O Ibovespa futuro registra uma sessão de ganhos nesta sexta-feira (9), seguindo a alta externa e com os investidores atentos à repercussão dos dados de inflação por aqui. Às 9h03 (horário de Brasília), o contrato do índice com vencimento para outubro subia 1,19%, a 112.330 pontos. No mercado de câmbio, o dólar futuro para o mesmo mês caía 0,51%, a R$ 5,221, enquanto o comercial caía 0,32%, a R$ 5,189 na compra e R$ 5,190 na venda.
No noticiário brasileiro, o destaque fica para o dado do IPCA de agosto, que registrou deflação de 0,36%, com queda de preços um pouco abaixo do esperado. A expectativa dos analistas consultados pela Refinitiv era de uma queda dos preços de 0,39% ante julho e de 8,72% na comparação anual.
O grupo dos transportes (-3,37%) exerceu o maior impacto negativo sobre o índice geral, contribuindo com 0,72 ponto percentual (p.p.). A queda desse grupo foi influenciada principalmente pela retração nos preços dos combustíveis (-10,82%). Em agosto, os quatro combustíveis pesquisados tiveram deflação: gás veicular (-2,12%), óleo diesel (-3,76%), etanol (-8,67%) e gasolina (-11,64%). Item com maior impacto negativo sobre o índice geral, a gasolina teve redução de R$ 0,18 por litro nas refinarias no mês passado.
Cabe destacar que, nesta semana, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, deu indicações consideradas hawkish (no sentido de aperto monetário) que levaram o mercado a ajustar a sua expectativa para os juros, adiando as projeções de corte da Selic.
Além da política monetária nacional, os investidores seguem repercutindo as atuações dos principais BCs pelo mundo.
Na véspera, o Banco Central Europeu promoveu uma alta recorde de juros, enquanto o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fez um discurso considerado duro com a inflação. Contudo, as duas sinalizações já eram esperadas pelos investidores, não havendo tanto impacto no mercado.
No noticiário político nacional, à noite, será divulgada a primeira pesquisa Datafolha após o 7 de Setembro, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) levou milhares de apoiadores às ruas em atos eleitorais, o que atraiu críticas por ter se apropriado politicamente da data cívica.
Ainda no radar dos mercados, na véspera, Bolsonaro passou a prometer o pagamento de R$ 800 no Auxílio Brasil. Na propaganda eleitoral que foi ao ar na TV nesta quinta, a campanha do presidente falou em conceder um adicional de R$ 200 para os beneficiários do programa que conseguirem um novo emprego.
Atualmente, o valor mensal do benefício está em R$ 600, mas o projeto de Orçamento para 2023 enviado pelo próprio governo ao Congresso só prevê recursos para um montante médio de R$ 405 no ano que vem. A promessa de Bolsonaro de conceder o adicional de R$ 200 aparece depois de a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, passar a estudar a concessão de um bônus de R$ 150 para crianças de até seis anos, além de outros adicionais aos beneficiários do Auxílio Brasil – que substituiu o antigo Bolsa Família, criado durante a gestão petista.
Já a Reuters, citando fontes, informou que o candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) passou a ser cotado para comandar a política econômica em um eventual novo governo do petista. As fontes ressaltaram que a decisão segue em aberto.
Atenção ainda para o movimento das commodities, com os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura subindo para máximas de duas semanas na sexta-feira, registrando seus maiores ganhos semanais em seis semanas, depois que a China, maior produtora mundial de aço, anunciou mais medidas para apoiar sua economia devastada pela Covid.
Também contribuindo para o sentimento, a inflação abaixo do esperado em agosto na China despertou esperanças de mais flexibilização da política do banco central. O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange fechou em alta de 3,7%, a 720,50 iuanes (US$ 103,92 ) a tonelada, depois de atingir seu maior valor desde 29 de agosto, a 724,50 iuanes, no início da sessão.
O petróleo também sobe nesta sexta-feira, apoiado por cortes reais de produção e ameaças para a oferta, embora a commodity esteja se encaminhando para um segundo declínio semanal, já que aumentos agressivos das taxas de juros e as restrições à Covid-19 na China pesaram nas perspectivas de demanda.
O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou interromper as exportações de petróleo e gás para a Europa se forem impostos tetos de preços e um pequeno corte nos planos de produção de petróleo da Opep + anunciados esta semana também apoiaram os preços. O petróleo Brent avança 1,6%, para US$ 90,60 o barril. O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) também sobe 1,6%, para US$ 84,88.
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