Ibovespa engata queda em meio a incertezas sobre coronavírus e tensão política; dólar cai a R$ 5,23

Bolsa tem dia de perdas

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Após abrir em alta, o Ibovespa zerou os ganhos logo no início das negociações desta segunda-feira (22) e agora engata queda com as preocupações a respeito de uma segunda onda do coronavírus sobrepujando expectativas mais otimistas de que não seja tão forte a continuidade da pandemia.

No Brasil, a política mais uma vez concentra a atenção. O advogado Frederick Wassef anunciou na noite deste domingo que deixará a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A decisão ocorre após Fabricio Queiroz, ex-assessor de Flavio e um suspeito de ser o operador financeiro de um esquema de “rachadinhas”, ter sido localizado em um imóvel da propriedade do advogado.

Às 12h27 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha queda de 0,46% a 96.130 pontos.

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Enquanto isso, o dólar comercial cai 1,49% a R$ 5,237 na compra e a R$ 5,239 na venda. Já o dólar futuro para julho opera em queda de 1,64% a R$ 5,231.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai três pontos-base a 2,99%, o DI para janeiro de 2022 tem queda de cinco pontos-base a 4,12% e o DI para janeiro de 2025 recua três pontos-base a 5,83%.

Entre os indicadores, o Relatório Focus do Banco Central mostrou que os economistas projetam uma queda ligeiramente menor do Produto Interno Bruto (PIB) para 2020, de 6,50% ante 6,51% na semana passada. Para 2021, a estimativa de crescimento segue em 3,50%.

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Para a Selic, a projeção é que ao final deste ano a taxa básica de juros esteja em 2,25% ao ano, a mesma expectativa das últimas cinco semanas. Para 2021, economistas preveem uma taxa de 3% mesma estimativa da última semana. Entretanto, o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, reduziu o cenário para a Selic este ano a 1,75%, de 2,25% antes.

As projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 1,60% para 1,61% neste ano. A 2021, a projeção segue em 3%.

Caso Queiroz

O advogado Frederick Wassef anunciou na noite deste domingo que deixará a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A decisão ocorre após Fabricio Queiroz, ex-assessor de Flavio e um suspeito de ser o operador financeiro de um esquema de “rachadinhas”, ter sido localizado em um imóvel da propriedade do advogado.

Wassef também pediu desculpas ao presidente Jair Bolsonaro, de quem sempre tentou mostrar proximidade. No entanto, não esclareceu o motivo pelo qual Queiroz estava em seu imóvel.

Panorama político

A semana em Brasília começa com uma série de lacunas. O presidente Jair Bolsonaro deverá anunciar o nome de um substituto para Abraham Weintraub, que chegou aos Estados Unidos no sábado e só depois foi exonerado do cargo de ministro da Educação.

Weintraub, que faz parte da investigação sobre as fake news do Supremo Tribunal Federal (STF), deve ser indicado pelo governo brasileiro para assumir um cargo no Banco Mundial.

Outra lacuna no governo é no ministério da Saúde, que já está há mais de um mês sem ministro no momento em que o novo coronavírus avança no país. Já são mais de 50 mil mortes e mais de 1 milhão de infectados pela Covid-19.

Panorama corporativo

E as empresas seguem apostando na recuperação do mercado de oferta de ações. O BTG Pactual anunciou nesta manhã a realização de uma oferta pública primária com esforços restritos de distribuição de units.

A oferta será composta inicialmente por 28,5 milhões de Units (28,5 milhões de ações ordinárias e 57 milhões de preferenciais).

Já Ambipar divulgou os detalhes da sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A faixa de preço das ações foi fixada entre R$ 18,75 e R$ 24,75.

A empresa pretende reforçar seu caixa para crescimento via aquisições.

Apesar desse otimismo, bancos e varejistas podem sofrer com o aumento da inadimplência nos próximos meses. Levantamento do instituto de varejo Ibevar mostra que a inadimplência deve avançar 5,79% em junho, 5,96% em julho e 6,09% em agosto, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo“.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.