Ibovespa fecha perto da estabilidade com anúncio de novo Refis e questões políticas ofuscando Petrobras; dólar sobe

Mercado brasileiro se descola de Wall Street em meio a mais um dia de incertezas em Brasília

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou perto da estabilidade nesta quinta-feira (5) e se descolou das altas das bolsas em Wall Street pressionado pelo anúncio do governo de um novo programa de refinanciamento de dívidas empresariais aos moldes do Refis, que dará descontos às empresas afetadas pela pandemia e que permite o abatimento de dívidas com o uso de precatórios.

A informação se soma a outras incertezas no âmbito fiscal como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite o parcelamento de precatórios em até dez anos.

Fora isso, o cenário político segue atribulado com a briga institucional que ocorre conforme o presidente Jair Bolsonaro diz que “a hora vai chegar” para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que incluiu o chefe do Executivo no inquérito das fake news.

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Com os ruídos fiscais e políticos, ações de bancos e siderúrgicas passaram a cair (essas puxadas pelo minério também), compensando a disparada da Petrobras (PETR3; PETR4), que teve alta de até 10% após seu resultado do segundo trimestre e anúncio de distribuição de dividendos.

Atenção ainda para a repercussão da decisão do  Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu na véspera, elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 5,25% ao ano. Essa foi a quarta vez seguida que o comitê subiu a Selic, que chega ao seu maior nível desde outubro de 2019.

Em seu comunicado, o Copom ressaltou que elevar a Selic em 1 ponto reflete “seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2022 e, em grau menor, o de 2023”.

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A decisão de acelerar o ciclo de normalização foi vista pelo Goldman Sachs como a melhor estratégia para lidar com uma “clara deterioração das perspectivas para a inflação”, em particular dos componentes inerciais do aumento de preços, que, em meio à reabertura em curso dos setores de serviços, pode levar a uma maior deterioração das expectativas de inflação.

O banco americano prevê nova alta de 1 ponto na próxima reunião do Copom, com uma subida “relativamente rápida” para 7% até o fim de 2021 e até 7,5%, no primeiro semestre de 2022. Confira a análise da decisão clicando aqui.

Para João Leal, economista da Rio Bravo Investimentos, a surpresa do Copom foi que a decisão acabou sendo “mais hawkish” do que o esperado, principalmente porque o Banco Central falou em colocar os juros em um patamar acima do neutro. “O Copom demonstrou bastante preocupação com a inflação, principalmente depois dos resultados do IPCA-15 e especialmente na parte de serviços e serviços subjacentes, que vieram bem acima das expectativas”, afirma.

Já Gustavo Cruz, estrategista da RB investimentos, destaca que o BC quer segurar as expectativas de inflação, que não param de subir, em especial as para 2022. “Acredito que essa forma mais direta de fechar o comunicado é justamente para que não surja nenhuma interpretação de que o Banco Central foi dovish, que ele foi mais leve, deixou porta aberta, a ideia dele é ser extremamente direto”, diz.

Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego ficaram em 385 mil na última semana, em linha com os 384 mil pedidos projetados pelos economistas consultados pela Refinitiv. Na sexta será divulgado o relatório oficial sobre criação de vagas, o chamado Payroll, que costuma ter um impacto maior sobre os investidores.

O Ibovespa teve leve baixa de 0,14%, a 121.632 pontos com volume financeiro negociado de R$ 37,962 bilhões.

Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,57% a R$ 5,215 na compra e a R$ 5,216 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em setembro registra ganhos de 0,93% a R$ 5,235 no after-market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subiu nove pontos-base a 6,46%, o DI para janeiro de 2023 teve alta de 22 pontos-base a 8,15%, DI para janeiro de 2025 avançou 23 pontos-base a 9,05% e DI para janeiro de 2027 registrou variação positiva de 26 pontos-base a 9,37%.

Voltando aos EUA, durante a sessão de quarta, as ações do aplicativo de instrumentos financeiros Robinhood, pivô de movimentos coordenados de compra de ações por investidores organizados por meio de redes sociais, tiveram alta de 50%. Os papéis têm tido volatilidade desde a recente oferta pública inicial de ações.

Na quarta foi divulgada a pesquisa ADP sobre folhas de pagamento privadas, que indicaram a criação de 330 mil vagas em julho nos Estados Unidos, abaixo da expectativa de analistas de 653 mil vagas.

As bolsas asiáticas tiveram desempenhos variados entre si nesta quinta. O Securities Times, um veículo controlado pelo Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista da China, publicou na quinta um artigo que afirma que, como a indústria de games está mais desenvolvida no país, empresas do setor não deveriam se beneficiar de medidas preferenciais de impostos, que foram implementadas para impulsionar o desenvolvimento do setor doméstico de softwares.

O artigo argumenta que o setor de games deveria ser submetido às mesmas políticas de impostos que outros, e afirmou que deveria estar “mentalmente preparado para isso”.

As ações da Tencent tiveram queda de 3,9%, e as da Netease, de 3,76% –ambas são listadas em Hong Kong. Os papéis de ambas as empresas têm tido fortes quedas nesta semana, após a mídia estatal chinesa classificar games como um “ópio” em um artigo que foi deletado poucas horas após a publicação. Mais tarde, o mesmo artigo foi publicado com outro nome, uma nova manchete e sem a palavra “ópio”.

Além disso, a China vem enfrentando a alta de novas infecções diárias de coronavírus, em meio à propagação da variante Delta. As autoridades voltam a implementar medidas de testagem em massa e restrições de viagens em determinadas áreas.

Na Coreia do Sul, a agência de notícias Yonhap News informou na quinta que é “altamente provável” que restrições mais duras voltem a ser implementadas na Grande Seul, em meio a patamares altos de novos casos.

Os índices europeus tiveram altas nesta quinta. Na quarta o Índice do Gerente de Compras (PMI na sigla em inglês) indicou que houve em julho a maior expansão dos negócios na Zona do Euro em 15 anos.

Enquanto isso, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu manter sua taxa básica de juros, em 0,10%, e também o tamanho de seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), em 895 bilhões de libras. A decisão sobre os juros foi unânime, mas a sobre o QE foi tomada por 7 votos a 1.

Os dirigentes afirmam que, apesar da disseminação da variante delta da covid-19 no Reino Unido, o impacto do vírus sobre a economia do país diminui ao longo do tempo. O comunicado ressalta o quão crucial é a trajetória da pandemia e seus impactos para os juros.

Covid e CPI

Na quarta (4), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 920, queda de 20% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 1.118 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 32.712, o que representa queda de 13% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 40.429 casos.

Chegou a 104.049.682 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 49,14% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 43.649.022 pessoas, ou 20,61% da população.

O governo do Estado de São Paulo afirmou na quarta-feira que recebeu somente a metade do lote previsto de vacinas da Pfizer contra a Covid-19 do Programa Nacional de Imunização (PNI) e cobrou que o Ministério da Saúde encaminhe ao Estado imediatamente as 228 mil doses que afirma faltarem na remessa destinada a São Paulo.

Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, o governador João Doria (PSDB) classificou de “maldade” a redução no envio de doses ao Estado e disse que ela pode afetar os planos de iniciar a vacinação de adolescentes em 18 de agosto, já que a vacina que será utilizada para este grupo é a da Pfizer. Doria disse que o governo paulista enviou ofício ao ministério nesta manhã cobrando o envio das doses.

“Com menos vacinas para São Paulo, vacinas da Pfizer, o Ministério da Saúde compromete o calendário de vacinação de crianças e adolescentes no Estado de São Paulo, previsto para começar no dia 18 de agosto.” Autoridades de saúde do Estado afirmaram que foram surpreendidas com a redução no envio de doses na madrugada e que não foi dada até o momento nenhuma explicação por parte do ministério.

Doria é rival político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com quem constantemente trava bate-bocas públicos e também é um dos principais críticos à gestão federal na pandemia. Além disso, é pré-candidato à Presidência na eleição do ano que vem, quando Bolsonaro deverá buscar a reeleição.

Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu de imediato a um pedido de comentário feito pela agência internacional de notícias Reuters sobre as declarações das autoridades paulistas.

Na coletiva no Palácio dos Bandeirantes, a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado, Patricia Ellen, afirmou que o governo de São Paulo permitirá a volta de torcida a eventos esportivos e de público em pé em shows a partir do 1º de novembro, mas manterá a exigência do uso de máscaras.

Ela argumentou que alguns países que decidiram abolir a obrigatoriedade do uso de máscara após uma ampla cobertura vacinal tiveram de retroceder e voltar a obrigar o uso da proteção facial.

Com o anúncio de quarta, o Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1, marcado para 7 de novembro, poderá acontecer com presença de público no autódromo de Interlagos. O evento do ano passado acabou cancelado por causa da pandemia de Covid-19.

Na quarta, depôs à CPI da Covid no Senado o tenente-coronel Marcello Blanco, ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Ele negou ter pedido propina ao negociar vacinas da farmacêutica AstraZeneca, e disse que, ao entrar em contato com intermediários, tinha como objetivo tratar com o mercado privado. O relator da comissão, senador Renan Calheiros, mostrou mensagens buscando contestar a versão do tenente-coronel.

Nesta quinta-feira, deverá falar à CPI da Covid no Senado Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel. Ele foi apontado como “número 2 informal” do general Eduardo Pazuello durante o período em que este comandava o Ministério da Saúde. Caso a posição de proeminência se confirme, o caso configuraria usurpação de função pública.

Segundo informações do portal G1, Airton Cascavel atuou ao lado do general Pazuello em ações da pandemia entre maio e junho, após Nelson Teich pedir a demissão do cargo de ministro da Saúde. Após a denúncia sobre o vínculo informal vir à tona, o Ministério da Saúde nomeou Airton Cascavel como assessor especial de Pazuello, cargo em que permaneceu formalmente até 21 de março de 2021, quando foi exonerado. Em maio, ele foi nomeado como secretário de Saúde de Roraima, cargo que deixou na semana passada.

Radar político

Em uma entrevista a uma rádio do Rio Grande do Norte na quarta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a afirmar que o governo tenta elevar o valor médio dos benefícios do Bolsa Família para R$ 400, apesar de não haver previsão de recursos para isso até o momento.

“A média hoje em dia está em 192 reais. Nós vamos levar para no mínimo a 300, podendo chegar a 400. Porque houve uma inflação sim no Brasil, no mundo todo”, disse Bolsonaro. “Eu tenho buscado com a equipe econômica, dentro da responsabilidade. O ideal seria 400 reais o novo valor.”

A intenção inicial da Economia era que o valor médio fosse reajustado dos atuais R$ 192 para R$ 250, mas, de olho nas eleições, Bolsonaro passou a exigir R$ 300. Até agora, as contas do ministério apontam para menos que isso. Este valor não está garantido, e agora Bolsonaro fala em R$ 400.

De acordo com informações repassadas à agência internacional de notícias Reuters por fontes do Ministério, o aumento exponencial do valor dos precatórios (dívidas de decisões judiciais que a União precisa pagar) para 2022 ocupa os recursos do Orçamento previstos para o reajuste.

Daí a necessidade de aprovação da chamada PEC dos Precatórios, que vem sendo defendida como essencial pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A PEC prevê a possibilidade de o governo parcelar o pagamento dos precatórios, especialmente os de valores mais altos, na casa dos milhões de reais.

Críticos da proposta apontam que ela abre caminho para o governo despejar recursos em ano eleitoral e ainda permite um calote nos precatórios, o que o governo nega. O governo alega que, sem a aprovação da PEC não há espaço para reajustar o programa, enquanto o presidente e parte do Centrão, base de apoio do presidente, pressionam por um reajuste ainda maior do que o previsto.

De acordo com as informações obtidas pela Reuters, a medida provisória de reestruturação do programa –que deve ter o nome mudado para Auxílio Brasil– não deve prever o valor para o reajuste.

Em entrevista à CNN Brasil na quarta, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o crescimento exponencial da previsão de precatórios para 2022, que atinge R$ 90 bilhões, fará com que o governo não tenha recursos para cumprir outros compromissos.

Ele defendeu a Proposta de Emenda à Constituição destinada a permitir o parcelamento dos precatórios, e garantiu que não se tratará de um calote. Lira defendeu ainda o fundo, previsto na mesma PEC, que o governo pretende criar para financiar pagamentos extras a programas sociais.

Segundo o presidente da Câmara, o fundo não precisa respeitar os limites do teto de gastos porque será formado por recursos vindos de privatizações e outras receitas extraordinárias direcionadas a benefícios à população mais carente.

Bolsonaro voltou a dizer, ainda, que a Petrobras teria um fundo de R$ 3 bilhões para financiar a criação do vale-gás, outro programa que está sendo gestado, em que um botijão seria dado a cada dois meses a famílias participantes do Bolsa Família.

“A Petrobras tem lá um fundo de mais ou menos R$ 3 bilhões para fazer um programa nesse sentido. Está bastante avançada essa proposta. Tem pequenos acertos… A Petrobras não é minha, tem o privado também. Estamos negociando isso daí”, disse.

A empresa negou no fim de semana que haja decisão sobre montantes em eventuais programas. “Não há definição quanto à implementação e o montante de participação em eventuais programas. Qualquer decisão estará sujeita à governança de aprovação e em conformidade com as políticas internas da companhia”, disse a estatal em comunicado.

Além disso, na quarta o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acolheu notícia-crime encaminhada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Bolsonaro sobre os ataques ao sistema eleitoral e determinou a “imediata investigação em face das condutas do presidente da República”.

Moraes pediu a transcrição pela Polícia Federal do vídeo da live de Bolsonaro da última quinta-feira quando mostrou antigos vídeos desmentidos anteriormente como indícios de irregularidades das urnas eletrônicas e a oitiva dos envolvidos na mesma na condição de testemunhas.

Bolsonaro reiteradamente tem dito que o sistema de urnas eletrônicas não é confiável, já afirmou que um eleição sem voto impresso não terá legitimidade e chegou a colocar em dúvida a realização das eleições do ano que vem.
Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente ameaçou não atuar dentro da Constituição. “Esse inquérito não está dentro das quatro linhas da Constituição, então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição”, disse Bolsonaro.

O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Felipe Salomão, havia pedido a Moraes o compartilhamento de provas que constam de inquéritos que investigam o financiamento de notícias falsas e atos antidemocráticos e tenham relação com prejuízos causados na campanha das eleições de 2018.

No ofício, o ministro afirma que os fatos investigados pelo Supremo podem ter relação com duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) em curso no Tribunal e que investigam a chapa do presidente Jair Bolsonaro e do vice, general Hamilton Mourão, por abuso de poder político e econômico durante a última campanha para a Presidência da República.

Um dos inquéritos a que Salomão se refere foi aberto em julho por Moraes, na sequência do inquérito de atos antidemocráticos, para manter a investigação da organização e o funcionamento de grupos digitais, com envolvimento de deputados e aliados do Bolsonaro, depois que a Procuradoria-Geral da República pediu o arquivamento da investigação original, o inquérito sobre atos antidemocráticos.

Uma primeira parte das investigações já havia sido encaminhada por Moraes ao TSE a pedido do corregedor-anterior, Og Fernandes. Nesta semana, o TSE abriu ainda outra investigação contra Bolsonaro. Dessa vez, para investigar a divulgação de notícias falsas pelo presidente em ataques ao sistema eleitoral brasileiro e às urnas eletrônicas.

Segundo o levantamento do instituto Quaest para a Genial Investimentos, divulgado na quarta, em um cenário em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputa com o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com Ciro Gomes (PDT), o petista soma 46%, contra 29% de Bolsonaro e 12% de Ciro. Neste cenário, 4% declaram voto branco, nulo ou abstenção e 9% dizem não saber.

Quando o apresentador José Luís Datena (PSL), que recentemente declarou-se pré-candidato ao Planalto, aparece na disputa, Lula segue à frente, agora com 44%, Bolsonaro mantém a vice-liderança, com 27%, e Datena aparece empatado com Ciro com 10%. Não houve, neste caso, declaração de voto branco, nulo ou abstenção e 10% não sabem.

Radar corporativo

A sessão marca a estreia das ações da Raízen, que realizou o maior IPO do ano ao levantar R$ 6,9 bilhões na última terça-feira. O papel foi precificado no piso da faixa, a R$ 7,40.

Mas o grande destaque do noticiário corporativo fica para a Petrobras. A estatal registrou lucro líquido de R$ 42,855 bilhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 2,71 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. Com relação aos primeiros três meses deste ano, quando o lucro líquido foi de R$ 1,167 bilhão, a alta foi de 3.572,2%.

Além do resultado, a estatal aprovou o pagamento de R$ 31,6 bilhões em dividendos relativos aos resultados obtidos em 2021. No total, serão pagos R$ 2,422533 por papel da estatal, o que resulta em um dividend yield (dividendo dividido pelo preço da ação) de 9,07% para as ações ordinárias PETR3 e de 9,22% para as preferenciais PETR4 considerando o valor de fechamento de cada uma na  quarta-feira (4).

Já o Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 5,039 bilhões no segundo trimestre deste ano, número 2,6% maior que o reportado no primeiro trimestre e 52,2% superior ao do mesmo período do ano passado.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
PETR3 9.4382 29.22
PETR4 7.76256 28.32
MGLU3 2.25451 20.41
LWSA3 2.14371 25.73
EMBR3 1.8559 18.66

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
BRAP4 -5.18664 72.39
BRKM5 -4.46212 55.24
CSNA3 -4.24829 43.5
VALE3 -3.19054 108.93
ECOR3 -3.125 10.23

A petroquímica Braskem informou que seu lucro de abril a junho somou R$ 7,424 bilhões, quase o triplo do registrado no trimestre anterior e comparável com um prejuízo de R$ 2,5 bilhões de um ano antes. A Braskem citou melhores spreads internacionais de resinas termoplásticas no Brasil, Estados Unidos, Europa e México, além de maiores volumes de vendas com a recuperação da economia global da pandemia de Covid.

A Totvs anunciou na quarta que seu lucro líquido de abril a junho somou R$ 78,6 milhões, alta de 35,6% em relação a um ano antes, porém abaixo da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv, de R$ 92,6 milhões. A receita líquida da Totvs avançou 21,7% na mesma comparação, para R$ 763,37 milhões, com avanço de 13,1% no segmento de gestão, enquanto o faturamento em business performance saiu praticamente de zero para R$ 23,6 milhões.

O banco BV, controlado pelo Grupo Votorantim e pelo Banco do Brasil, anunciou na quarta que teve lucro líquido recorrente de R$ 388 milhões no segundo trimestre, alta de 76,4% ante mesmo período de 2020, beneficiado pelo crescimento do crédito e menores provisões para calotes. O banco fechou junho com um estoque de empréstimos de R$ 73,2 bilhões, avanço de 6,4% em 12 meses. E o custo de crédito caiu 38,1% na comparação anual, devido a menores despesas com provisões, com o índice de inadimplência acima de 90 dias se mantendo em 3,5%.

Outras companhias, como Sinqia, Totvs, Tegma, BR Properties, Quero-Quero e AES Brasil também divulgaram resultado. Para depois do fechamento, serão revelados os números de BK Brasil, Eneva, Engie, Cia. Hering, JSHF, Ouro Fino, São Carlos, Tenda e Tupy.

Na quarta, o presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck, afirmou que a empresa vai investir em um novo laminador de bobinas a quente e em um novo equipamento para produção de perfis estruturais a serem instalados em sua usina mineira em Ouro Branco (MG).

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.