Ibovespa Futuro sobe com leve correção após “pânico” por proliferação do coronavírus

Pré-market mostra leve recuperação em mais um dia de combate global à doença que atinge 4.500 pessoas

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta terça-feira (28) com uma leve correção após o índice à vista cair 3,29% na véspera diante de temores a respeito do coronavírus. A doença já matou 106 pessoas e outras 4.500 estão contaminadas.

O governo da China tomou como medidas para evitar a proliferação do vírus além do fechamento da província de Hubei o prolongamento do feriado do ano-novo lunar, que irá até o próximo domingo. As empresas chinesas estão proibidas de voltarem ao trabalho até o dia 10 de fevereiro por determinação de Pequim. As bolsas, por outro lado, voltam a negociar no dia 3.

No mais recente desdobramento desde a eclosão da ameaça, a China decidiu restringir viagens a Hong Kong. Embora seja cedo para avaliar o impacto total do vírus na China, a avaliação dos investidores é de que, se o país não conseguir controlar a situação poderá ser comprometida a estabilização frágil da economia mundial depois que Pequim e Washington chegaram à primeira fase do acordo comercial.

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Às 9h13 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em fevereiro sobe 0,55% a 115.250 pontos, enquanto o dólar futuro com o mesmo vencimento tinha baixa de 0,23% a R$ 4,201. Já o dólar comercial recua 0,19% a R$ 4,20 na compra e a R$ 4,202 na venda.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai dois pontos-base a 4,90%, o DI para janeiro de 2023 perde um ponto a 5,49% e DI para janeiro de 2025 tem queda de dois pontos-base a 6,26%.

Analistas estão divididos acerca da oportunidade de se investir em ações agora aproveitando as fortes quedas por conta do coronavírus. A equipe do JP Morgan fez um estudo mostrando que em grandes epidemias como a da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), em 2003, as ações caem 4,7%, em média, para depois se recuperarem.

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Já o Danske Bank estima que o surto desacelere a economia chinesa em 0,8 ponto porcentual no primeiro semestre e a Capital Economics antecipa “impacto significativo” no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre da China.

Na agenda brasileira desta terça, o Tesouro Nacional divulga relatório mensal da dívida pública de 2019 e o Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2020 às 14h30 em Brasília; às 15h, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, e o subsecretário da Dívida Pública, José Franco de Morais, comentarão os números em entrevista coletiva. Em novembro, a dívida foi de R$ 4,205 trilhões.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, profere palestra nesta manhã em São Paulo em evento promovido pelo Credit Suisse. Este deve ser o último pronunciamento do BC antes do início do período de silêncio pré-Copom, reunião que acontecerá entre 4 e 5 de fevereiro. A fala de Campos Neto pode ajudar o mercado a afinar as apostas para a Selic.

E nos Estados Unidos, hoje é dia de divulgação do resultado da Apple no quarto trimestre.

Noticiário corporativo

Em destaque no noticiário, esteve o início da temporada de resultados. A Cielo teve lucro líquido de R$ 242,4 milhões no quarto trimestre de 2019, queda de 68% na comparação com o mesmo período de 2018, de R$ 757,7 milhões, considerando o conceito Cosif, critério exigido a empresas reguladas pelo Banco Central. Ante o trimestre anterior, foi visto recuo de 32,3%. A geração de caixa medida pelo Ebitda da Cielo somou R$ 680,3 milhões no quarto trimestre, baixa de 37,8% em um ano, de R$ 1,094 bilhão. Na comparação com os três meses anteriores, foi vista redução de 6,1%.

A companhia ainda aprovou JCP complementar de R$ 24,2 milhões; o pagamento será feito aos acionistas em 13 de fevereiro com base na posição acionária de 30 de janeiro.

Já a JBS, empresa da família Batista, e o WH Group, maior produtor de proteína animal da China, assinaram um acordo para distribuição de proteína bovina, de aves e suína in natura no mercado chinês. As duas empresas oferecerão um portfólio de produtos das marcas Friboi e Seara, e o acordo pode movimentar até R$ 3 bilhões em negócios por ano, segundo as companhias.

Também em destaque, a União concluiu a venda das ações excedentes do Banco do Brasil (BB) em poder do governo. A operação, que arrecadou R$ 1,06 bilhão, ocorreu na última quinta-feira (23). Por fim, o Cade confirmou a aprovação compra da Embraer pela Boeing.

(Com Agência Estado e Agência Brasil)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.