Ibovespa futuro cai mais de 1% e dólar volta a subir; lockdowns na China e alta de juros nos EUA alimentam aversão ao risco

Pré-mercado brasileiro acompanha desempenho dos índices futuros em Nova York e as Bolsas europeias

Mitchel Diniz

(Getty Images)

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O Ibovespa futuro começa a última semana de abril dando continuidade às perdas registradas nas últimas sessões. O índice acompanha o desempenho do mercado futuro em Nova York e das Bolsas europeias. Os investidores temem que uma postura mais agressiva do Federal Reserve em sua política de aperto monetário possa resultar em uma recessão nos Estados Unidos. Para piorar, cresce no mercado a perspectiva de desaceleração da economia da China, com o avanço de casos de Covid-19 no país e novos lockdowns.

Nesse sentido, a Bolsa brasileira tende a sofrer com a pressão negativa das commodities ao longo da sessão de hoje. Os preços do petróleo caem mais de 3%, com o brent negociado na casa dos US$ 102 e o WTI balançando no patamar dos US$ 98.

“Mas não se espera que os preços do petróleo caiam abaixo de US$ 90 o barril, devido à perspectiva de uma possível proibição pela União Europeia do petróleo russo, em meio ao aprofundamento da crise na Ucrânia”, afirmou Hiroyuki Kikukawa, da Nissan Securities, à CNBC.

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Preocupações sobre a demanda chinesa também atingem em cheio os preços do minério de ferro no mercado internacional. Na Bolsa de Dalian, as cotações desabaram mais de 10%.

Às 9h09 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em junho caía 1,49%, aos 111.180 pontos.

O dólar comercial, que disparou 4% na última sexta-feira, com o sentimento generalizado de aversão ao risco nos mercados, volta a subir nesta segunda-feira. A moeda americana avançava 0,9%, a R$ 4,847 na compra e R$ 4,848 na venda.

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Os juros futuros operam em baixa: DIF23, estável, a 12,98%; DIF25, -0,06 pp, a 12,08%; DIF27, -0,04 pp, a 11,92%; DIF29, -0,03 pp, a 12,05%; e DIF31, -0,04 pp, a 12,15%.

Os índices futuros nos EUA também sinalizam que as Bolsas americanas devem abrir em baixa, dando sequência às perdas da última sexta-feira. Além de repercutir o risco de uma recessão na economia americana, caso em caso de ajustes mais agressivos que o esperado na alta dos juros, Wall Street se prepara para uma semana cheia de resultados corporativos, incluindo os balanços das big techs, como Microsoft, Amazon e Apple.

O mercado ainda está de olho no Twitter, que supostamente está reexaminando a oferta de aquisição de Elon Musk depois que o investidor bilionário divulgou que obteve US$ 46,5 bilhões em financiamento, de acordo com reportagem do Wall Street Journal, citando fontes não identificadas.

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O Dow Jones futuro recuava 0,63%, enquanto os futuros do S&P 500 e Nasdaq caíam, respectivamente, 0,79% e 0,83%.

A Bolsas europeias operam em queda acentuada, mesmo com alívio de eleições na França. O atual presidente francês Emmanuel Macron conseguiu vencer a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, e permanecerá no cargo por mais quatro anos. A vitória de Macron foi acirrada. Por outro lado, a situação da guerra na Ucrânia, que completou dois meses, parece piorar.

Citando negociadores, o jornal Financial Times publicou uma reportagem afirmando que o presidente russo, Vladimir Putin, teria desistido de negociações diplomáticas e adotado uma postura mais bélica, disposto a tomar o máximo de território ucraniano possível. A mudança de postura teria acontecido depois que o navio russo Moskva afundou no Mar Negro e diante das acusações de crimes de guerra.

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O índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 1,8%.

Na Ásia, as Bolsas também fecharam em forte queda, com os casos da Covid-19 se espalhando com velocidade pela China. Isso faz com que o país adote um número cada vez maior de políticas restritivas. Os chineses adotaram a política de Covid zero e por isso têm imposto uma série de lockdowns, que compromete a perspectiva de demanda global, sobretudo de commodities, que operam em baixa hoje.

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Análise técnica por Pamela Semezatto, analista de investimentos e especialista em day trader da Clear Corretora

Ibovespa

“Sexta-feira tivemos o candle de ‘confirmação’ do rompimento do suporte de 115.000. Próximo ponto de suporte é na região de 109.000 e, para acreditarmos em tendência de baixa no curto prazo, seria interessante um topo mais baixo que o anterior (121.500) e o rompimento de um fundo!”

Dólar

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“Fechamento do dólar foi em região de resistência, a R$ 4,805, e temos o primeiro sinal de um possível repique para corrigir o movimento de queda do gráfico semanal. Ainda é cedo para afirmar como será essa movimentação, mas tem espaço para corrigir até R$ 5,115, 5,270 e 5,425.”

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados