Ibovespa fecha em queda de mais de 2% com preocupações sobre ômicron; só quatro ações do índice tiveram alta

A Bolsa brasileira acompanhou os índices em Nova York, que cederam após restrições na Europa por conta da nova cepa

Mitchel Diniz

(Getty Images)

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A pandemia do coronavírus voltou a pesar sobre o desempenho dos mercados na penúltima semana de 2021, diminuindo as chances de um mês de dezembro positivo para as Bolsas. O Ibovespa mais uma vez foi guiado pelo desempenho dos mercados no exterior, levando o maior tombo em quase um mês. Apenas quatro ações do índice terminaram a segunda-feira em alta: JBS (JBSS3), Eneva (ENEV3), Minerva (BEEF3) e Braskem (BRKM5).

“Provavelmente a variante ômicron vai impedir que aconteça o rali de fim de ano, do qual os emergentes costumam se beneficiar”, afirma Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos. Com o avanço no número de casos de Covid-19 provocados pela nova cepa, a Holanda decretou lockdown em plena semana do Natal e outros países não descartaram adotar medidas mais severas de distanciamento e restrições.

A variante ômicron piora o quadro da pandemia no período de inverno no hemisfério Norte e justamente em um momento no qual as grandes economias do mundo se preparavam para retirar estímulos.

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O Ibovespa também não encontrou apoio em indicadores internos, com uma agenda praticamente esvaziada nesta segunda-feira. O único destaque foi o Boletim Focus, do Banco Central, no qual os agentes reduziram ligeiramente suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021. De 10,05% na semana passada, agora a expectativa mediana para a inflação deste ano está em 10,04%. Para 2022 a previsão foi de 5,02% para 5,03%, uma ligeira elevação.

Já em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) as projeções foram reduzidas de expansão de 4,65% para 4,58% em 2021; para 2022, as projeções foram mantidas em 0,50%.

Esta semana, a B3 e as Bolsas em NY não funcionam na sexta-feira por conta do feriado do Natal e a agenda está concentrada em dados de inflação no Brasil, medida pelo IPCA-15 (na quinta-feira, 23), e índices de sentimento do consumidor nos Estados Unidos.

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O Ibovespa fechou em queda de 2,03%, aos 105.019 pontos. O volume negociado no dia ficou em R$ 24,9 bilhões, abaixo da média. O Ibovespa futuro para fevereiro de 2022 recuava 1,84%, aos 106.475 pontos.

O dólar comercial, por sua vez, fechou com forte alta. A moeda americana subiu 1,02%, a R$ 5,743 na compra e R$ 5,743 na venda. O dólar futuro para janeiro de 2022 avançava 0,74%, a R$ 5,755.

No mercado de juros futuros, os contratos tiveram forte baixa: na sessão estentida o DI para janeiro de 2023 recuou 21 pontos-base, a 11,54%; DI para janeiro de 2025 também caiu 21 pontos-base, a 10,54%; e o DI para janeiro de 2027, por sua vez, caiu 17 cinco pontos base, a 10,48%.

Nos Estados Unidos, os investidores também repercutiram os últimos comentários do senador Joe Manchin, que deixou os democratas com poucas alternativas para reavivar a agenda do presidente Joe Biden, rejeitando o pacote de impostos e despesas de US$ 1,75 trilhão.

“No geral, a notícia não apenas dificulta o panorama legislativo para Biden, mas implica também uma complicação adicional para um já complexo panorama eleitoral para os democratas nas eleições parlamentares de novembro, uma vez que o projeto era considerado a grande aposta eleitoral do partido”, avalia a equipe de análise da XP Investimentos.

O Dow Jones fechou em queda de 1,23%, a 34.932 pontos; o S&P 500 recuou 1,14%, a 4.568 pontos; e a Nasdaq fechou em baixa de 1,24%, a 14.980 pontos

As Bolsas europeias repercutiram as novas medidas restritivas adotadas em alguns países por conta da ômicron e também recuaram forte. O índice pan-europeu, que engloba ações de empresas de 17 países do continente, fechou em baixa de 1,38%.

Os preços do petróleo também reagiram à perspectiva de queda na demanda da matéria-prima, em função da nova cepa do coronavírus, e chegaram a cair mais de 5%. Na sessão estendida, o barril do Brent recuava 2,11%, a US$ 71,95 enquanto o do WTI caía 3,1%, a US$ 68,66.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados