Ibovespa futuro acompanha Wall Street e abre em baixa, com cautela após falas de Powell; dólar também recua

Presidente do Federal Reserve voltou a endurecer discurso sobre alta de juros para combater a inflação

Mitchel Diniz

(Shutterstock)

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O Ibovespa futuro deu início aos negócios desta quarta-feira (18) em baixa, comportamento que também pode ser visto no pré-mercado dos Estados Unidos. O clima de cautela voltou a pesar sobre os negócios depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reafirmou sem compromisso em combater a inflação nos Estados Unidos subindo juros, até que haja sinais concretos de arrefecimento de preços. Enquanto isso, os índices inflacionários na Europa avançam para os maiores níveis em décadas.

A China segue flexibilizando restrições em função da Covid-19, permitindo a reabertura de comércios e instituições financeiras nas cidades afetadas pelos novos casos (em especial Xangai). Mas isso não impediu o preço do minério de ferro de desabar mais de 5% nesta manhã, na Bolsa de Dalian. O petróleo, por sua vez, avança, com o brent subindo 1,5% a US$ 113,60 e o WTI a US$ 114,81, indicando algum suporte para ações de petrolíferas ao longo do dia.

Às 9h21 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro para junho de 2022 operava em queda de 0,3%, aos 109.700 pontos.

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O dólar comercial chegou a abrir em alta, mas voltou a cair. A moeda americana recua 0,18%, a R$ 4,934 na compra e na venda.

Os juros futuros sobem: DIF23, +0,02 pp, a 13,36%; DIF25, +0,03 pp, a 12,43%; DIF27, +0,03 pp, a 12,20%; e DIF29, +0,04 pp, a 12,25%.

Em Nova York, os futuros não conseguem dar sequência aos ganhos da véspera. Enquanto o Dow Jones futuro recua 0,6%, os futuros do S&P 500 e da Nasdaq caem, respectivamente, 0,75% e 1,12%.

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Em evento do Wall Stret Journal ontem, Jerome Powell disse que a autoridade monetária fará o que for preciso para conter a escalada de preços e que os juros só vão parar de subir quando houver sinais concretos de que a inflação no país está caminhando para a meta, que é de 2%.

Leia mais: Jerome Powell fala em “amplo apoio” do Fed por nova alta de 50 pontos-base nos EUA

Ainda hoje, no final da tarde, o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, fala sobre perspectiva econômica em um evento de instituições financeiras de médio porte.

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Na Europa, a inflação no Reino Unido acelerou de 7% para 9% entre março e abril, chegando ao maior nível dos últimos 40 anos. As contas de gás e energia ficaram 54% mais caras no mês passado. Os números adicionam pressão para que o governo adote medidas de mitigação – economistas acreditam que os britânicos devem sofrer a pior queda de padrão de vida desde a década de 1950.

Na zona do Euro a inflação avançou para 7,4% em abril, um pouco menos do que o mercado previa (7,5%), mas também em níveis recordes. O aumento da inflação é a principal razão pela qual o BCE está inclinado a um aumento das taxas em julho e refletem impactos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

De acordo com a Reuters, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quarta-feira que não houve movimento nas negociações de paz com o país vizinho, e que Kiev estava mostrando uma total relutância em continuar com as conversas.

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As Bolsas europeias operam em baixa, na sua maioria, com o índice pan-europeu Stoxx 600 recuando 0,38%.

Na Ásia, a economia do Japão contraiu em 0,2% entre janeiro e março na comparação com o quarto trimestre de 2021 – mas a queda foi menor que a esperada pelo mercado, cujo consenso apontava para um recuo de 0,4%.

Em Xangai, maior cidade chinesa, os casos de Covid-19 fora das áreas isoladas pela quarentena permanecem em zero pelo quarto dia consecutivo, de acordo com o South China Morning Post. Segundo apuração da Reuters, as autoridades locais permitiram que ao menos 864 instituições financeiras retornem ao trabalho.

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Leia mais: Preço médio de novas moradias na China sofre primeira queda anual desde 2015

Análise técnica por Pamela Semezatto, analista de investimentos e especialista em day trader da Clear Corretora

Ibovespa

“Com mais um dia de alta, testando a região de resistência de 109.000, o candle de ontem mostra bastante pavio superior, o que sugere que esta perdendo a força na alta, mas ainda sem confirmação de novas quedas. Se hoje fechar abaixo desse candle, podemos esperar por uma queda novamente e, quem sabe, uma definição de tendência.”

Dólar

“Testou a região de suporte em R$ 4.930 e nos da sinais de possível continuidade da queda anterior. A confirmação vai acontecer somente de perder os suportes de: R$ 4.830 e R$ 4.650.”

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados