Ibovespa futuro opera próximo à estabilidade; investidores em Wall Street monitoram Fed e balanços de bancos

Investidores monitoram mercados internacionais, situação fiscal brasileira e dados do varejo

Vitor Azevedo

(Shutterstock)

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O Ibovespa futuro abriu o pregão desta sexta-feira (14) sem tendência exata. Após cair no início das negociações, às 9h23 (horário de Brasília), o índice com vencimento em fevereiro de 2022 passou a operar em leve alta 0,07%, aos 106.370 pontos. O índice brasileiro acompanha a oscilação dos mercados internacionais, com investidores ainda digerindo as falas de ontem da vice-presidente do Federal Reserve Lael Brainard no Senado americano.

O discurso de Brainard foi interpretado pelo mercado como tendo um tom mais duro. Ela afirmou, por exemplo, que a instituição monetária da maior economia do mundo deve finalizar o tapering, a compra de títulos, já no primeiro trimestre deste ano e que após o fim deste processo o Fed estará pronto para subir os juros.

O discurso destoou do que foi apresentado pelo presidente da instituição, Jerome Powell, um dia antes, também no Senado. Na ocasião, as bolsas subiram, após uma interpretação de que o corte de estímulos poderia ser menos agressivo.

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“O período de maior volatilidade apresentado pelos índices sucede a divulgação da ata do Federal Reserve, que por sua vez revelou uma postura mais dura contra a inflação, sinalizando uma subida nas taxas de juros já em 2022 e uma potencial redução do volume do seu balanço”, comentam os analistas da XP Investimentos, em morning call.

Investidores, por lá, monitoram também a temporada de balanços. Hoje, Wells Fargo e JP Morgan trouxeram lucros superando o consenso. O primeiro teve lucro líquido de US$ 1,38 por cada ação, ante consenso de US$ 1,12. O segundo lucrou US$ 3,33 por ação, mais do que os US$ 3,01 esperados.

As bolsas americanas operam sem sentido único. Os futuros do Dow Jones e do S&P 500 têm altas de, respectivamente, 0,21% e 0,07%, às 8h55. O da Nasdaq recua 0,14%.

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Na Europa, a tendência é totalmente de queda. O DAX, da Alemanha, recua 0,63%, o CAC 40, da França, 066% e o FTSE, do Reino Unido, 0,04%. O STOXX 600, com empresas de todo o continente, tem baixa de 0,61%.

Na Ásia, por fim, as quedas foram ainda mais acentuadas. Além da correção por conta das quedas registradas nas bolsas ocidentais na véspera, os índices por lá também sofreram com a divulgação das exportações na China, com crescimento desacelerando, e pelo fato de o Banco da Coreia do Sul ter elevado sua taxa de juros para 1,25%, voltando aos níveis pré-pandemia.

O índice Nikkei, do Japão, recuou 1,28%. O Shangai, da China continental, 0,96%. O HSI, de Hong Kong, 0,19%. O Kospi, da Coréia do Sul, 1,36%.

O minério de ferro acabou também retrocedendo, com o preço da tonelada em baixa de 1,43% no porto de Qingdao, a US$ 128,01, e de 2,30% no porto de Dalian, a US$ 113,68.

No mercado interno, juros voltam a avançar

O Ibovespa Futuro, além de pender com o mercado internacional, sofre também por conta do cenário brasileiro.

Os contratos de juros futuros abriram o pregão em alta, com investidores de olhos em risco fiscal e também em dados que mostram que a economia está mais aquecida do que o esperado. O DI para janeiro de 2023 avança um ponto-base, para 11,95%. O para janeiro de 2025 sobe três ponto, indo a 11,24%. O para janeiro de 2027 também sobe um ponto-base, para 11,17%.

A pressão de servidores públicos por aumentos de salários continua. Representantes de servidores da Receita Federal se reuniram ontem com o ministro Paulo Guedes, e comentaram, posteriormente, que o encontro foi frustrante. ” Vemos isso como um risco fiscal importante para este ano, já que não há espaço dentro do teto constitucional de gastos para um aumento horizontal dos salários de todas as carreiras dos servidores”, comenta a XP.

Além disso, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística trazer ontem que o setor de serviços em novembro se mostrou mais aquecido do que o consenso, hoje foi a vez dos dados do varejo surpreenderem, com crescimento de 0,6% na base mensal, ante consenso de queda de 0,20% da Refinitiv. A interpretação é que esses números podem pressionar a inflação.

O dólar comercial avança 0,12%, negociado a R$ 5,535 na compra e a R$ 5,536 na venda. O futuro sobe 0,11%, a R$ 5,554.

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