Dados de emprego nos EUA reforçam alta de juros em 0,75 ponto na próxima reunião do Fed, dizem analistas

Bancos apontam que relatório de hoje indica um mercado de trabalho superaquecido que está apenas começando a desacelerar

Equipe InfoMoney

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Se a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira (6) aumentou as apostas no mercado de uma alta de juros pelo Fomc (Federal Open Market Commitee) em 0,75 ponto percentual na reunião do final de julho, os dados de emprego dos EUA apresentados nesta sexta-feira (8) reforçaram ainda mais essa indicação.

A economia dos EUA abriu 372 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, segundo dados do Departamento do Trabalho do país, contra projeção em pesquisa da Reuters de criação líquida de 268 mil postos. O resultado acima do esperado em junho deixa a economia mais perto de recuperar todos os empregos perdidos durante a pandemia. A taxa de desocupação permaneceu em 3,6% pelo quarto mês consecutivo.

Os dados acabaram afastando a projeção de piora no mercado, mas sinalizaram a tendência de aumento mais agressivo dos juros pelo Federal Reserve, em meio a preocupações com a inflação.

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O Morgan aponta que o relatório de junho veio ainda mais forte do que as previsões acima do consenso, afastando os temores de que a desaceleração do crescimento atinja o emprego. “As folhas de pagamento privadas foram fortes em todos os setores de bens e serviços”, avaliam os analistas.

“O crescimento do emprego está apenas marginalmente abaixo da taxa de execução do mês passado (384 mil) e as revisões líquidas dos dois meses anteriores foram relativamente pequenas, em 74 mil. Após revisões, junho marca o quarto mês consecutivo de crescimento de quase 400 mil empregos, uma tendência notável e estável”, destaca.

No contexto de crescentes temores de recessão, os números de empregos deste mês fornecem um sinal importante de que o mercado de trabalho ainda está se sustentando, aponta o Morgan. Jerome Powell, presidente do Fed, também tem enfatizado que o mercado de trabalho seria forte o suficiente para suportar novos aumentos, uma visão compartilhada por muitos no Fomc.

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Christopher Waller, integrante do Fomc, afirmou ontem que um relatório em torno de 270 mil seria “fenomenal”, e o número desta manhã foi maior do que isso.

“Portanto, vemos este relatório como um forte suporte para um aumento de 75 pontos-base no Fomc de julho, com mais aumentos chegando até o final do ano, antes que a taxa atinja 3,625% em dezembro”, avalia o Morgan.

Eles ainda complementam: “o crescimento salarial foi geralmente amplo, com força em lazer e hospitalidade, mineração e extração de madeira e serviços de informação. (…) No geral, o crescimento salarial está se mantendo bem, ainda que esteja mostrando sinais de uma desaceleração marginal em relação à taxa de execução dos meses anteriores, em linha com nossas projeções”.

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Também para o Goldman Sachs, o relatório de hoje indica um mercado de trabalho superaquecido que está apenas começando a desacelerar. “Continuamos esperando um aumento de 75 pontos-base (bps) na taxa de juros na reunião de julho, seguido por 50 bps em setembro e alta de 25 bps cada em novembro e dezembro”, apontam os analistas do banco.

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