Ibovespa Futuro abre entre perdas e ganhos com atenção a Relatório de Emprego dos EUA e queda das big techs

Pré-market mostra fraqueza após o sell-off que se abateu sobre Apple, Tesla, Facebook e Alphabet no dia anterior

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre entre perdas e ganhos nesta sexta-feira (4) com alguma tentativa de correção das perdas de ontem sendo enfraquecida pela promessa de mais um pregão de quedas para as ações de empresas de alta tecnologia dos Estados Unidos.

No pré-market da NYSE, os futuros da Apple recuam 2,5% um dia depois dos papéis à vista caírem 7,2%. Já a Tesla sofreu uma desvalorização de 9% ontem e desaba mais 5% antes da sessão regular hoje.

Entre os indicadores, o Relatório de Emprego dos Estados Unidos revelou a criação de 1,37 milhão de empregos em agosto. O número veio um pouco acima da mediana das expectativas dos economistas compilada no consenso Bloomberg, que apontava para a geração de 1,35 milhão de postos de trabalho no período.

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No Brasil, chama atenção o desgaste no relacionamento entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ontem, Maia declarou que passará a se comunicar sobre votações importantes com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Isso porque, segundo Maia, Guedes proibiu o diálogo dele com os secretários da área econômica.

Continua a repercutir hoje a reforma administrativa, enviada ao Congresso na véspera. A proposta traz pontos positivos, mas não tem efeitos sobre os atuais servidores, e depende de novas regulamentações para mudar outras regras.

Às 09h41 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para outubro tinha alta de 0,3%, aos 101.350 pontos.

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Enquanto isso, o dólar comercial cai 0,24% a R$ 5,2761 na compra e a R$ 5,2777 na venda. O dólar futuro para outubro recua 0,63%, a R$ 5,262.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 tem queda de dois pontos-base a 2,77%, o DI para janeiro de 2023 perde um ponto-base a 3,94%, o DI para janeiro de 2025 opera estável a 5,74% e o DI para janeiro de 2027 varia negativamente dois pontos-base a 6,69%.

Maia e Guedes

O mercado reagirá hoje à deterioração do relacionamento entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia e o ministro da Economia, Paulo Guedes. A influência do ministro e a relação com o presidente Jair Bolsonaro já são motivos de preocupação para os investidores, e o temor deve se agravar com as declarações de Maia.

Depois de receber a proposta administrativa do governo, o presidente da Câmara disse que passará a tratar com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, sobre votações importantes, como a reforma administrativa. Isso porque, segundo Maia, Guedes proibiu o diálogo dele com os secretários da área econômica. As declarações foram dadas em entrevista à Globonews.

Maia disse que o fim das conversas com Guedes não vai comprometer a relação entre governo e Legislativo nem o andamento das reformas porque a articulação política continua na Câmara. Segundo ele, Guedes “não é político” e tem “pouca experiência” na articulação política.

Ontem, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia declarou que o abandono do teto de gastos poderia mergulhar o País numa recessão ainda mais profunda em 2020, reduzir o crescimento em 2021, além de elevar juros e inflação, segundo O Estado de S.Paulo.

Pelas contas da SPE, o abandono da regra acentuaria a queda do PIB esperada para 2020. A previsão atual é de queda de 4,7%, mas poderia chegar a 6,9%. Além disso, o crescimento esperado para 2021, de 3,2%, seria reduzido, passando a alta de 1,7%.

Reforma administrativa

Continua a repercutir hoje a reforma administrativa, enviada ao Congresso na véspera. Entre os pontos positivos, a proposta proíbe progressões automáticas de carreira e abre caminho para o fim da estabilidade em grande parte dos cargos, traz maior rigor para as avaliações de desempenho e reduz o número de carreira, destacou a Folha de S.Paulo.

No entanto, a medida não tem efeitos sobre os atuais servidores, e depende de novas regulamentações para mudar outras regras. Por isso, o jornal afirma que a reforma não deve gerar economia aos cofres públicos no curto prazo.

A reforma recai sobre futuros servidores dos três Poderes na União, estados e municípios, mas preserva categorias específicas. Serão poupados das mudanças juízes, procuradores, promotores, deputados e senadores. Ontem, Maia disse que a proposta pode ser aprovada na Câmara ainda este ano. Se aprovada pela Câmara, a proposta seguirá para o Senado.

Também chama atenção a fala do presidente Jair Bolsonaro na noite de ontem sobre o leilão 5G. De acordo com O Estado de S.Paulo, Bolsonaro disse que é ele quem vai decidir sobre o fornecimento da tecnologia para o 5G no Brasil.

O presidente declarou que está conversando com diversas autoridades sobre o tema, entre elas integrantes do governo americano. “Vou deixar bem claro, que vai decidir 5G sou eu. Não é terceiro, ninguém dando palpite por aí, não. Eu vou decidir o 5G”, disse em transmissão semanal nas redes sociais. O leilão do 5G no Brasil deve ocorrer em 2021, e tem gerado uma disputa tecnológica entre Estados Unidos e China.

Durante a transmissão, ele disse ainda que o Congresso “talvez” estenda o alcance da reforma administrativa para os outros Poderes.

Radar corporativo

O mercado acompanha hoje a repercussão de mais uma aquisição feita pelo Magazine Luiza. A empresa anunciou a compra da plataforma de delivery de comida AiQFome, presente em mais de 350 municípios distribuídos em 21 estados.

Outro destaque é a notícia de que a BNDES Participações planeja fazer um follow-on para vender suas ações na Suzano. No final de agosto, a BNDESPAR detinha 11,03% do total de ações da empresa.

Já a Guararapes informou que o Diretor de Relações com Investidores Newton Rocha de Oliveira Júnior será substituído por Tulio José Pitol de Queiroz, que é diretor executivo da Riachuelo.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.