Ibovespa futuro cai mais de 1%, acompanhando queda generalizada no exterior; dólar e juros avançam

No pré-mercado em Nova York, os índices futuros caem mais de 2%; dados chineses azedaram humor dos investidores

Mitchel Diniz

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O Ibovespa futuro inicia a semana com uma forte queda, acompanhando o sentimento generalizado de aversão ao risco. O pré-mercado em Nova York e as Bolsas europeias operam em forte baixa, depois que dados da economia chinesa confirmaram impactos das medidas restritivas impostas por uma política de “Covid zero” no país.

As exportações chinesas cresceram 3,9% em abril, levando a balanço comercial do país a um superávit de US$ 51,1 bilhões no período, acima do esperado. Ainda assim, o avanço das exportações atingiu o menor nível em quase dois anos. Em março, as vendas para exterior havia avançado 14,7%.

A desaceleração das exportações chinesas preocupa, pois reforça a perspectiva de um cenário de choque de oferta e que poderia levar o Federal Reserve a ser mais austero.

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Às 9h12 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro para junho caía 1,45% aos 104.750 pontos.

O dólar comercial volta a subir forte e avança 1,29%, a R$ 5,140 na compra e R$ 5,141 na venda.

Os juros futuros também sobem nos primeiros negócios do dia: DIF23, +0,03 pp, a 13,38%; DIF25, +0,07 pp, a 12,61%; DIF27, +0,07 pp, a 12,44%; e DIF29, +0,06 pp, a 12,51%.

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Pré-mercado em NY cai mais de 2%

Em Nova York, os índices futuros apontam para mais um dia de perdas expressivas em Wall Street.

O rendimento dos títulos do Tesouro americano de 10 anos oscila em torno de 3,18%, o maior em quase quatro anos. Os investidores aguardam indicadores de inflação da economia americana previstos para esta semana.

Enquanto o Dow Jones futuro cai 1,41%, os futuros do S&P 500 e Nasdaq caem, respectivamente, 1,76% e 2,3%.

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Europa também em queda forte

As Bolsas europeias operam nas mínimas em dois meses, repercutindo dados chineses e inflação. O Banco Central Europeu sinaliza que os juros do bloco econômico podem ser elevados por três vezes ao longo deste ano para combater a inflação. O índice Stoxx 600 opera em queda de 2,14%.

Os investidores também estão de olho na guerra na Ucrânia, já que dezenas de pessoas foram mortas depois que uma escola na região de Luhansk, no leste da Ucrânia, foi atingida por bombardeios russos.

Vladimir Putin volta a chamar ataque à Ucrânia de “operação militar especial”. O presidente da Rússia não declarou oficialmente guerra à Ucrânia e voltou a chamar o conflito de “operação especial”, em discurso durante as comemorações do Dia da Vitória. A data celebra a derrota dos nazistas pelos soviéticos na 2ª Guerra Mundial.

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Em sua fala, Putin também não fez qualquer alusão a ataques nucleares. Contudo, afirmou que o Ocidente se preparava para invadir a Rússia chamando a OTAN de “ameaça óbvia”. Assim, justificou a invasão à Ucrânia como uma “resposta antecipada à agressão”.

Minério de ferro derrete

Na Bolsa de Dalian, os contratos de minério de ferro para setembro de 2022 (de maior liquidez), encerraram a última sessão de negócios em baixa de 5,78%, a 806,5 yuans (o equivalente a US$ 119,88).

As importações de minério de ferro da China caíram quase 13% em abril, para 86,06 milhões de toneladas em relação ao mesmo período do ano passado, mostraram dados os dados. Em relação a março, quando o volume de compras já havia caído 14,5% em relação ao ano anterior, houve recuo de 1,4%.

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Os preços do petróleo também recuam forte com perspectiva de redução da demanda chinesa: o barril do brent para julho cai 2,77%, a US$ 109,28 e o WTI para junho de 2022 opera em baixa de 2,96%, a US$ 107,18.

Análise técnica por Pamela Semezatto, analista de investimentos e especialista em day trader da Clear Corretora

Ibovespa

“Segue sem mostrar força na compra e em região de suporte intermediário (105.800). Próximo suporte é em 100.000 e, se perder, teremos um pivot de baixa pelo gráfico semanal. Para acreditar em novo movimento de alta, precisa fechar acima da resistência de 109.000.”

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Dólar

“Segundo teste na resistência de R$ 5,130 e, por enquanto, sem mostrar rompimento, continuo considerando como consolidação entre R$ 4,945 e R$ 5,130.”

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados