Ibovespa futuro opera em queda após duas sessões de altas, em dia de oscilação no mercado internacional

Futuro abre em queda, acompanhando mercados externos e com alta da curva de juros

Vitor Azevedo

(Foto: Getty Images)

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O Ibovespa Futuro abriu em queda nesta quinta-feira (13), recuando 0,64%, aos 106.030 pontos às 9h20 (horário de Brasília). Ontem, a bolsa brasileira registrou um dia positivo, com o seu principal índice fechando em alta de quase 2%, na sequência de uma alta também na terça.

No mercado internacional, as bolsas andam de lado. Nos Estados Unidos, após dois pregões de altas para todos os índices, os futuros operam estáveis. O do S&P 500 avança 0,05% e o da Nasdaq, 0,02%. O Dow Jones sobe 0,12%.

“As bolsas internacionais amanhecem sem movimentos expressivos, enquanto investidores digerem os dados da inflação ao consumidor (CPI) americana, vindo em 7% no acumulado anual, sendo este o seu maior valor desde 1982”, explica a XP Investimentos, em seu morning call. 

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Além disso, os analistas apontam também para as falas trazidas pelo Livro Bege, publicado ontem, com destaque para o fato de que o mercado de trabalho americano desacelerou não por causa de falta de demanda, mas sim por conta da pouca oferta de mão de obra.

Chamou atenção também a leve desaceleração da economia registrada no fim do ano. “A economia dos Estados Unidos expandiu a um ritmo modesto nas últimas semanas de 2021, com alguns distritos notando recuo súbito nos segmentos de lazer, viagens, hospedagem e alimentação fora do domicílio como reflexo da forte elevação do número de casos da variante Ômicron da Covid-19”, comentaram.

Hoje, é destaque nos EUA a publicação de dados sobre a inflação ao produtor em dezembro e os números de novos pedidos de seguro-desemprego, ambos marcados para às 10h30.

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Na Europa, a tendência da bolsas é mista. O índice DAX, da Alemanha, opera estável, bem como o FTSE, de Londres. O STOXX 600, de todo o continente, recua 0,10% e o CAC 40, da França, 0,64%.

Além das movimentações do Federal Reserve e das notícias sobre a Ômicron, os investidores monitoram as notícias sobre a crise política do Reino Unido, instaurada após a divulgação que o primeiro-ministro do país Boris Johnson frequentou festas durante o lockdown mais severo de 2020, e também o avançar das negociações entre EUA e Rússia sobre a crise da Ucrânia – o presidente deste país pediu que o Ocidente avalie sanções ao gasoduto da Rússia, que ganhou importância recentemente para o continente, com a alta dos preços da commodity.

As bolsas asiáticas, por fim, tiveram tendência de queda, com realização e também com investidores monitorando avanço da Covid-19. Na China, cidades como Anyang, com cinco milhões de habitantes, e Tianjin, com 13 milhões, enfrentam confinamentos, após surtos da nova variante Ômicron.

O índice chinês de Shangai fechou em queda de 1,17%. O de Nikkei, no Japão, recuou 0,96%. O Kospi, da Coréia, teve baixa de 0,35%. O minério de ferro acompanhou as bolsas do país e viu o preço da sua tonelada ter baixa de 2,85% no porto de Qingdao, a US$ 129,87.

Ainda em commodities, o petróleo também recua, após fechar a quarta com alta de mais de 1%, por conta da queda acima do consenso dos estoques americanos. O barril WTI para fevereiro cai 0,47%, a US$ 82,25. O Brent para março tem baixa de 0,30%, a US$ 84,42.

No Brasil, volume de serviços é destaque

Nesta quinta-feira, no cenário interno, investidores digerem a publicação, pelo IBGE, de que o setor de serviços do Brasil avançou 2,40% em novembro, ante consenso de alta de 0,20%.

Apesar de mostrar que a economia está mais aquecida do que o esperado, esse número, possivelmente, pode fazer peso na curva de juros, que avança em bloco no inicio do pregão.

“Quando há um crescimento muito abrupto do setor de serviços, há a possibilidade da pulverização do IPCA ser maior, com vários setores mostrando inflação. Se há a continuidade de elevação de preços, com setor de serviços pujante, há uma inflação mais consistente, de demanda”, explica Rodrigo Franchini, da Monte Bravo Investimentos. “Começa uma precificação de que a alta do juros terá de ser rápida e mais contínua. Se não fica apenas no campo de commodities, e sim no consumo de fato, é necessário frear isso de alguma maneira”, completa.

O DI para janeiro de 2023 tem alta de 6 pontos-base, para 11,92%. O DI para janeiro de 2025 avança oito pontos, indo a 11,28%. O para o mesmo mês de 2029 sobe também seis pontos, a 11,33%.

O dólar comercial sobe 0,12%, negociado a R$ 5,540 na compra e a R$ 5,541 na venda. O futuro tem alta de 0,14%, a R$ 5,563.