Ibovespa futuro opera em queda, com investidores digerindo Copom e Fomc

Além de decisões monetárias, guerra entre Rússia e Ucrânia e notícias provindas da China continuam no radar

Vitor Azevedo

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O Ibovespa futuro opera em queda no início do pregão desta quinta-feira (17). O contrato com vencimento em junho recua 0,57% às 9h15 (horário de Brasília), aos 111.660 pontos, acompanhando os principais índices internacionais.

Nos Estados Unidos, os futuros têm leve queda, com investidores ainda repercutindo a alta de juros de ontem, feita pelo Federal Reserve, bem como as falas do diretor da instituição Jerome Powell. O futuro do Dow Jones recua 0,16%, o do S&P 500, 0,17%, e o da Nasdaq, 0,23%.

Em entrevista coletiva após a decisão, Powell afirmou que o Fed deve subir a taxa Fed Funds em todos os seis encontros restantes neste ano – com a intensidade a depender dos níveis de inflação. O comitê espera agora que o núcleo da variação de preços fique em 4,1%, ante 2,7% da última estimativa, de dezembro.

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Do outro lado, o Federal Reserve também cortou sua projeção de alta do produto interno bruto (PIB) americano de 4% para 2,8%, com o presidente do banco afirmando que não vê como possível uma recessão no país, dada a sua economia forte.

“O comitê de política monetária do banco central americano (FOMC) aumentou a taxa dos Fed Funds em 0,25% ontem, como era esperado pelos mercados. Do outro lado, sinalizou projeções de taxas de juros bem mais elevadas para frente: o intervalo na expectativa dos juros para 2024 agora é de 2,4% a 3,4%”, comenta a XP Investimentos, em seu morning call.

Na Europa, os índices operam sem tendência exata. O DAX, da Alemanha, cai 0,59%. O FTSE, do Reino Unido, por sua vez, tem alta de 0,11%. O CAC 40, da França, está estável, caindo apenas 0,02%. O STOXX 600, de todo o continente, sobe 0,14%.

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A região oscila com as recentes notícias sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Após ontem o otimismo se instaurar, com comentários de que os dois países se aproximavam de um acordo de paz, hoje o Kremlin afirmou que não há nada certo e que negociações continuam sem grandes avanços.

“Após uma nova rodada de negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, ainda não está claro se houve algum progresso. Apesar de relatos no início do dia de quarta-feira (16) sobre avanços significativos nas negociações entre a os governos Zelensky e Putin, tanto Kiev quanto Moscou buscaram reduzir expectativas, indicando que ainda haviam claras dificuldades”, explicam os analistas da XP.

A Europa repercute também à elevação da taxa básica de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) de 0,50% para 0,75% ao ano.

Na Ásia, o clima continua sendo de otimismo, com os índices ainda repercutindo os anúncios recentes da China – nessa quarta, o governo chinês sinalizou que haverá ajuda às construtoras do país e, além disso, também houve afirmações de avanço no plano de cooperação com os EUA para chegar a um acordo sobre as companhias do gigante asiático listadas em Nova York.

O HSI, de Hong Kong, fechou em alta de 7,04%, se recuperando das recentes quedas acentuadas. O Shanghai, da China continental, avançou 1,40%. O Nikkei, do Japão, subiu 3,46%. O Kospi, da Coréia do Sul, teve alta de 1,33%.

Com o enfraquecimento da perspectiva de fim da guerra e o avanço da China, petróleo e minério têm, no começo desta manhã, direções iguais – o barril Brent sobe 6,27%, para US$ 104,17, e a tonelada do minério em Dalian sobe 4,65%, a US$ 127,56.

Ibovespa futuro repercute também Copom e IBC-Br

No mercado interno, o Ibovespa futuro sente o peso ainda das decisões do Banco Central brasileiro, que ontem elevou a taxa Selic em um ponto percentual, para 11,75%.

“No Brasil, o Banco Central (BC) elevou a taxa Selic referencial em 1,0%, conforme esperado pela XP e pela maioria dos participantes do mercado. Além disso, a autoridade monetária sinalizou para entregar ‘outro ajuste de mesma magnitude na próxima reunião, em maio. O BC, contudo, criou um cenário alternativo com commodities mais baixas que em seu cenário de referência”, afirma a XP Investimentos.

Além disso, repercute também a divulgação feita há pouco pelo Banco Central de que o IBC-Br, tido como “prévia do PIB brasileiro”, recuou 0,99% em janeiro, ante consenso de queda de 0,25%.

A curva de juros, até então, opera sem direção exata. Na ponta curta, o DI para janeiro de 2023 vê sua taxa recua 11 pontos-base, para 12,97%. No meio e na ponta longa da curva, a tendência é de alta, com o rendimento do DI para 2025 subindo um ponto, a 12,40%, o do DI para 2027 subindo sete pontos, para 12,24%, e o do DI para 2029 avançando nove pontos, para 12,37%.

O dólar futuro tem alta de 0,18%, a R$ 5,122, e o dólar comercial cai 0,05%, a R$ 5,090 na compra e na venda.

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