da turbulência. Com isso, os índices americanos batem no limite de alta dos contratos futuros do mercado financeiro americano.

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A recuperação vem após o Ibovespa à vista registrar sua pior queda desde 1998, na esteira das notícias negativas sobre o coronavírus. Além do aumento no número de infectados pelo Covid-19, os investidores também se decepcionaram com a medida do presidente americano Donald Trump para combater a doença: a proibição de voos entre a Europa e os EUA, à exceção do Reino Unido. Também pesou nos mercados a informação de que o secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten, está com coronavírus, o que levou o próprio presidente Jair Bolsonaro a realizar o exame para diagnosticar a presença do vírus.

Outro fator de instabilidade foi a derrubada pelo Congresso do veto de Bolsonaro à ampliação do Benefício por Prestação Continuada (BPC), que deve gerar um impacto orçamentário bilionário em meio a um momento de ajuste rigoroso nas contas públicas.

Todavia, algum alívio ocorreu na última sessão graças ao anúncio do Federal Reserve – o banco central dos EUA – de que vai oferecer mais de US$ 1,5 trilhão em liquidez ao mercado monetário através de operações de recompra reversa. Pelo cronograma, a autoridade monetária ofertará hoje US$ 500 bilhões em títulos de três meses e US$ 500 bilhões em títulos de um mês.

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Na sessão de hoje, as bolsas da Ásia fecharam todas em queda, com destaque para Tóquio, que afundou 6%, repercutindo a forte aversão ao risco da véspera. Contudo, vale destacar que o mau humor do mercado no continente foi levemente amenizado após o governo japonês anunciar um pacote de US$ 1,9 trilhão para combater os efeitos do coronavírus sobre a economia.

Por aqui, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a pauta dos próximos 45 dias na Casa será voltada para o combate aos efeitos econômicos da pandemia e criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes, por não ter apresentado medidas de curto prazo para enfrentar a crise.

Segundo Maia, as propostas de Guedes para a economia, enviadas na terça-feira, não resolvem a turbulência para os próximos meses. Maia também disse que a reforma administrativa, cujo esboço ainda não foi enviado pelo governo, não é a solução no momento. “Guedes não tinha uma coisa organizada ou não quis falar. Se olhar os projetos, tem pouca coisa que impacte a agenda a curto prazo ou quase nada”, afirmou. O Congresso estuda entrar em recesso por causa da pandemia.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai 53 pontos-base a 5,37%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de 47 pontos-base a 6,36% e o DI para janeiro de 2025 recua 51 pontos-base a 7,27%.

Coronavírus no Brasil

O Brasil já tem mais de 100 casos do coronavírus, de acordo com contagem do jornal Folha de São Paulo. Até a noite de ontem, quinta-feira, o Ministério da Saúde tinha 77 casos confirmados. Somente o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP), já tem 98 casos confirmados, mas dos quais apenas 43 foram notificados ao Ministério em Brasília (DF).

O estado de São Paulo pode ter entre 1% e 10% de sua população infectada pelo novo coronavírus, com quadro leve a grave, nos próximos quatro meses, segundo o infectologista David Uip, coordenador de um comitê de contingenciamento para enfrentar a chegada da doença no estado.

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Noticiário corporativo

A Estácio Participações (YDUQ3), o segundo maior grupo de educação privada do Brasil, reportou lucro líquido de R$ 686,4 milhões em 2019, informou em balanço. Outras empresas, como Qualicorp e Kepler Weber, também publicaram balanços.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.