Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos e dólar cai antes do megaleilão da cessão onerosa

Pré-market aponta para um dia sem muita definição até que se saiba o preço dos blocos que serão leiloados

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre entre perdas e ganhos nesta quarta-feira (6) em meio à expectativa dos investidores a respeito do megaleilão do petróleo da cessão onerosa, que começa hoje às 10h (horário de Brasília).

Lá fora, os futuros dos índices acionários dos Estados Unidos ficam praticamente estáveis após notícia de que Pequim quer que o presidente Donald Trump reverta as tarifas impostas em setembro sobre US$ 125 bilhões em mercadorias chinesas. Essa seria uma condição essencial para o fechamento da fase 1 do acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Às 9h14 o contrato futuro do Ibovespa para dezembro subia 0,1% a 109.265 pontos. O dólar futuro com o mesmo vencimento caía 0,2% a R$ 3,9925.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 recua um ponto-base a 4,50% e o DI para janeiro de 2023 tem queda de um ponto-base a 5,49%.

A ansiedade dos investidores a respeito da cessão onerosa se justifica pela desistência de duas das 14 empresas que manifestaram interesse pelas quatro áreas da Bacia de Santos que serão leiloadas, a Total e a BP. Analistas entendem que o preço alto da outorga e a incerteza a respeito de quanto terão que pagar para reembolsar a Petrobras, concessionária original dos blocos, é o que levou à desistência de ambas.

Há também preocupações com a possibilidade de que a Petrobras tenha que pagar um bônus muito alto para levar as áreas em que exerceu direito de preferência, notadamente Búzios e Itapu.

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Ainda no Brasil, destaque para a repercussão do pacote de reformas econômicas que deverá suceder o debate previdenciário no parlamento. As medidas vêm sendo classificadas como a mais ampla reforma desde a Constituição de 1988, com uma revisão profunda do papel do Estado e mudando a lógica dos gastos públicos.

Bolsas Internacionais

As bolsas internacionais operam de forma mista, com viés de queda, diante dos receios por parte dos americanos em rever as tarifas impostas em meio à guerra comercial aos produtos chineses, o que poderia levar um novo colapso nas negociações, impactando os mercados globais. De acordo com a Reuters, até mesmo a escolha de um local para o encontro de Trump com o líder chinês, Xi Jinping, vem se tornando um obstáculo.

Em relatório, economistas da ONU destacam que os impactos da disputa comercial sino-americana é uma situação “perda ou perda”. Enquanto a China perde cerca de US$ 35 bilhões no primeiro semestre deste ano, os consumidores e as empresas dos EUA se viram obrigadas suportaram o peso das tarifas mais caras.

Enquanto isso, o Banco Popular da China estabeleceu sua correção diária média para o yuan em 7,0080 por dólar – a mais forte desde 8 de agosto, após a moeda ter rompido o suporte de 7 para 1 ontem. Segundo analistas consultados pela CNBC, caso o acordo comercial seja fechado o yuan pode se fortalecer, assim como o contrário, em negativa das negociações para assinatura do acordo.

“(A correção do yuan) foi muito mais forte do que esperávamos. Era muito mais forte do que as expectativas do mercado”, disse Divya Devesh, estrategista de câmbio da Ásia no Standard Chartered Bank, à CNBC.

Os investidores monitoram ainda os discursos do presidente do Fed de Chicago, Charles Evans; de Nova York, John Williams; e da Filadélfia, Patrick Harker.

Na Europa, os mercados operavam no início desta manhã com perdas, em meio às preocupações comerciais assim como de olho nos resultados corporativos.

Entre os indicadores, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 50,1 em setembro – que havia sido o menor nível desde junho de 2013 – para 50,6 em outubro, mostrando que a atividade no bloco se expandiu em ritmo um pouco mais forte no último mês após ficar próximo da estagnação, segundo pesquisa final divulgada hoje pela IHS Markit.

O resultado ficou acima da leitura prévia de outubro e da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 50,2 em ambos os casos. Apenas o PMI de serviços da zona do euro aumentou de 51,6 em setembro – menor patamar desde o começo de 2019 – para 52,2 em outubro. A estimativa preliminar também era menor, de 51,8.

Já as encomendas à indústria da Alemanha subiram 1,3% em setembro ante agosto, segundo dados com ajustes sazonais divulgados hoje pela agência de estatísticas do país, a Destatis. O resultado ficou bem acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam ligeiro aumento de 0,1% nas encomendas.

Apenas as encomendas domésticas tiveram expansão de 1,6% em setembro ante o mês anterior. As encomendas externas, por sua vez, avançaram 1,1% no mesmo período. Na comparação anual, por outro lado, as encomendas totais sofreram contração de 5,4% em setembro, no cálculo sem ajuste sazonal.

Noticiário Corporativo

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a tragédia em Brumadinho (MG) aprovou o indiciamento da mineradora Vale, da companhia alemã Tüv Süd e de mais 22 pessoas das duas empresas por homicídio doloso, lesão corporal dolosa e poluição ambiental por rejeitos minerais com sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente, além de destruição de área florestal considerada de preservação permanente.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o governo deve ficar com cerca de 40% de participação na Eletrobras após o processo de capitalização da empresa. Albuquerque esteve no gabinete do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para entregar o projeto de lei sobre o processo. Segundo ele, a proposta é de o governo continue com participação expressiva na companhia.

A TIM Brasil reportou lucro líquido de R$ 687 milhões no terceiro trimestre de 2019, queda de 48,5% em relação ao mesmo período de 2018. Já a AES Tietê apresentou lucro 174,5% superior, que atingiu R$ 97,109 milhões.

Para hoje, estão previstos os resultados Carrefour, Comgás, Ultrapar, IRB, Movida, NotreDame, Wiz, Totvs e Banco ABC.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Senado e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.