Ibovespa fecha sessão em queda, mas encerra semana acima dos 100 mil pontos; dólar cai para R$ 5,26

Siderúrgicas e mineradoras foram destaque negativo do pregão desta sexta-feira

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira (8), mas conseguiu terminar a semana no positivo, com alta de 1,35%, aos 100.288 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou hoje aquilo visto nos Estados Unidos, onde os benchmarks fecharam, em sua maioria, em leve queda.

Dow Jones e S&P 50 caíram, respectivamente, 0,14% e 0,08%. A Nasdaq, porém, fechou em alta de 0,12%.

Investidores, por lá, repercutiram principalmente a publicação dos dados do Payroll, que trouxe que houve a criação de 372 mil vagas de emprego nos EUA em junho.

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“O Payroll trouxe que há um nível alto de oferta de trabalho, com o juros ainda não ‘batendo no mercado’. O que fica mais, porém, é que há uma chance maior de um aumento maior da fed funds na próxima reunião”, avalia César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset. “As duvidas do mercado continuam a pairar. E, além disso, ainda há uma baixa liquidez, que deve piorar, com a aproximação do pico das férias de julho”.

Os treasuries voltaram a ver suas taxas subindo – a do título com vencimento em dez anos avançou oito pontos-base, para 3,088%, e a do título com vencimento em dois foi a 3,107%, com alta de 6,6 pontos.

Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos, destaca que o mercado de trabalho ainda forte dá espaço para que o Federal Reserve aumente mais os juros. “O mercado tem a leitura de que a inflação será controlada pelo Fed sem levar a uma forte desaceleração econômica. Existe o temor de uma recessão, mas menor”, diz a especialista.

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O menor temor com recessão explica, em parte, o enfraquecimento do dólar no mercado mundial – o DXY registrou recuo de 0,17%, aos 106,94 pontos, e a moeda americana perdeu 1,44% frente ao real na sessão, negociada a R$ 5,267 na compra e a R$ 5,268 na venda. Na semana, a divisa americana registrou queda de 1%.

Curva de juros avança apesar de IPCA aquém do esperado

No Brasil, apesar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter divulgado que a inflação de junho foi menor do que o esperado, subindo 0,67% ante consenso de 0,70%, a curva de juros também avançou. Os DIs para 2023 e 2025 viram suas taxas ganharem, respectivamente, três e 12 pontos-base, para 13,78% e 12,96%; os para 2027 e 2029 tiveram a suas ganhando 11 e oito pontos, a 12,85% e 13%.

“Acredito que a culpa, maior, é dos treasuries. O IPCA frustrou [veio abaixo], mas a curva de juros brasileira acompanha muito o que é visto nos EUA”, explica o gestor da Western.

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Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital, aponta que a alta do petróleo também foi responsável pelo avanço das curvas de juros. O barril Brent para agosto teve o seu preço subindo 2,23%, a US$ 106,98.

Isso levou, no entanto, as ações ordinárias da 3R Petroleum (RRRP3) a subirem 3,14%, sendo a terceira maior alta do Ibovespa. As ordinárias da PetroRio (PRIO3) avançaram 2,45%.

Ainda entre as maiores altas, ficaram as ações preferenciais da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4), com mais 6,23% e 2,17%, respectivamente, com as companhias se recuperando das baixas recentes e surfando a queda do dólar.

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As varejistas também foram destaques, com os papeis ordinários da Magazine Luiza (MGLU3) subindo 2,34% e os da Via (VIIA3), 2,13%. “Apesar dos juros mais altos, as companhias vêm trazendo bons resultados em suas prévias. Tanto no Brasil quanto lá fora. Hoje a Levi1s divulgou resultado e parece que há um forte movimento de compra, após as pessoas ficarem trancadas [por conta dos lockdowns]”, diz Kalil.

Do outro lado, entre as maiores quedas, foram destaques as ações ordinárias da Hapvida (HAPV3) e da CVC (CVCB3), que caíram 4,37% e 4,36%. As unitárias da SulAmérica (SULA11), por sua vez, tiveram baixa de 3,18%.

Entre as baixas por peso, as ações ordinárias da Vale (VALE3) foram as que mais caíram, com menos 2,31%. Outras siderúrgicas e mineradoras, como a CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) também registraram baixas consideráveis. Investidores, segundo Jennie Li, continuam monitorando notícias provenientes da China. A sessão foi de queda para o minério, com os investidores ainda monitorando o impacto das políticas de Covid-zero para a economia chinesa, além dos riscos de desaceleração da economia global.

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